O relógio marcava pouco mais de 3h30 da madrugada quando a estrada no interior de Goiás se transformou em cenário de uma tragédia que paralisou o Brasil. Há exatamente 10 anos, o sertanejo Cristiano Araújo e sua namorada, Allana Moraes, perderam a vida em um acidente de carro que interrompeu precocemente o sonho de um dos cantores mais promissores do país.
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Na época, Cristiano Araújo vivia o auge da carreira. Com sucessos como “Cê Que Sabe”, “Maus Bocados” e “Caso Indefinido”, era presença garantida nas rádios e nos palcos lotados pelo país. O talento e o carisma do goiano o consolidavam como um dos principais nomes do sertanejo universitário.
Naquela madrugada de 24 de junho de 2015, Cristiano, de 29 anos, deixava um show em Itumbiara e seguia para Goiânia ao lado de Allana, de apenas 19 anos. Eles viajavam no banco traseiro de uma Range Rover, acompanhados do empresário Victor Leonardo e do motorista Ronaldo Miranda. Em um trecho da BR-135, nas proximidades de Morrinhos, o veículo capotou após sair da pista.
Cristiano e Allana foram arremessados para fora do carro. A jovem morreu na hora. O cantor chegou a ser socorrido, transferido em uma UTI móvel e levado ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas não resistiu.
O acidente, segundo investigações, aconteceu 21 minutos após uma parada em um posto de combustíveis. O laudo revelou que o veículo estava a 179 km/h, em uma rodovia onde o limite era de 110 km/h.
Apesar do bafômetro não apontar ingestão de álcool, o excesso de velocidade resultou na acusação de duplo homicídio culposo contra o motorista Ronaldo Miranda, que foi indiciado e chegou a ser preso em 2022 por descumprimento de penas, mas solto em menos de 24 horas.
A comoção nacional foi imediata. Cerca de 50 mil pessoas passaram pelo Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia, para se despedir de Cristiano e Allana.
Fãs viajaram horas para prestar homenagens. “Meu marido também era fã dele e ficou doente em casa quando soube da morte. Ficaria esperando o tempo que fosse preciso para me despedir dele”, contou à época a professora Gilma Maria Reis, que aguardou mais de duas horas na fila.
Celebridades também marcaram presença no adeus. “Éramos amigos de infância, conhecia o Cris desde os 10 anos. Uma perda muito grande”, lamentou o ex-BBB Yuri Fernandes.
Hoje, uma década depois, os hits de Cristiano Araújo continuam embalando fãs — são mais de 4,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify — e seu estilo ainda inspira artistas e novos sertanejos.
Entre os que carregam seu nome no coração está o filho Bernardo, que tinha apenas dois anos na época do acidente e sonha em seguir os passos do pai. “Ele nunca imaginou que ia ser um cantor famoso, reconhecido, e ele deixou esse legado de acreditar nos seus sonhos independente de quem você for”, disse o jovem em entrevista ao g1.