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‘Tem que sofrer mesmo’, afirmou bombeiro durante socorro a estudante de medicina baleado por PM

BRCOM by BRCOM
outubro 16, 2025
in News
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Novas imagens mostram estudante morto pela PM agonizando antes de socorro chegar e pai do jovem chegando para pedir informação

Imagens de câmeras corporais da Polícia Militar mostram que o estado de saúde do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi motivo de risada entre bombeiros e um PM durante o atendimento dele no hospital. A conversa se deu na entrada do centro cirúrgico, para onde o jovem foi encaminhado após ser baleado por policiais militares dentro de um hotel na Vila Mariana, na região Sul de São Paulo, em novembro do ano passado

“As meninas falaram que eles estão sem tomografia, não tem como localizar nada, vai ser na mão”, diz um bombeiro, ao que outro responde: “Tem que sofrer mesmo, pô”. Outro agente, então, sorri.

O GLOBO questionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sobre a conduta dos bombeiros e aguarda resposta.

Os registros exibem o jovem agonizando depois de ser baleado. Segundo a família, o jovem só chegou a um hospital para receber atendimento médico 47 minutos depois que levou o tiro.

O médico Júlio César Acosta Navarro, pai da vítima, afirma que o disparo da PM ocorreu às 2h49. Os bombeiros, segundo Júlio, demoraram aproximadamente 20 minutos para chegar, mais 15 minutos para deixarem o local com o jovem e outros 12 minutos até o pronto atendimento. O filho chegou ao Hospital Ipiranga às 3h36.

O socorro foi feito por uma ambulância do Corpo de Bombeiros da PM. A família questiona a demora no atendimento e a escolha do pronto socorro de destino, diante da grande oferta de unidades hospitalares mais próximas ao local do crime.

— Como médico, sei todas as falhas. Foi uma verdadeira conspiração contra o meu filho. A 20 metros do hotel onde tudo aconteceu, tem um hospital que oferece cirurgia. Deixaram meu filho agonizar. Demoraram para atender. Levaram longe, para um local sem tomografia, mesmo depois de alertados. Não fizeram a compressão do sangramento, não deram um soro — lamentou o pai.

Em outra imagem gravada pelas câmeras corporais, Júlio aparece descendo de um carro, após ter a notícia do ocorrido com o filho, e pedindo informações aos mesmos policiais envolvidos na morte: Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado.

Novas imagens mostram estudante morto pela PM agonizando antes de socorro chegar e pai do jovem chegando para pedir informação

As imagens foram obtidas pela família na semana passada, sete meses depois de pedir na Justiça o acesso às gravações de todas as câmeras corporais do batalhão envolvido no episódio. A decisão judicial favorável se deu dois dias antes de uma audiência de instrução do caso, ocorrida no último dia 9. Segundo os advogados da família, a fase de produção de provas foi encerrada depois da oitiva do bombeiro militar e do interrogatório dos policiais acusados.

“Durante a sessão, o depoimento da testemunha do corpo de bombeiros e as respostas dos réus trouxeram novos elementos que reforçam a tese da acusação sobre a deliberada má condução do socorro e as inúmeras contradições na versão da defesa. Para a assistência à acusação, as provas são inequívocas e demonstram não apenas a autoria e a brutalidade do crime, mas também as qualificadoras que o tornam ainda mais grave. As diversas provas dos autos comprovam a impossibilidade de defesa da vítima e a motivação torpe da ação policial”, diz a nota, dos escritórios Medeiros e Uzoukwu Advogados e Smith Ferreira Sampaio Sociedade de Advogadas e Advogados.

Agora, os advogados, no papel de assistentes de acusação, pedem o avanço do processo para a fase final de alegações antes da decisão de pronúncia. Eles querem a prisão preventiva dos policiais.

Marco Aurélio comemoraria 23 anos neste dia 14 de outubro. Julio escreveu uma carta ao filho, e contou como se sentiu, na última semana, ao ver nas imagens recentes que pediu informação justamente aos PMs que o assassinaram.

“Depois de terem agido criminosa e cruelmente, mentiram descaradamente para seus colegas como uns doentes de maldade, tão covardes que podem levar ao Brasil a não ser somente no mundo conhecido pelo fato de ser o país do futebol, do samba, o país grandioso territorialmente e em população, mas também… o país com a Polícia Militar mais violenta e mais covarde do mundo”, diz o trecho.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informa que o caso mencionado pela reportagem, ocorrido em novembro de 2024, foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que encaminhou o inquérito policial à Justiça.

“Desde então, não houve retorno do caso ao departamento. O policial já havia sido indiciado no Inquérito Policial Militar (IPM) por homicídio doloso e permanece afastado das atividades. A Polícia Militar aguarda a conclusão do processo criminal e manifestação do Poder Judiciário”.

A pasta diz ainda que o atendimento a ocorrências com vítimas segue protocolos integrados de emergência, realizados em conjunto pelo Corpo de Bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Após o acionamento, as equipes são despachadas conforme a disponibilidade de cada instituição”.

Marco Aurélio era estudante de medicina da faculdade Anhembi Morumbi. De apelido “Bilau”, ele se apresentava nas redes sociais como mestre de cerimônia e compositor. Seu nome artístico era MC Boy da VM.

No Boletim de Ocorrência do caso, consta que os PMs não usavam câmeras corporais, informação equivocada. No BO, os policiais relataram que o estudante “estava bastante alterado, agressivo, e resistiu à abordagem policial, entrando em vias de fato com a equipe policial e, em determinado momento, tentou subtrair a arma de fogo” de um deles.

Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento mostrou que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem.

Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

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