Trump critica Israel e Irã por falha em cessar-fogo; trégua anunciada era desconhecida até por funcionários americanos

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— Basicamente, temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta força que não sabem o que por** estão fazendo — disse Trump ao comentar a troca de acusações entre Israel e Irã sobre os ataques sofridos após o início do cessar-fogo nesta terça-feira, antes de embarcar para uma reunião da Otan em Haia.

Jornalistas que acompanham a agenda do presidente diariamente apontaram que a linguagem usada por Trump, incluindo um palavrão, são atípicas para um líder que tenta manter sempre a postura de um negociador frio. Alguns apontaram que os sinais de irritação seriam fruto da frustração com a possível falha do acordo — algo que o republicano pretende apresentar como uma vitória diplomática, após os insucessos nas negociações envolvendo Gaza e Ucrânia.

Ainda aos jornalistas reunidos no jardim da Casa Branca, Trump revelou estar “realmente insatisfeito” com Israel por ter ordenado um ataque ao Irã logo após concordarem com o cessar-fogo. Ele disse que “também não estava satisfeito com o Irã”, mas os israelenses pareciam no centro da crítica do presidente, que também elevou o tom nas redes sociais.

“ISRAEL. NÃO LACEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRANDE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA! DONALD J. TRUMP, PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS”, escreveu o republicano em uma publicação na Truth Social mais cedo, antes de se encontrar com os jornalistas.

Em uma segunda publicação, cerca de 40 minutos depois e repetindo a assinatura ao fim do post, ele completou: “ISRAEL não vai atacar o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e voltarão para casa, enquanto fazem um amigável “Aceno de Avião” para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor! Agradecemos a sua atenção! “.

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O cessar-fogo foi anunciado por Trump por volta das 18h (19h em Brasília) de segunda-feira, dois dias após o bombardeio americano contra instalações nucleares iranianas, e poucas horas depois de um ataque lançado por Teerã contra bases militares americanas na região. Inicialmente, autoridades dos dois países negaram que houvesse qualquer adesão a um acordo, mas entre a noite de segunda e a madrugada desta terça, os dois países disseram estar de acordo com o fim do conflito — cada um tentando se mostrar vencedor.

O Irã só admitiu oficialmente o cessar-fogo por meio de um comunicado do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, que disse estar “impondo um cessar-fogo” a Israel e que “forçou o inimigo a se arrepender e aceitar a derrota e a interromper unilateralmente sua agressão”. O gabinete do premier israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado dizendo estar alinhado com a proposta dos EUA e que a ameaça “imediata” de um Irã nuclear foi removida.

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Um alto funcionário da Casa Branca ouvido pelo New York Times sob a condição de anonimato disse que a decisão abrupta de Trump em fechar um acordo para interromper o conflito na segunda-feira pegou até mesmo alguns dos principais funcionários do governo de surpresa — embora pessoas do círculo íntimo do presidente, como o vice-presidente, JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial ao Oriente Médio, Steve Witkoff, tenham ajudado a pressionar pelo cessar-fogo.

Ele não comentou os termos que cada país aceitou, afirmando apenas que o Catar também foi parte da negociação entre israelenses e iranianos.

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À bordo do Air Force One rumo à Europa, Trump telefonou para Netanyahu após a decolagem e disse ter instruído o premier a trazer de volta aeronaves militares que estariam “prestes a atacar o Irã”. Um funcionário da Casa Branca disse que o republicano foi “firme e direto” com o líder israelense sobre o que precisava ser feito para manter o cessar-fogo.