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‘Todos saem ganhando’, diz presidente da Novartis Internacional sobre estudos de novos medicamentos feitos no Brasil

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outubro 20, 2025
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O presidente da Novartis Internacional comenta sobre as pesquisas voltadas a enfermidades que ainda não possuem tratamento — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

É no futuro do tratamento de diversos tipos de câncer, de doenças difíceis de tratar, terapias avançadas, além da cardiologia, que a Novartis mira seu cardápio de desenvolvimento de novas drogas, que se aproxima de 100 novos candidatas em diversas fases de estudo. A farmacêutica é responsável, por exemplo, pela Zolgensma, droga inovadora para Atrofia Muscular Espinhal (AME). O medicamento é parte de um recente acordo de compartilhamento de risco com o Ministério da Saúde — o governo federal condicionou o pagamento do fármaco ao bom desempenho do uso nos pacientes. A terapia, em média, tem custo de cerca de R$ 7 milhões para sua única dose. Um valor que, explica Patrick Horber, presidente da unidade Internacional da Novartis, equivale ao custo do tratamento com outras drogas para a doença por 8 anos. A diferença aqui, porém, é que outros medicamentos necessitam de uso crônico, o que pode se prolongar por décadas, enquanto no caso da Zolgensma somente uma aplicação é prevista, levando a um custo menor e melhor prognóstico. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, o executivo falou sobre novas moléculas inovadoras que podem chegar ao mercado e de como o Brasil lida com a incorporação de novas tecnologias.

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Qual droga poderá transformar o mercado em poucos anos?

Sou médico de formação e quando estudei medicina, o tratamento oncológico era feito com quimioterapia e radioterapia. E, ao observar pacientes após a radioterapia, a pele estava até avermelhada, pois muita radiação atingia o tecido ao redor do tumor. Não era possível irradiar apenas uma célula. O que fazemos agora é identificar um receptor específico do tumor. No nosso caso aqui, no câncer de próstata. A radiação ocorre dentro da célula, destruindo-a. Essa é uma enorme diferença em relação à radioterapia tradicional. Já aplicamos essa tecnologia no câncer de próstata e estamos pesquisando muitos outros tipos de câncer. Como glioblastoma (no cérebro), carcinoma pancreático, câncer de pulmão, todos difíceis de tratar. Pesquisamos câncer de mama e colorretal. Eu diria que o que mais provoca entusiasmo é o avanço do tratamento de radioligantes para oncologia, além de potenciais usos da terapia gênica. As CAR-T cells (com células do próprio paciente potencializadas em laboratório), que desenvolvemos para doenças hematológicas, agora estamos observando para doenças imunológicas, como lúpus.

E as doenças para as quais não há tratamento?

Acho que somos conhecidos por trabalhar com doenças onde há uma enorme necessidade médica não atendida. Então, estamos olhando, por exemplo, para a doença de Huntington (rara e neurodegenerativa). Temos um tratamento que está entrando agora em uma etapa de desenvolvimento de fase 3, para a qual não há tratamento disponível até agora.

As doenças cardiovasculares são muito prevalentes. O que há para elas?

Em doenças cardiovasculares, temos um programa para tratar pacientes com Lipoproteína A. Essa é uma mutação genética, então é uma doença genética, que afeta 20% da população. E sabemos que se você tem a lipoproteína A elevada, você tem um risco muito maior de ter um evento cardiovascular. Isso significa que a pessoa pode ter um infarto, um acidente vascular cerebral (AVC), ou quaisquer outros problemas. E teremos a leitura de dados no próximo ano, no primeiro semestre, onde eu espero que sejamos capazes de mostrar que reduzimos o risco cardiovascular em uma certa porcentagem. E se isso for realmente verdade, se formos realmente capazes de reduzir a lipoproteína A e, com isso, também reduzir o risco cardiovascular em 20% ou 15%, então esse seria um próximo tratamento incrível, sem outro disponível nesta fase. É uma prevenção, como reduzir o colesterol.

O presidente da Novartis Internacional comenta sobre as pesquisas voltadas a enfermidades que ainda não possuem tratamento — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Vocês são produtores da Zolgensma, o remédio que chegou a ser anunciado como “mais caro do mundo”. Por que alguns medicamentos podem ser tão caros?

É o que eles fornecem no final para o paciente e para a sociedade. A droga passou por muitas, muitas Avaliações de Tecnologias em Saúde (reguladoras, como a Conitec). E todas elas validaram o Zolgensma como um tratamento eficiente. E estamos usando-o aqui no Brasil também. E, no final, se você pensar na forma como o preço está sendo estabelecido, ele também foi baseado em outros tratamentos que estavam disponíveis. E o fato é que este é um tratamento de uso único em comparação com muitos outros tratamentos de uso crônico. É um cálculo baseado no parecer das entidades avaliadoras que dizem: ‘Escute, isso pode reduzir o custo de tratamento crônico para 8 anos’. (O preço) é um reflexo do valor que este produto está dando aos pacientes.

Seu trabalho é olhar para o mercado globalmente considerando Europa, Ásia, África, Austrália, Canadá e América Latina. Qual o país tem o melhor modelo de inclusão de novos medicamentos?

Não consigo te dar a resposta perfeita. O que eu penso é que cada país tenta encontrar a sua solução para fornecer o melhor acesso à sua sociedade. E alguns países podem fazer isso melhor e outros talvez o façam menos bem. O que eu posso dizer que o Brasil evoluiu muito bem nos últimos anos. Mesmo do ponto de vista do tempo de aprovação, em geral, você obtém agora uma média de dois anos após a aprovação do FDA (Agência Reguladora dos EUA) para ser aprovado aqui. O que eu acho que é progresso. O que eu gosto no Brasil é que há o diálogo. O Brasil está evoluindo.

Qual o cenário do desenvolvimento de novas drogas no Brasil?

Temos 90 a 95 estudos em andamento e fazemos isso ao redor do mundo. Vamos da fase 1 até a fase 3. Não fazemos fases 1 em muitos lugares, mas fazemos no Brasil porque acreditamos que há centros de análise, universidades, em que é possível trabalhar em conjunto. Todos saem ganhando. Aqui temos as quatro áreas de desenvolvimento: oncologia, doenças cardiovasculares, imunologia e neurociência. Queremos manter esse andamento e até aumentar o volume de estudos, porque a população do Brasil é muito diversa. Eu adoraria trazer mais inovação para o país.

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