O ministro Cristiano Zanin Martins, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 45 dias as investigações do inquérito que apura um esquema de venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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As investigações miram uma rede de lobistas, desembargadores do Mato Grosso e ex-servidores de quatro gabinetes do STJ. O caso tramita sob sigilo no Supremo porque há menções a pelo menos um ministro da Corte superior: Paulo Moura Ribeiro.
Os outros gabinetes sob investigação são os dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes e Nancy Andrighi, o que já provocou constrangimentos e pânico entre integrantes do STJ.
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Nesta terça-feira, Zanin autorizou uma nova operação policial no âmbito da investigação, com foco em integrantes do Ministério Público do Tocantins, sinalizando que o esquema chegou a outros Estados. Um assessor foi preso.
Segundo a equipe da coluna apurou, a Polícia Federal pediu o esticamento do prazo de investigação para concluir o trabalho de análise do material recolhido nas operações de busca e apreensão, além dos relatórios de inteligência financeira que apontaram movimentações bancárias suspeitas de uma série de alvos da investigação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
“Defiro a prorrogação do prazo para conclusão das investigações por 45 dias, nos termos do artigo 230-C, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Zanin, em decisão assinada na última quinta-feira (13).
O dispositivo do regimento mencionado por Zanin prevê que o relator pode prorrogar o prazo de uma investigação a pedido da PGR ou da autoridade policial, que deverão indicar as diligências que faltam ser concluídas.
Conforme informou o blog, os investigadores descobriram que o motorista João Batista Silva recebeu entre 2019 e 2023 um total de R$ 2,625 milhões de uma empresa de propriedade do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô do escândalo que abalou o STJ.
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As cifras na conta do motorista chamam a atenção não só pelos valores depositados ao longo de cinco anos, mas também pelo fato de Batista ter sido beneficiário do auxílio emergencial federal criado na época da pandemia do coronavírus para ajudar pessoas de baixa renda.
Andreson e a mulher dele, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues, estão no centro da investigação.
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Uma das hipóteses cogitadas pela Polícia Federal é a de que Andreson promovia lavagem de dinheiro por meio de transferências para “contas de passagem” de pessoas físicas e jurídicas interpostas, além de saques e entrega de dinheiro em espécie.