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saiba como os filhos do compositor cuidam do legado do pai, que tem álbuns, filmes e livros à vista

BRCOM by BRCOM
setembro 22, 2025
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Gonzaguinha cantando no palco em Três Pontas — Foto: Paulo Moreira

Dos quatro filhos de Gonzaguinha, Daniel Gonzaga é o responsável por gerenciar a editora Moleque, que cuida dos direitos da obra do compositor. Recentemente, recebeu vídeo de uma banda brasileira misturando “Lindo lago do amor”, de seu pai, com uma canção do popstar britânico Harry Styles. Para ele, é um exemplo de como as músicas de Gonzaguinha despertam interesses diversos.

— Nosso trabalho é defendê-lo sem cerceá-lo. É um artista que está mais vivo do que muitos artistas vivos. Sinto que ele está pulsando — afirma o primogênito, de 50 anos.

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Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que morreu com apenas 45 anos, em 1991, completaria 80 amanhã. Chegam com frequência a Daniel, segundo conta, projetos de álbuns, filmes, exposições e livros. Neste momento de celebração, as reverências se dão em forma de música.

O próprio Daniel se apresentará no próximo sábado, dia 27, no Teatro Rival, no Centro do Rio. O título do show é “Gonzaguinha paralelo B”, alusão a um repertório em que predominam, em vez de sucessos, as músicas lado B. Entre elas estão “Mundo novo, vida nova”, “Gás neon”, “O filho da própria” e “É preciso”.

— Não é uma homenagem, um tributo, mas uma revisita. Há coisas que eu não vejo ninguém tocar. Então, vou tocar — explica Daniel, ressaltando que, num momento do show, ele pergunta à plateia se quer alguma canção conhecida.

Daniel e Fernanda, cantora conhecida como Nanan Gonzaga, são filhos da primeira mulher do artista, Ângela Porto Carreiro. Depois dela, Gonzaguinha teve um relacionamento com a cantora Sandra Pêra, ex-integrante das Frenéticas — grupo cujo primeiro sucesso foi uma criação do compositor, “A felicidade bate à sua porta”. Sandra está lançando um álbum todo dedicado à obra de Gonzaguinha.

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Há escolhas bem pessoais, como a de “Eu apenas queria que você soubesse”, que ele pôs para ela ouvir enquanto era levada para a sala de parto. Amora Pêra, também cantora, nasceu em 1981.

Sandra, assim como os filhos de Gonzaguinha, afirma que ele não era o homem sisudo que, nos anos 1970, mereceu da imprensa a cruel alcunha de “cantor rancor”.

— As pessoas falam tantas coisas, mas ele não era só aquela capa. Era uma pessoa também suave, mas profunda — diz a cantora.

Amora, produtora do álbum da mãe, destaca o espaço dado pelo artista a canções de protesto contra a ditadura militar:

— A imagem tem a ver com a época, com o trabalho que ele decidiu fazer, com o discurso que ele tinha. Para muita gente, era estratégico dizer que era um cara rancoroso. Mas ele era afetuoso, amoroso, e o amor está na obra.

Canções de amor foram gravadas, por exemplo, por Simone (“Diga lá, meu coração”, “Sangrando”, “Espere por mim, morena”) e Maria Bethânia (“Explode coração”, “Grito de alerta”). Simone conheceu Gonzaguinha na década de 1970, na gravadora Odeon, e nunca se distanciaram.

— Se eu pudesse defini-lo, diria que era acridoce. Tinha uma coisa forte, ácida, mas também tinha doçura. Uma pessoa que escrevia o que ele escrevia não podia não ser doce — diz ela, vendo afinidade entre ele e compositores da mesma geração. — Tinham uma alma feminina. Por mais agressivas que fossem as letras e as músicas, eles tinham doçura na alma.

Em shows de Simone, a obra do amigo está sempre presente. No atual, é com “Começaria tudo outra vez”. O mesmo acontece com Bethânia, que incluiu “Gás neon” no show de comemoração de seus 60 anos de carreira.

Gonzaguinha cantando no palco em Três Pontas — Foto: Paulo Moreira

Há quem faça espetáculos cantando apenas Gonzaguinha. É o caso da paulista Bruna Caram, que celebrará os 80 anos dele com um show neste sábado (20) no Bona, em São Paulo. É o ponto final, segundo ela, de um longo projeto que começou em 2020, com lives durante a pandemia, e passou pelo lançamento de um álbum em 2023. O título do álbum, “Afeto e luta”, reflete a dualidade da personalidade do compositor.

— Só se luta quando se acredita em algo. As canções políticas também têm afeto, têm um lado alegre, como em “O que é o que é?” e “É”. Foi um cara profundo e passional — afirma Bruna.

O trabalho também abre espaço para o lado B, como em “Belo balão”, “Caminhos do coração” e “Viver, amar, valeu”, indicações do ex-deputado Jean Willys, que fez a pesquisa de repertório. Nanan Gonzaga fez direção de voz e repassou histórias que Bruna conta no palco.

O carioca Sombrinha é outro que gravou, no ano passado, um álbum inteiro com músicas de Gonzaguinha. Eles se conheceram no Riocentro, na Zona Sudoeste do Rio, em 30 de abril de 1981, na noite em que explodiu a bomba no carro em que estavam dois militares do Exército. O objetivo era fazer um atentado durante um show comemorativo do 1º de Maio. Sombrinha, à época, integrava o Fundo de Quintal.

— Gonzaguinha foi um sambista extraordinário, que se envolvia com o social, o político, falava a linguagem do morro e também a do nordestino. Uma pessoa fundamental — exalta.

Segundo Simone, Gonzaguinha tinha uma “coisa agreste”, e muita gente achava que ele não era carioca. Parte do engano se dava por ele ser filho do rei do baião, Luiz Gonzaga. Essa filiação se tornou um tabu. Consagrou-se a ideia de que Gonzagão era estéril e adotou o filho de Odaléia, uma dançarina do Dancing Brasil — que morreu cedo, ficando o menino aos cuidados da madrinha Dina, no morro de São Carlos, na Zona Norte.

— A notícia da adoção era uma surpresa que se repetia na imprensa — diz Amora. — Temos a memória de ele ficar muito ofendido com isso e com o tratamento que era dado a isso. Podemos contar o que sabemos de dentro. Ele não foi adotado. Nada faz com que eles não sejam pai e filho.

Ela recorda que, ao ver a última filha de Gonzaguinha, Mariana, filha de Louise Margarete, Gonzagão encontrou semelhanças e falou: “Sou eu”. A relação entre eles é a base do filme “Gonzaga: de pai para filho”, de Breno Silveira, que estreou em 2012 e levou aos cinemas mais de um milhão de espectadores.

Gonzaguinha morreu em 29 de abril de 1991, quando o carro que dirigia, no interior do Paraná, se chocou com um caminhão.

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