O governo do Equador denunciou, nessa quarta-feira, que o rompimento de um duto, ocorrido há uma semana e que causou o derramamento de 3.800 barris de petróleo no noroeste do país, foi uma “sabotagem”. O vazamento contaminou vários rios e deixou meio milhão de pessoas sem acesso à água potável.
- Equador declara emergência por vazamento de petróleo em oleoduto que afeta meio milhão de pessoas
“Após algumas investigações, estamos vendo que isso foi uma sabotagem”, declarou a ministra de Energia, Inés Manzano, em entrevista à rádio FM Mundo, sem fornecer detalhes sobre possíveis responsáveis pelo incidente.
Inicialmente, as autoridades informaram que o estatal Sistema de Oleoduto Transequatoriano (SOTE) sofreu danos em 13 de março devido a um deslizamento de terra, causado por fortes chuvas na província costeira de Esmeraldas. Como consequência, cinco rios próximos ao Oceano Pacífico foram contaminados.
“Está sendo feita uma análise, que ainda não posso divulgar, mas o relatório técnico indica que isso pode ter sido provocado”, acrescentou a ministra.
Ela explicou que o rompimento causou o vazamento de 3.800 barris de petróleo e destacou que ocorreu em “uma área onde justamente o SOTE estava descoberto”.
O Comitê de Operações de Emergência (COE) nacional, presidido por Manzano, declarou emergência ambiental em Esmeraldas, província que faz fronteira com a Colômbia.
Cerca de 500 mil pessoas ficaram sem água potável, já que suas fontes de abastecimento foram contaminadas pelo petróleo, segundo Vicko Villacís, prefeito da cidade de Esmeraldas, capital provincial. O prefeito havia estimado o vazamento em 200 mil barris.
O governo está fornecendo água potável aos afetados, inclusive por meio de caminhões-pipa.
Anteriormente, a estatal Petroecuador informou que na sexta-feira o transporte de petróleo pelo SOTE foi retomado. O oleoduto tem capacidade para 360 mil barris por dia e é uma das duas tubulações que transportam petróleo da Selva Amazônica até os portos de Esmeraldas. A reparação exigiu a remoção de 225 mil metros cúbicos de terra.
Na terça-feira, a Petroecuador suspendeu parte das exportações, declarou emergência no SOTE e adotou a cláusula de força maior em suas operações para evitar sanções por eventuais descumprimentos de contratos com compradores.
Em 2024, o Equador produziu cerca de 475 mil barris/dia de petróleo, um dos principais produtos de exportação do país. Naquele ano, 73% da produção foi vendida ao exterior, gerando aproximadamente US$ 8,647 bilhões.