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uma das vítimas de ataque a tiros em Irajá era percussionista e estava em projeto social

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outubro 17, 2025
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Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Um dos homens mortos no ataque a tiros contra pessoas em situação de rua, na madrugada desta sexta-feira, em Irajá, na Zona Norte do Rio, era conhecido pelos moradores da região como Bahia. Antes de viver nas ruas, ele trabalhava como cabeleireiro e, em seu estado de origem, era percussionista, atividade que seguiu em projeto social oferecido na região. Além dele, um homem também foi morto e outro ficou ferido, ambos também em situação de rua.

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— Eu conhecia ele. Antes de ser morador de rua, o Bahia tinha um salão de cabeleireiro. Cortava o cabelo da minha mãe, que tinha Alzheimer, lá em casa. Depois que ele teve problema com droga, acabou vindo parar na rua. Já tem tempo que ele vive aqui embaixo do viaduto — contou um morador, que preferiu não se identificar.

Ele relatou ainda que conversou com Bahia dois dias antes do crime:

— Passei aqui e perguntei do colchão dele, porque estavam recolhendo os colchões do pessoal. Ele disse que o dele estava guardado. A gente ainda brincou, uma colega falou: “qualquer dia passam aqui e atiram”. E aconteceu — disse.

Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

O ataque ocorreu por volta das 4h da manhã, na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., nas proximidades da Estação de Metrô de Irajá. Segundo a Polícia Militar, os criminosos desceram de um carro e dispararam contra as vítimas, que dormiam sob o viaduto. Cápsulas de fuzil e de pistola foram encontradas no local.

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De acordo com um policial que fazia a guarda da área, os disparos não foram concentrados em um único ponto — os corpos ficaram em extremidades opostas do viaduto. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada para investigar o caso, e equipes chegaram por volta das 9h.

Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

As vítimas viviam no local, onde há colchões, sofás, cobertores e roupas espalhados. Durante a manhã, equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social também acompanham a situação e fiscalizam o atendimento às pessoas em situação de rua.

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  • ‘Começava a cantar e animava todo mundo’
      • uma das vítimas de ataque a tiros em Irajá era percussionista e estava em projeto social

‘Começava a cantar e animava todo mundo’

Antes de viver nas ruas, Bahia era percussionista e participou de atividades do Batikum Afro, projeto social que promove oficinas e apresentações de música afro-brasileira em comunidades da Zona Norte do Rio.

Segundo Luccas Xaxará, diretor do projeto, Bahia era uma presença constante nos encontros.

— Ele cantava, participava e estava sempre com a gente. A gente tocava percussão baiana, e ele lembrava muito do território dele, de Salvador. Um dia ele apareceu do nada e começou a interagir, cantar junto. Daí criamos uma relação, todo ensaio ele aparecia — contou.

Bahia (centro, à frente) participava de oficina de percussão para pessoas em situação de rua, em Irajá — Foto: Reprodução
Bahia (centro, à frente) participava de oficina de percussão para pessoas em situação de rua, em Irajá — Foto: Reprodução

Luccas fala das ações sociais com pessoas em situação de rua na região.

— Já fizemos café da manhã com eles aqui. Nunca tivemos problema, muito pelo contrário, sempre apoiaram o projeto. O Bahia estava sempre por perto, sorridente, espontâneo — disse.

De acordo com Xaxará, Bahia havia sofrido um AVC, o que limitou parte de seus movimentos, mas isso não o afastou da música.

— Ele tinha uma paralisia no braço, então não conseguia mais tocar, mas cantava com a gente. Chegava, começava a cantar e animava todo munda — relembra.

Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Pessoas em situação de rua são assassinadas a tiros embaixo de viaduto do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio. Dois homens morreram no local e um ficou ferido — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Segundo os moradores, o ataque a tiros é “estranho”, pois as vítimas que ali viviam já eram conhecidos da região. Uma mulher que preferiu não ser identificada disse que os homens em situação de rua não ameaçavam ou amedrontavam ninguém.

— Se fosse o contrário, não estaríamos aqui falando isso. Eles ficavam na deles, até protegiam quem passava por aqui à noite — disse a moradora.

O viaduto divide as comunidades Rio d’outo e Malvina, comandada pelo Terceiro Comando Puro (TCP).

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