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Vendaval de Trump exige diálogo e estratégia

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abril 28, 2025
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Capa do audio - Momento da Política - Merval Pereira

O segundo mandato de Donald Trump marcou o retorno da política comercial America First, com mais pressão internacional. Em fevereiro, os Estados Unidos lançaram o plano de comércio “justo e recíproco” e intensificaram o uso de tarifas de importação para conter o déficit comercial e impulsionar a indústria doméstica.

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As novas medidas vêm acirrando tensões comerciais globais, provocando ameaças de retaliação e ampliando a incerteza econômica. Sem recuo, essas ações tendem a enfraquecer as cadeias globais de valor, alterar fluxos comerciais, elevar a inflação e forçar altas nos juros — fatores que afetam diretamente o crescimento mundial.

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A parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos é estratégica, com fluxos robustos de comércio e investimentos. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira e lideram como origem e destino de investimentos bilaterais. Em 11 dos 20 principais produtos exportados pelo Brasil, somos o maior fornecedor do mercado americano.

A decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas adicionais de 10% sobre produtos brasileiros, além de taxar adicionalmente setores específicos, é preocupante. Embora os americanos mantenham superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos — totalizando US$ 256,9 bilhões na última década quando se consideram bens e serviços —, o governo optou por barreiras que comprometem essa relação historicamente vantajosa.

A alta das tarifas nos Estados Unidos tende a elevar o custo de produtos importados, pressionar a inflação e manter os juros elevados por mais tempo. O impacto recai sobre o Brasil, com efeitos sobre a taxa de câmbio, inflação e crescimento. Se o diferencial de juros entre os dois países cair, o real tende a se desvalorizar, o que pode forçar o Banco Central a manter juros altos, dificultando ainda mais a retomada econômica.

Diante disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem atuado com estratégia. Do ponto de vista técnico, iniciou o monitoramento das tarifas e desenvolveu ferramentas para avaliar impactos sobre exportações e importações. No plano institucional, articula junto ao Congresso a modernização de instrumentos jurídicos eficazes para reagir a práticas comerciais unilaterais, participa de consultas públicas com análises e argumentos técnicos nos Estados Unidos e coordena posições com o governo brasileiro.

A postura da CNI se baseia na capacidade da indústria de influenciar políticas comerciais com base em dados, diálogo e estratégia. Ainda assim, o Brasil se vê inserido num tabuleiro geoeconômico volátil em que a previsibilidade do comércio internacional vem sendo substituída por uma lógica de barganha e incerteza.

Estudos iniciais apontam para impactos globais expressivos. Um relatório da Universidade Federal de Minas Gerais estima que a guerra comercial poderá reduzir o PIB mundial em US$ 205 bilhões e o comércio em US$ 502 bilhões. O Brasil pode ser afetado negativamente, sobretudo na indústria.

Enquanto oportunidades criadas pela reorganização de cadeias produtivas podem beneficiar alguns setores brasileiros, riscos de redirecionamento de importações provenientes de outras economias preocupam outros setores.

Ainda é cedo para dimensionar a extensão desses impactos, mas, nesse cenário global em transformação, o Brasil precisa fortalecer sua política industrial, estimular a inovação e aprofundar a integração internacional orientada por sustentabilidade e competitividade. O Brasil deve manter disciplina, visão estratégica e uma atuação institucional eficaz. A CNI seguirá como comprometida aliada na defesa da indústria nacional — pronta para contornar eventuais desafios e aproveitar as oportunidades.

*Ricardo Alban, empresário, é presidente da Confederação Nacional da Indústria

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