Greta Thunberg foi presa ilegalmente pela Marinha israelense em águas internacionais — de novo. Dessa vez, com outros cerca de 400 ativistas de mais de 40 países, incluindo 14 brasileiros, que tentavam romper o bloqueio ilegal de Israel e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Como declarou a ativista sueca, a própria existência da missão revela o fracasso coletivo do multilateralismo e dos governos. Deveriam ser eles a garantir a entrada de alimentos e remédios e o fim do bloqueio ilegal ao enclave palestino. A falha revela uma fissura mais profunda. Em 2024, os gastos militares globais atingiram a cifra recorde de US$ 2,7 trilhões, um incremento de 9,4% em relação ao ano anterior. Pelo décimo ano consecutivo, o mundo aumentou o orçamento das guerras — ao mesmo tempo que a COP29 foi incapaz de garantir o mínimo de US$ 1,3 trilhão anual para ações climáticas nos países em desenvolvimento. O genocídio cometido pelo Estado de Israel em Gaza expõe a conexão entre as múltiplas crises enfrentadas pela humanidade, com gigantes como as indústrias fóssil e a da guerra expandindo lucros enquanto matam as pessoas e o planeta. (Leila Salim)
Bancos brasileiros, como Itaú, BTG e BNDES, investiram US$ 6,92 bilhões na expansão da indústria do combustível fóssil na América Latina e no Caribe entre 2022 e 2024. É o que mostra um relatório do Instituto Internacional Arayara e da organização alemã Urgewald. No total, os empréstimos vieram de 297 instituições, totalizando US$ 138,5 bilhões. EUA, Canadá, Europa, China e Japão respondem por 92% do financiamento.
Patrocínio master: 1,5°C na conta deles
O estudo mostra que a Petrobras levou US$ 8 bi em financiamentos bancários no período. Sim, pedir e fazer empréstimos é do jogo no neoliberalismo. Mas, ao financiar continuamente a expansão dos combustíveis fósseis, gigantes financeiros aprofundam ainda mais a crise do clima, levando o mundo além do limite de 1,5°C de aumento da temperatura, estipulado no Acordo de Paris.
A floresta no jogo do mercado de carbono
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Uma floresta em terra indígena ou um mangue em área protegida podem gerar créditos de carbono? Ou a primazia cabe só a outros setores, como os de resíduos e energia? O tema será debatido nesta semana, em Bonn, na Alemanha, pelo órgão da COP que trata do Artigo 6.4 do Acordo de Paris. O artigo, que teve o texto final aprovado na COP29, criou um mecanismo global para as transações de crédito de carbono. Agora, o órgão técnico começa a definir as regras finais para ele se tornar operacional — e as propostas em discussão podem dificultar o acesso ao setor do uso da terra.
A Bangu: os vetos presidenciais na mesa de Alcolumbre
Presidente do Congresso, Davi Alcolumbre tem na mesa nada menos do que 56 vetos presidenciais a serem apreciados. Há de tudo: vetos contra o aumento no número de deputados, contra alterações na legislação tributária ou no “Minha casa, minha vida”. No meio disso, tramitam os vetos contra a lei que destrói o licenciamento ambiental. O receio da sociedade civil é de que eles sejam apreciados no atacado, em uma sessão conjunta, e acabem virando moeda de troca para a manutenção daqueles vetos que são mais caros ao governo.
Vitória suada: menor número de queimadas do século
Depois da tragédia de 2024, o número de focos de queimada no Brasil caiu 84% neste ano. Até o último dia 2, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) havia registrado 79.024 focos, o menor número para o período desde 2000 (62.120 focos). Na Amazônia, o número é o menor da série. A estação de fogo está sendo branda na América do Sul, mas, antes que os Aldos Rebelos da vida perguntem “cadê o aquecimento global?”, no hemisfério Norte os incêndios florestais estão batendo recordes.