O Vaticano divulgou nesta quinta-feira uma imagem mostrando como será o túmulo do Papa Francisco na Igreja de Santa Maria Maior, em Roma. Em comunicado, a Santa Sé declarou que a tumba foi feita em mármore de origem lígure. Ela terá apenas a inscrição “Franciscus”, como desejava o Pontífice, e a reprodução de sua cruz peitoral. A tumba está situada perto do altar de São Francisco.
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A pedra de mármore vindo da Ligúria, no noroeste da Itália, também foi um pedido de Francisco, que desejava homenagear a “terra de seus avós”. O público poderá começar a visitar o túmulo na basílica romana já na manhã de domingo, segundo anunciou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. Francisco será enterrado no sábado, em uma cerimônia que contará com a presença de centenas de líderes de governo e Estado.
Ao menos 61 mil pessoas visitaram a capela-ardente do Papa na Basílica de São Pedro até a manhã desta quinta-feira, segundo o Vaticano. Milhares de pessoas continuam esperando em longas filas para prestar suas homenagens ao primeiro Pontífice latino-americano. A capela-ardente foi aberta na quarta de manhã e fechará na sexta-feira à noite.
O Papa Francisco, morto na segunda-feira após um AVC que levou a uma insuficiência cardíaca irreversível, deixou por escrito em testamento como desejava ser enterrado: na Basílica de Santa Maria Maggiore, sem ornamentos especiais e com uma única inscrição com seu nome papal em latim. Com isso, o Pontífice se distancia da decisão de muitos de seus antecessores, enterrados na Basílica de São Pedro.
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Francisco sempre demonstrou afeto pelo local, dedicado a Maria, por onde passava para orar sempre após internações, antes de ir e ao retornar de viagens. Sua última passagem por lá foi feita após a sua internação no hospital Gemelli, em 23 de março.
Apenas outros cinco Papas tiveram seus restos mortais enterrados no local: Clemente VIII, Clemente IX, Paulo V, Sixto V, Pio V, Nicolau IV e Honório III. A Basílica de São Pedro, por sua vez, abriga quase 100 Pontífices, incluindo o Papa Bento XVI, antecessor de Francisco, que renunciou em 2013 e morreu em 2022. Assim como os Papas anteriores, Bento XVI foi sepultado em três caixões: um de cipreste, um de zinco e um de olmo, encaixados uns dentro dos outros.
Francisco, no entanto, ordenou que fosse usado apenas um caixão, feito de madeira e zinco. E indicou que um benfeitor — alguém que doou uma quantia destinada pelo Papa à sua sepultura — arcaria com os custos do sepultamento. Embora não se saiba se esta é a primeira vez que um Papa ordena que o Vaticano se abstenha dos custos do enterro, a decisão é rara, sem precedentes recentes, e indica que Francisco preferiu que as despesas não recaíssem sobre a Santa Sé. (Com AFP)