O estado do Rio de Janeiro deve enfrentar chuvas intensas a partir desta sexta-feira, alerta a Climatempo. A expectativa é de que o volume acumulado em apenas três dias ultrapasse a média para todo o mês de abril, aumentando o risco de deslizamentos e alagamentos em algumas regiões. Um estudo inédito revelou que 599 mil moradias no estado estão localizadas em áreas de risco de desastres causados por chuvas fortes. Confira quais são essas regiões.
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Segundo meteorologistas, as chuvas serão causadas pelo avanço de uma frente fria, atingindo com mais intensidade o sul da Região Serrana e, em seguida, áreas ao norte da capital fluminense.
Em relação a inundações, Santa Cruz, Guaratiba, Campo Grande, Maré e Sepetiba são os bairros com mais residências em áreas de alta e muito alta vulnerabilidade, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Ambiental Media em parceria com o grupo de pesquisa RioNowcast+Green, do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Confira o mapa:
Em Santa Cruz, elas somam 41.243 residências com risco de alagamentos, ou 36,57% do total, incluindo as margens da Base Aérea e trechos da Avenida João XXIII.
Separando somente as casas com alta vulnerabilidade de enchentes, em Guaratiba, a maioria está no loteamento Jardim Maravilha; no Complexo da Maré, no Parque União; e em Sepetiba, elas estão espalhadas por todo o bairro. Já em Campo Grande, há muitos domicílios em alta vulnerabilidade no Bairro Nova Aguiar e às margens do Canal do Melo, como os do Bairro Alessandra.
O estudo também mostrou que a Rocinha é o bairro do Rio que tem mais casas com risco (alto e mais alto) de serem atingidas por deslizamentos: são mais de dez mil (42% do total) em alta vulnerabilidade, das quais 1,4 mil em muito alta — boa parte fica na localidade conhecida como Paula Brito, onde há uma escola municipal de mesmo nome. Depois vêm Santa Teresa, Copacabana, Tijuca e Rio Comprido.
Em Santa Teresa, a maioria das moradias em vulnerabilidade muito alta está no alto do Morro dos Prazeres; e uma parcela significativa mora no Morro do Escondidinho. Em Copacabana, estão no Pavão-Pavãozinho; na Tijuca, se dividem entre as favelas do Borel e do Salgueiro; e, no Rio Comprido, estão no Turano.
A mudança brusca é reflexo de uma frente fria que se aproxima do estado. Há potencial de enchentes, enxurradas e alagamentos. O destaque fica com os municípios da parte sul da Serra Fluminense — como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo — em que os acumulados de chuva devem variar entre 250mm e 350mm. Essa é a região que deve ser a mais afetada.
A partir desta quinta-feira, no entanto, a população já deve ficar atenta pelas chances de chuva forte. A capital é uma das cidades com previsão de registrar acumulados entre 150 mm e 250 mm de chuva, entre sexta-feira e domingo.
A área destacada com o alerta de perigo inclui também municípios do norte do estado, como Campos dos Goytacazes, São Fidélis e Macaé. Já no Sudoeste do estado, na divisa com Minas Gerais e São Paulo, os acumulados de chuva devem ser menores, mas ainda elevados, variando entre 100mm e 150mm ao longo dos próximos dias.
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O Alerta Rio, por meio do Centro de Operações Rio (COR), destacou a previsão de pancadas de chuva de intensidade moderada a forte, já partir desta tarde. E deve continuar, ao longo de muitas horas consecutivas. As pancadas podem vir acompanhadas de raios e rajadas de ventos. Uma das recomendações é evitar se deslocar no momento de chuva.
Os ventos também ficarão intensos. A Climatempo prevê que, na sexta-feira, as fortes rajadas acontecerão durante os temporais, com rajadas previstas de 60 a 80 km/h. No sábado, venta ao longo de todo o dia com algumas rajadas alcançando de 50 a 70 km/h. Há condições para queda de galhos, árvores e estruturas metálicas.
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A empresa também ressalta que o mar ficará agitado, com ondas que podem alcançar os 3 metros de altura durante o sábado e domingo.
Segundo a empresa, a virada do tempo pode provocar eventos que se assemelham a outros que aconteceram em Petrópolis, Teresópolis, Angra dos Reis e Paraty nos últimos anos.