A morte de Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, completa uma semana nesta quarta-feira. Durante as investigações, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) teve acesso a vídeos que ajudam a explicar as circunstâncias do crime, ocorrido no Engenho da Rainha, na Zona Norte. Nas imagens, é possível ver que a moto onde o adolescente estava como garupa fica no meio do fogo cruzado entre PMs e criminosos. Outros dois carros também atravessaram o confronto.
Vídeo mostra momento em que adolescente foi morto durante perseguição policial no Rio
As gravações, feitas em ângulos diferentes, somam pouco mais de um minuto. Elas começam com uma viatura da PM parando bruscamente no meio da rua, de onde três agentes descem do veículo e se posicionam à lateral dele, com armas em punho. Neste instante, um carro preto em sentido contrário desacelera ao passar em frente aos PMs, situação que se repete com a moto onde estava Gabriel e também com um carro prateado, o último a presenciar o confronto.
O veículo dos criminosos aparece nas filmagens um segundo após à chegada do prateado. Eles aceleram e atiram antes de passarem pelos policiais, derrubando a moto onde estava o adolescente. O confronto dura cerca de quatro segundos, com impacto somente ao piloto e ao garupa, já que os demais carros saem após fuga dos criminosos.
Com base nas filmagens, no laudo de necropsia e no depoimento do piloto, os investigadores afirmam que os disparos que atingiram Gabriel partiram dos criminosos perseguidos pelos PMs. Essa situação diverge da versão de parentes do rapaz, que acusam os agentes de o terem confundido com os suspeitos.
A versão da DHC, neste primeiro momento, revela que, como os tiros atingiram Gabriel pelas costas — conclusão do laudo de necropsia —, seria difícil terem partido dos PMs, já que esses estavam à frente da moto onde estava Gabriel — informação baseada na análise das câmeras de segurança.
Parentes de Gabriel afirmam que testemunhas relataram outra dinâmica dos fatos. Segundo a tia do adolescente, Sara Rodrigues, moradores da região disseram que não houve perseguição, e que os policiais teriam atirado diretamente contra a motocicleta.
— Muitos moradores disseram que não teve perseguição nenhuma. Eles falam que os policiais atiraram para cima deles. Acredito que acharam que a moto tinha alguma relação com esse veículo suspeito — contou Sara.
Segundo a família, Gabriel foi atingido por cinco tiros. O sepultamento do jovem está marcado para esta sexta-feira.