Quem já está com saudades de “Vale tudo”? E de Odete Roitman, a malvada favorita da TV brasileira? Para a enfrentar a crise de abstinência, que muita gente vai passar a sentir com o fim do remake da novela”, resgatamos declarações da atriz Debora Bloch, que foi capa da ELA em março.
Na reportagem, Debora apontou as principais características da personagem, que foi vivida por Beatriz Segall na versão original.
Seguem aqui alguns temas abordados por ela:
Odete e a elite do atraso
“A nossa herança colonial e escravagista e revela como o Brasil foi fundado por uma elite que não se importa com o país, apenas com seus próprios interesses e privilégios. Em outras nações, as classes mais altas são mais comprometidas com o bem-estar coletivo. Odete encarna a elite do atraso. Ela reclama que o Brasil é um país subdesenvolvido, mas não percebe que o pensamento dela que é responsável por isso. Trinta e sete anos atrás, já representava um pensamento retrógrado, uma visão de mundo pouco humanista, focada no lucro e na meritocracia. Quando a gente pensou que ia viver a volta de ideias tão conservadoras e autoritárias? Odete, infelizmente, é superatual”.
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“Isso eu acho interessante na Odete: já na primeira versão da novela, ela tinha amantes e vida sexual ativa, mas era tudo insinuado. No remake, a personagem vai se relacionar com homens mais jovens. Agora, a mulher de 60 anos é colocada para jogo. Não é o caso da Odete, mas as maduras também estão no jogo para relações afetivas. Me apaixonei aos 55 anos. Podemos recomeçar e ser potentes em todas as idades”.
“Está aí uma personagem totalmente diferente de mim. O texto é muito bom e estudá-lo é um barato, acabo me divertindo com a personagem. Ela tem certa inteligência e um sarcasmo que traz humor. Também não convivo com mulheres como Odete, mas claro que conheço algumas. Costumam ser prepotentes, narcisistas e jogam com o poder e o dinheiro. Sei bem como funcionam. Na parte da caracterização, uso um cabelo engraçadíssimo, parece um capacete. Quando me vejo pronta, tenho acessos de riso. Não tem nada a ver comigo”.
