As ruas da favela do Engenho da Rainha, na Zona Norte do Rio, são cenário do filme “É o Complexo”. A obra é estrelada por atores da comunidade e tem também roteiristas e alguns técnicos do local. Na próxima segunda-feira, a comunidade se verá pela primeira vez na grande tela, em uma exibição no CineCarioca Nova Brasília, no Complexo do Alemão, às 19h.
— Conheci essa história ao assistir na internet a websérie, dirigida pelo Gabriel Machado, que tem o mesmo nome do filme. Fiquei muito bem impressionado com os talentos que vi ali, apesar dos pouquíssimos recursos tinham. Achei que poderia contribuir e entrei em contato com os produtores. Rodamos as cenas novamente, com equipamentos mais modernos e minha experiência, mantendo os atores e seus personagens. Minha intenção era fazer um filme com eles e para eles — conta Vinícius Coimbra, que divide a direção do filme com Machado.
“É o Complexo” abre uma trilogia concebida por Coimbra, inspirada em músicas de Chico Buarque – neste caso, é “Meu Guri” que serve de fio-condutor da história. A experiência de gravar por três semanas na favela do Engenho da Rainha foi transformadora para o diretor.
— As cenas foram criadas por eles, porque essa realidade não é a minha. Eles são muito talentosos, todos os diálogos foram improvisados a partir das suas próprias vivências. É uma realidade que precisa ser iluminada e debatida. As classes privilegiadas viram as costas para questões que acabam retornando para elas próprias — ressalta Coimbra, animado com os primeiros resultados da obra: — O trailer já está rodando bem nos grupos de WhatsApp pelo Brasil, os moradores têm postado nas redes… A expectativa é grande dentro e fora do Complexo.
O filme deve ser lançado no próximo mês e distribuído pela The Chain em uma plataforma de streaming.