O peruano Tony Janzen Valverde, de 20 anos, conhecido como “Pequeno J”, apontado como mentor de um triplo feminicídio que chocou a Argentina, foi preso nesta terça-feira no Peru. Ele estava acompanhado de Matías Ozorio, argentino de 28 anos, considerado seu cúmplice no crime, transmitido ao vivo em redes sociais e que, segundo autoridades, teria conexão com o narcotráfico.
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Na quarta-feira passada, os corpos mutilados de duas jovens de 20 anos e de uma adolescente de 15 foram encontrados enterrados nos arredores de Buenos Aires. O caso causou comoção na sociedade argentina e intensificou protestos contra a violência de gênero.
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, celebrou a captura. “Quero parabenizar a Polícia Nacional do Peru pelo enorme trabalho e pela colaboração na captura dos dois foragidos do triplo crime. A Direção Antidrogas prendeu o ‘Pequeno J’”, escreveu no X (antigo Twitter).
Segundo o general Zenon Loayza Díaz, diretor de investigação criminal da polícia peruana, o trabalho de inteligência foi fundamental para localizar os suspeitos. Ele explicou que Valverde entrou no Peru pela Bolívia e tinha como destino a cidade de Trujillo, a 560 quilômetros ao norte de Lima. A prisão ocorreu na região de Chilca, 75 quilômetros ao sul da capital, dentro da cabine de um caminhão que transportava peixe.
“Pequeno J” será extraditado, enquanto Ozorio deverá ser expulso para a Argentina “no menor tempo possível”, disse o general.
De acordo com a Justiça argentina, ambos respondem pelo crime de “homicídio qualificado por concurso premeditado de duas ou mais pessoas, com crueldade, com traição e por violência de gênero, reiterado em três ocasiões, em prejuízo de três mulheres, entre elas uma menor de idade”, conforme nota da polícia peruana.
Embora não tenha antecedentes criminais no Peru, autoridades argentinas afirmam que Valverde atuava havia dois anos em “ações de sicariato” e “microcomercialização de cocaína”. Seu pai foi assassinado em 2018.
As jovens assassinadas foram identificadas como Morena Verdi, de 20 anos, sua prima Brenda del Castillo, também de 20, e Lara Gutiérrez, de 15. Todas desapareceram em 19 de setembro e foram encontradas dias depois em Florencio Varela, periferia sul de Buenos Aires.
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Segundo o ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso, o crime foi transmitido a um grupo fechado de 45 pessoas nas redes sociais. A gravação teria funcionado como mensagem de advertência de um chefe do narcotráfico por causa de um suposto roubo de drogas.
Imagens de câmeras de segurança mostram que as vítimas entraram voluntariamente em um carro, que as levou até a casa onde foram mortas.
O triplo feminicídio desencadeou forte indignação popular. No sábado, milhares de pessoas marcharam até o Congresso Nacional em Buenos Aires para exigir justiça e maior rigor contra crimes de violência de gênero.