Depois de se apresentar na Cidade do México, o próximo capítulo na vida de Lady Gaga é lotar a praia de Copacabana, na Zona Sul carioca, nesta noite, no evento denominado Todo Mundo no Rio. E é todo o mundo mesmo. Para além de brasileiros, vindos de todas as partes do país, uma legião de gringos também toma conta da cidade para poder assistir ao megashow da Mother Monster. Neste “álbum de figurinhas estrangeiras” há diversos tipos de relatos: do fã que estará pela primeira vez assistindo a uma apresentação da cantora pessoalmente àquele que se apaixonou por um policial militar enquanto esperava a cantora, até um “time” com 80 colombianos que assistirão ao show juntos. Conheça algumas dessas histórias que, em comum, tem uma paixão sem fronteiras por Lady Gaga e pelo Rio, claro.
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Patrick Diethelm, de 29 anos, atravessou o oceano vindo da Suíça, na Europa, só para viver o sonho de ver Lady Gaga de perto no Rio. Em sua primeira vez na cidade, ele chegou no último dia 26 e tinha em mente uma aventura: tentar uma foto ao lado da artista que idolatra. Por isso, foi para as grades do Copacabana Palace, onde Gaga está hospedada.
— Sou fã dela há 17 anos, mas foi com a música “Born This Way” que minha vida mudou. Aquela música me deu força para dizer ao mundo quem eu sou. Pela primeira vez, senti que não estava sozinho. Gaga me ensinou a ter orgulho de mim mesmo — conta, emocionado.
Mas, na espera de um sonho, viveu uma história de conto de fadas. Diante do Copa, Patrick conheceu Deivis Miguel da Cruz, de 33 anos, um policial militar de Porto Alegre que mora no Rio. Em poucas horas, uma conexão forte nasceu.
— A gente mal se conhecia e já estava rindo, trocando confidências. Quando percebi, ele já tinha virado alguém especial — diz Patrick, que pretende ficar no Rio até a próxima semana.
Deivis, por sua vez, diz que seu encontro com Patrick é como se a “música dela (Gaga) tivesse juntado dois caminhos que precisavam se cruzar”.
Pulseiras à la Coldplay para 80 colombianos
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Já Nicolas Fonseca, profissional de marketing, é colombiano de Bogotá e fã de Lady Gaga. Aos 30 anos, ele conta que essa não será a primeira vez que verá a cantora pessoalmente — já foi a dois shows, na própria Colômbia e também em Las Vegas, nos Estados Unidos —, mas que viajar para o Rio foi algo pensado pelo fato de ser um show “histórico”, observa.
— Vai ser a maior audiência, o melhor concerto, o retorno à América Latina depois de (quase) 15 anos. Literalmente um momento histórico — observa.
Para fazer a viagem, ele conta que gastou cerca de R$ 3 mil. As passagens aéreas, comprou ainda no ano passado, quando começaram os rumores de que o show aconteceria em Copacabana. A hospedagem num hotel, por outro lado, foi reservada só após o anúncio de que realmente seria Lady Gaga, em fevereiro. Segundo Nicolas, ele faz parte de um grupo de cerca de 80 colombianos que irão acompanhar ao show juntos. Para não se perderem, mas também para entrarem no clima do show, eles mandaram fazer pulseiras que piscam. Elas brilharão em sincronia com as músicas, num efeito semelhando ao proporcionado pela banda Coldplay em seus shows.
Italiana fã de carteirinha vai para 10º show
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A italiana Gabrielle Salvador, de 28 anos, não é uma qualquer: ela se considera uma little monster original, já que acompanha Lady Gaga desde o início da carreira. Este será o seu décimo show da cantora, e o primeiro que assistirá no Brasil.
— Muitos vêm ao show pelo hype, mas eu sou fã antes mesmo dela ter essa fama toda — sustenta Gabrielle, que viajou de Milão ao Rio só para ver de perto a apresentação de Gaga.
Tendo acompanhado a diva pop por diversos lugares do mundo, como nas Filipinas, Reino Unido, México e Estados Unidos, ela se disse impressionada com a recepção dos brasileiros à Mother Monster.
— Dá vontade de ficar aqui (em frente ao Copacabana Palace) o dia todo. É um calor humano sem igual — completa.
Para chileno, vale viajar para o Brasil até sem falar português para ver Gaga pela primeira vez
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Já o chileno Alejandro Milenko, de 36 anos, está no Rio pela primeira vez para viver outra experiência inédita (e um sonho antigo): conhecer a Mother Monster. Sem falar português, o morador da comuna de La Serena encarou o desafio. Tudo por Lady Gaga.
— Quando ela foi ao Chile, em 2012, eu era jovem e muito pobre. Não tinha condições de ir ao show. Agora, comprei as passagens e estudei todo o roteiro com bastante antecedência, não podia perder por nada — relata.
Para ele, Lady Gaga é a pura expressão do amor. E reforça a importância da artista em meio a comunidade LGBTQIAP+:
— Graças a ela, nos sentimos aceitos. Só tive coragem de assumir a minha homossexualidade por conta dela.
Argentina cogita até subir em árvore para ver Gaga em Copacabana
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A produtora Jesica Giacobbe, de 37 anos, mora em Buenos Aires, na Argentina, e está no Rio com o namorado, Joel Vargas, e um casal de amigos compatriotas, que moram em Búzios, Sabrina Pintos e Martín Benavidez. Na última quinta-feira, ela definiu a viagem para o Rio como um “prêmio de bom trabalhador”, super apropriado para o feriado de 1º de maio.
— Nunca imaginei que iria ver a Lady Gaga — conta Jesica, que comemora a folga. — Pedi à minha chefe da agência, que queria vir, e ela me presenteou com o avião, e pago com meus amigos o hotel.
Usando uma ecobag que estampava o rosto de Lady Gaga, comprada no Rio, ela afirma que gostaria de assistir ao show de perto, mas que está fazendo a “análise” de qual é a melhor opção. Ela não descarta que suba numa árvore da Avenida Atlântica para assistir à apresentação, mas também diz que seria “lindo ver o show da areia”.
Outro argentino comprou passagem para o Rio quando show ainda era boato
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Fã incondicional de Lady Gaga, o argentino Francisco Guglielmino, de 33 anos, garantiu a passagem aérea de Buenos Aires para o Rio no início do ano passado, quando o show ainda não passava de um rumor.
— É uma apresentação histórica, única — diz Guglielmino, que veio para o Brasil acompanhado de outros dez compatriotas.
Essa vai ser a segunda apresentação da cantora que ele acompanha in loco. A primeira foi em 2012, em uma passagem da Mother Monster pelo Estádio Monumental, casa do tradicional River Plate. Para o argentino, a vinda da diva pop é um “ato político”, além de um gesto de carinho com os seguidores latinos:
— Não é casual que uma artista como ela escolha este país, especialmente num contexto em que setores conservadores ameaçam a comunidade gay. É um gesto político e de amo.
Colombiano está no Rio, mas amigo assistiu show do México: eles trocarão presentes
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O economista David del Portillo, de 32 anos, mora em Bogotá, na Colômbia, e conta que seu sonho era poder ver um show de Lady Gaga pessoalmente. Quando a atração foi confirmada, ele recebeu o apoio dos colegas de trabalho para que viajasse até o Rio, para ver Mother Monster de perto.
Seu melhor amigo, no entanto, não o acompanhou até o Rio: viajou, na verdade, para a Cidade do México, última parada de Gaga antes de desembarcar no Brasil, onde também fez um show. Agora há um combinado, de David comprar camisas, copos e tudo o que puder referente ao show para presentear o amigo, enquanto o compatriota, por sua vez, fará o mesmo, mas com itens comprado no México.
— Sou fã desde “Just dance”. Eu tinha 12-13 anos e, desde então, segui toda a carreira dela. Creio queno momento que eu escutar (Lady Gaga no palco), vai ser muito especial para mim. Vou chorar com certeza — observa David.
Na estrada, do Paraguai para Copacabana
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Os paraguaios Chistian Nuñes, de 33 anos, e Hugo Cardoso, de 30, encararam cerca de dois dias de ônibus do país de origem até o Rio. No vale tudo pelo show da diva pop, a dupla, que se conheceu ao longo do percurso, desembarcou nesta sexta-feira na cidade, deixou as malas no hotel e partiu para a porta do Palace.
— Fomos no show em 2012, no Paraguai, e desde então não tivemos uma nova oportunidade. Além de ter sido um show bem menor. Estamos num misto de emoção e curiosidade com tudo isso — diz Hugo.