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Rússia se torna o primeiro país a reconhecer o regime do Talibã no Afeganistão

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julho 3, 2025
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Membros do Talibã em postos de controle nos arredores de Cabul após a queda do governo reconhecido internacionalmente — Foto: Victor J. Blue/The New York Times
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Em declarações reproduzidas pela agência russa RIA, o representante especial da Rússia para o Afeganistão, Zamir Kabulov, confirmou o reconhecimento do regime — em nota, a Chancelaria russa informou que as credenciais do novo embaixador afegão em Moscou, Gul Hassan Hassan, foram recebidas nesta quinta-feira.

“Acreditamos que o ato de reconhecimento oficial do governo do Emirado Islâmico do Afeganistão contribuirá para o desenvolvimento de uma cooperação bilateral produtiva entre nossos países em diversas áreas”, diz o texto, publicado na página do ministério. “Vemos perspectivas significativas de cooperação nas áreas comercial e econômica, com ênfase em projetos nas áreas de energia, transportes, agricultura e infraestrutura.”

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O ministro afegão das Relações Exteriores saudou o que chamou de uma decisão “corajosa”.

— Esta decisão corajosa será um exemplo para outros (…) Agora que começou o processo de reconhecimento, a Rússia esteve à frente de todos — disse Amir Khan Muttaqi em um vídeo publicado no X.

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Desde a queda do governo apoiado internacionalmente no Afeganistão, em agosto de 2021, vários países estabeleceram canais de contato com o Talibã, que já havia comandado o país entre 1996 e 2001, e chegaram a enviar embaixadores para suas embaixadas em Cabul — dentre eles, China, Emirados Árabes Unidos, Paquistão e a própria Rússia.

Membros do Talibã em postos de controle nos arredores de Cabul após a queda do governo reconhecido internacionalmente — Foto: Victor J. Blue/The New York Times

Pelo menos até agora, o reconhecimento do regime era uma espécie de tabu, especialmente por questões ligadas a violações dos direitos das mulheres, hoje virtualmente privadas de uma participação mais ativa na sociedade. Jovens foram proibidas de estudar, e profissionais vetadas em cargos públicos, organizações não governamentais e em boa parte da iniciativa privada.

Como disse no ano passado a representante da ONU Mulher para o Afeganistão, Alisson Davidian, existe um sistemático “apagamento da mulher afegã da vida pública” desde 2021.

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Para a Rússia, contudo, o pragmatismo falou mais alto. Apesar do passado marcado pela invasão soviética entre 1979 e 1989 — que levou ao surgimento do próprio Talibã —, e de ter declarado o grupo uma organização terrorista, Moscou passou a exportar gás, petróleo e trigo para Kabul, e talibãs passaram a frequentar os corredores do poder russo.

Um sinal claro da aproximação foi a presença dos talibãs no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, apelidado de “Davos de Vladimir Putin”, em 2024 e na edição mais recente, realizada no mês passado. Em outra frente, em abril, a Suprema Corte russa suspendeu a proibição das atividades do Talibã na Rússia, e no mês seguinte o grupo foi retirado da lista de organizações terroristas do Kremlin, da qual fazia parte desde 2003.

Chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, e do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, após reunião em Moscou — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa/AFP
Chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, e do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, após reunião em Moscou — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa/AFP

Ao mesmo tempo em que a decisão se insere na lógica de diversificação de contatos buscada pela Rússia, de forma a amenizar seu isolamento internacional agravado pela invasão da Ucrânia, Moscou afirma que o reconhecimento ajuda na estabilização interna do país, e vê no Talibã um aliado na luta contra inimigos regionais.

Em março do ano passado, atiradores mataram 149 pessoas em uma casa de shows dentro de um shopping nos arredores de Moscou, em um ato atribuído ao grupo Estado Islâmico do Khorasan (Isis-K), estabelecido no Afeganistão e que é um dos braços mais ativos da organização terrorista criada no Oriente Médio. O Isis-K é rival do Talibã, que já prometeu erradicá-lo do país. No comunicado desta quinta-feira, a Chancelaria russa disse que “continuaremos a auxiliar a Cabul no fortalecimento da segurança regional e no combate às ameaças do terrorismo e do narcotráfico”.

Em entrevista à agência RIA Novosti, Suhail Shaheen, representante do Talibã no Catar, sugeriu que outros países poderão fazer anúncios similares em breve.

— Talvez nas próximas semanas ou meses ouviremos boas notícias — declarou.

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