Para o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, em homenagem a Rosa Magalhães e assinado por Jorge Silveira, o Salgueiro optou pela junção de duas das três obras finalistas. Foram aclamados os sambas de Rafa Hecht e parceria e Marcelo Motta e parceria. O samba da parceria de Marcelo Adnet, que completava o trio na disputa, ficou de fora da junção.
Mas, assim como ocorreu na Beija-Flor, a vermelho e branco tijucana também adotou uma junção de “mentirinha”, colando apenas o refrão do samba de Marcelo Motta ao restante do samba de Rafa Hecht. Aliás, a solução já vinha sendo ventilada na rádio corredor há alguns dias, com boa aceitação inclusive entre os salgueirenses.
Além do Salgueiro, e Beija-Flor, a Imperatriz também optou pela junção em sua final. São três obras mescladas num total de 12 sambas, uma média alta para o histórico do Grupo Especial. E entre as três junções apresentadas, talvez a do Salgueiro seja a de maior pertinência, pois explicitamente atende a carências explícitas que os dois sambas apresentavam.
Logo na primeira audição, na voz do intérprete Igor Sorriso acompanhado pela bateria Furiosa, foi possível notar o sucesso do casamento da letra sofisticada e adequada ao enredo do samba de Rafa Hecht & parceria com o refrão solar e empolgante do samba de Marcelo Motta & parceria.
Em seu discurso, o presidente André Vaz apostou alto e disse que o Salgueiro terá um dos melhores sambas do carnaval 2026. Aí já são outros 500 que somente o tempo, os ensaios e os desempenhos das outras agremiações poderão dizer.
Mas o saldo a ser tirado da noite vivida pelos salgueirenses em mais uma final de casa lotada é que a escola deu um passo consciente e maduro ao decidir pela fusão. E a recepção não poderia ter sido melhor, com o já tradicional cortejo saindo pela Rua Silva Teles, desta vez contrastando o azul do céu com o rosa das bandeiras em homenagem à mestra que um dia já fez tantos amarem esta festa.