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Sucesso na Bienal do Mercosul, Zé Carlos Garcia abre mostra em São Paulo

BRCOM by BRCOM
setembro 30, 2025
in News
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Esculturas podem ser interpretadas de maneiras diversas — Foto: Guito Moreto

Zé Carlos Garcia jamais se esqueceu da noite em que, ao voltar para casa, em Santa Teresa, no Rio, encontrou peixes pequenos espalhados sobre o asfalto do Largo dos Guimarães. Ao pesquisar sobre o que poderia explicar tal cena, descobriu que cientistas sugerem que um ciclone é capaz de sugar os animais e lançá-los de volta ao solo. Anos antes, o artista visual já havia se encantado com outro fenômeno improvável: o peixe das nuvens, cujos ovos depositados em áreas alagadas pelas cheias entram em dormência e eclodem depois, quando se formam poças d’água nos mesmos locais. Cenas tão surreais que um escape ao fantástico para explicá-las é quase irresistível. E é dessa maneira que ecoam em sua nova exposição, concebida como uma civilização imaginária. “É como encontrar uma tumba e decifrar tudo o que está ali, os desenhos, as roupas e a maneira como os corpos estão expostos. E a tumba, no caso, sou eu”, diz ele, sobre a individual “Peixe das nuvens”, inaugurada no próximo dia 4, na Casa Triângulo, em São Paulo.

São 23 obras, a maior parte formada por esculturas inéditas em madeira, em que o artista, nascido em Aracaju, desfila toda a sua habilidade em detalhes para serem apreciados de perto, como as escamas que revestem uma das peças. E nada ali tem um sentido fechado, caso do trabalho que dá nome à mostra, em que se vê algo parecido com um peixe saindo da boca de um homem. “Não se sabe se ele está pregando para os peixes ou se é uma língua gigante”, comenta. “Gosto de criar essa intimidade imediata, mas que confunde.”

Esculturas podem ser interpretadas de maneiras diversas — Foto: Guito Moreto

Dono de um sítio em Lumiar, na Serra Fluminense, Zé Carlos adiciona, ainda, uma camada ecológica ao trabalho. A madeira vem de espécies invasoras coletadas nas matas que cercam a propriedade. Ao removê-las, ele planta mudas nativas no lugar. “O que era para ser um refúgio ocupou esse espaço na minha vida. Hoje, não conseguiria passar o sítio adiante e vê-lo degradado novamente”, diz.

As obras do artista estão em acervos importantes como do Museu de Arte do Rio e do colecionador Bernardo Paz, fundador do Inhotim, em Minas Gerais. Zé Carlos também foi destaque na última Bienal do Mercosul e alcançou projeção internacional com trabalhos como “Pássaro”, feito em coautoria com a mineira Laura Lima e exibido na Fundação Prada, em Milão. “Ele consegue unir três coisas incríveis: conceito, fabulação e virtuosismo”, diz Laura, amiga de longa data. “Este último nem é necessário, mas ele entrega isso muito facilmente com a sua capacidade de lidar com a matéria, no caso dele, a madeira.”

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