Pelo lugar ao sol entre os pesos-leves do UFC, o ex-campeão Charles “do Bronxs” Oliveira enfrentará o polonês Mateusz Gamrot, número 8 do ranking, na Farmasi Arena, Barra da Tijuca, neste sábado, será o 13º evento na Cidade Maravilhosa. O brasileiro de 36 anos busca uma nova chance de disputar o cinturão e mostrar que ainda está na elite, após a derrota para o atual detentor do título, Ilia Topuria. Gamrot, três anos mais novo, quer provar que chegou uma nova era de lutadores ao topo, e já afirmou que busca calar o público e “roubar o holofote” da estrela brasileira do MMA. Em resposta, o brasileiro deixou claro que as provocações do adversário refletem o receio da luta dentro do octógono.
— Eu não estou nem perto do fim da minha carreira — diz Do Bronx, em coletiva de imprensa, na Barra da Tijuca, nesta quarta-feira. E continua: — Ele está falando tanta coisa porque sabe o problema que sou.
A fala do brasileiro foi em virtude de todas as provocações feitas pelo polonês, com o intuito de fazer a organização colocar os dois para se enfrentarem, após o cancelamento da luta de Charles com o lutador do azerbaijano, Rafael Fiziev. Agora, ele pretende vencer o ex-campeão da categoria para se consolidar como um dos pretendentes ao título.
— Eu sei que o Charles é. É o herói aqui, sei que a torcida vai estar a favor dele, mas eu quero silenciar todo mundo. Sábado, vou roubar os holofotes sobre ele, quero dominá-lo exatamente neste local — comenta o polonês. E afirma: — quando eu vencer o Charles sábado à noite, isso vai mostrar essa nova era e vai consolidar porque eu sou o melhor lutador.
A luta colocará à prova o repertório técnicos do brasileiro, já que ele estava agendado para um duelo com um especialista em trocação de golpes, o kickboxer Rafael Fiziev, mas o azerbaijano se lesionou, e o grappler Gamrot entrou no lugar, com um estilo e tamanho bastante diferentes.
— Tive que mudar tudo (estratégia para o duelo). Eu ia lutar com um cara que não ia entrar nas minhas pernas (para derrubar). Agora vou lutar com um cara que vai entrar nas pernas o tempo todo. Ele só faz isso — diz o brasileiro.
O polonês, que tem a mesma altura de Charles (1,78m) é um especialista em imobilizar adversários no chão — principal valência de Charles — o chamado grappler e já deixou claro que irá fazer uma luta intensa para por à prova o condicionamento físico do brasileiro.
— Ele é o cara mais perigoso no chão (entre os pesos-leves), mas ele tem mais derrotas para os tops, eu perdi apenas duas lutas. Os oponentes ficam com medo de lutar no chão com ele, mas não eu — disse. E continuou: — Uma luta como essa não se recusa. Foi em cima da hora, mas estou sempre pronto. Como meu treinador falou, tenho um talento divino, vou acelerar cada minuto. Vou para cima.
O vencedor pode se tornar o mais novo postulante ao título dos pesos-leves.
Outro ex-campeão que estará no octógono é o peso-pena Deiveson Figueiredo, que foi detentor do título dos pesos-moscas por duas vezes. O brasileiro praticante da luta Marajoara, criada na região do Norte, busca reencontrar as vitórias contra o americano Montel Jackson, após duas derrotas consecutivas na nova categoria. Para isso, ele busca colocar em prática a luta que é uma identidade da Ilha de Marajó, no Pará.
— É muito importante a conexão que eu tenho com a minha origem. Eu sou um cara que hoje eu tem a oportunidade de conhecer outros países, mas quando eu saio das lutas, meu cantinho, meu aconchego é ir para o Marajó, e curtir meus familiares, meus amigos. É tudo diferente — diz o ex-campeão. E ressalta — A luta marajoara me torna um cara perigoso, porque, apesar de nunca ter treinado wrestling na minha vida, e ela me faz aprender a modalidade com mais facilidade. Hoje eu me torno um cara versátil, ao mesmo tempo que eu sou um cara trocador, eu posso colocar pra baixo em segundos e mudar o jogo. Eu levo isso comigo. Eu treinei para lutar com o melhor e sábado vocês vão ver um campeão.
Além deles, um fenômeno do Jiu-jitsu brasileiro, Bia Mesquita, estreará pela organização no card, em batalha com a casaque Stewart Nicoli. A brasileira conquistou dez títulos mundiais na modalidade com quimono, maior recorde já estabelecido, e decidiu se testar no MMA.
Ainda invicta, com cinco lutas, a “lady goat”, chegou a nocautear no confronto mais recente antes de entrar no evento, mas afirma que o plano de jogo ainda é finalizar.
— Eu sempre saio com a vitória, tenho plena confiança de que quando eu conseguir colocar o Jiu-Jitsu em ação, não vai ter pra onde escapar e a finalização vai acabar vindo antes do terceiro round — diz a lutadora.
Card completo do UFC Fight Night Rio
- Charles “do Bronxs” Oliveira x Matheusz Gamrot
- Deiveson Figueiredo x Montel Jackson
- Vincente Luque x Joel Alvarez
- Jhonata Diniz x Mario Pinto
- Ricardo Ramos x Kaan Ofli
- Lucas Almeida x Michael Aswell
- Jafel Filho x Clayton Carpenter
- Vitor Petrino x Thomas Petersen
- Bia Mesquita x Irina Alekseeva
- Lucas Rocha x Stewart Nicoll
- Valter Walker x Mohammed Usman
- Julia Polastri x Karolina Kowalkiewicz
- Luan Lacerda x Saimon Oliveira