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a experiência da ‘música como ela é’ ganha versão brasileira

BRCOM by BRCOM
setembro 25, 2025
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Barbara Teixeira (à esq.), CEO da Anonymous Content Brazil, e Suraya Mohamed, produtora executiva da NPR Music, em gravação do Tiny Desk Brasil — Foto: Divulgação/Fernanda Carvalho

Produzido desde 2008, o programa Tiny Desk, da NPR (organização de radiodifusão pública americana com sede em Washington, DC), é hoje um dos formatos de maior sucesso da internet: em apresentações intimistas junto a uma pequena mesa de escritório e algumas estantes, artistas dos mais diferentes estilos, países e níveis de sucesso encontram abertura para mostrar seus dotes puramente musicais, sem efeitos especiais.

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É um palco despojado e descontraído por onde já passaram de Sting, Taylor Swift, Bono e The Edge (do U2) a Alicia Keys, Milton Nascimento & Esperanza Spalding, Billie Eilish e… os personagens de Vila Sésamo!

— Entrei pela porta, vi o Garibaldo lá e comecei a rir. A minha chefe na época estava lá e disse: “Ah, sim, todo mundo que entra aqui reage da mesma forma.” Ele é enorme. E teve também Ênio e Beto, foi muito especial — emociona-se, em entrevista por Zoom, Suraya Mohamed, produtora executiva da NPR Music responsável pelo Tiny Desk, quando perguntada sobre qual dos mais de mil programas da série mais a tinha tocado.

Esta semana, Suraya passou por São Paulo para assistir às gravações do Tiny Desk Brasil, versão nacional feita pela Anonymous Content Brazil (responsável pelo licenciamento e pela produção) e pelo YouTube Brasil (que faz a promoção e distribuição e o desenho do modelo comercial do projeto). Do início do mês que vem até o fim do ano, chegam à rede (no canal @TinyDeskBrasil no YouTube) os dez shows com artistas brasileiros, em cenário com mesa e estantes, montado com toques nacionais (discos, livros, filtro de barro, cobogó) e gravados segundo as regras do Tiny Desk americano (vide quadro abaixo), no escritório do Google, no 20º andar de um prédio da Avenida Faria Lima.

Barbara Teixeira (à esq.), CEO da Anonymous Content Brazil, e Suraya Mohamed, produtora executiva da NPR Music, em gravação do Tiny Desk Brasil — Foto: Divulgação/Fernanda Carvalho

Como todos os envolvidos no projeto, Suraya é obrigada a manter sigilo sobre as atrações do Tiny Desk Brasil e demais detalhes da produção.

— Faz cerca de dois anos desde que começamos a falar sobre essa ideia (de realizar um Tiny Desk Brasil) — disse, na mesma sessão de Zoom, a CEO da Anonymous Content Brazil, Bárbara Teixeira.

Para Suraya, indiana criada na Califórnia, a versão brasileira é “bem mais colorida” que a americana.

— Teve muito esforço e a criatividade para fazer uma mesa diferente da nossa, que foi construída de forma muito acidental, desorganizada, com pessoas simplesmente deixando coisas ali, sem muita ideia de onde deveriam ficar — conta ela, lembrando que cada artista participante é estimulado a deixar um objeto seu na mesa (e a curiosa prática foi abordada numa série no Instagram). — Até falei com a minha colega, que veio comigo ao Brasil, que quando voltarmos (à sede do NPR, em Washington) vamos limpar as prateleiras, porque tem muita desorganização sem sentido. Mas acho que é esse o apelo do Tiny Desk. Adoro as cores, a beleza, as mostras de diferentes regiões e culturas.

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No começo do mês, o GLOBO assistiu a uma das gravações. Em 20 minutos, em um fôlego só, uma cantora mostrou com sua banda um lado mais jazzy, descontraído — e desconhecido de muitos fãs. Sorridente, seguiu todas as regras do programa sem aparentar ter feito esforço.

— De vez em quando, a gente pode gravar novamente uma música. O que não fazemos é misturar pedaços da mesma música tirados de takes diferentes, como se costuma fazer no estúdio. Gostamos que o Tiny Desk tenha erros. Tem que ser autêntico — diz a produtora executiva da NPR Music. — As pessoas gostam do Tiny Desk porque ele é imperfeito e porque esses artistas são humanos, são reais. Gostamos que a música reflita isso. Ela traz um tipo de energia que raramente você pode ver em um videoclipe típico ou em uma apresentação típica de show que foi limpada e aperfeiçoada.

Hoje, o Tiny Desk mantém um time enxuto de profissionais: dez pessoas, entre curadores, produtores e técnicos de som.

— Tudo começou por diversão e, por muitos anos, o Tiny Desk foi feito com artistas que estavam passando por Washington. Se estavam fazendo show em algum clube às 21h30, a gente perguntava: “Ei, você gostaria de passar aqui na NPR e tocar um pouco antes?” — conta Suraya, ressaltando que tudo mudou em 2014, depois de um Tiny Desk com o rapper T-Pain, conhecido por fazer do Auto-Tune (software que afina vozes no estúdio, e que ele usava para produzir frases melódicas impossíveis, caricatas) um recurso estilístico no trap. — O T-Pain foi quem meio que fez a série explodir, quando todos o viram cantar sem Auto-Tune e perceberam: “Ah, esse cara sabe cantar de verdade!” Isso abriu uma oportunidade para mais gêneros, mais rappers, mais R&B, jazz, gospel e música latina.

Logo, eles não tinham mais que correr atrás de atrações: eram os artistas que pediam para ir ao Tiny Desk e adaptavam suas agendas para ir a Washington.

— Agora, temos as superestrelas e tentamos equilibrá-las aos artistas que descobrimos. Não queremos ser uma plataforma de superestrelas — explica Suraya, que viu muitos brasileiros passarem pelo Tiny Desk, de Milton Nascimento, Seu Jorge e Bebel Gilberto a Rodrigo Amarante, Luedji Luna e Luiza Brina (que teve o episódio com sua participação lançado este mês). — Priorizamos artistas americanos, mas principalmente por uma questão de logística. É difícil trazer alguém da Austrália ou do Brasil para os Estados Unidos. É por isso que agora temos o Tiny Desk Brasil.

Para Bárbara Teixeira, CEO da Anonymous Content Brazil, há muito a se fazer com o Tiny Desk Brasil.

— Nosso maior esforço foi o de equilibrar a diversidade de gêneros musicais das regiões brasileiras e a divisão entre grandes estrelas e artistas a serem descobertos — diz, adiantando apenas que a maioria dos artistas traz formações diferentes daquelas com que costumam tocar. — Meio que adaptei um pouco da filosofia de descoberta da NPR para o que chamamos de redescoberta local, porque é a primeira vez que veremos artistas que conhecemos e amamos há muitas gerações sob uma nova luz.

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Para Suraya Mohamed, também há muito o que fazer com o Tiny Desk americano.

— Há tantos gêneros incríveis ao redor do mundo que não tivemos a chance de apresentar, e mesmo do nosso próprio país. Estamos tentando colocar mais country, mais bluegrass, e já tivemos algumas bandas punk — enumera.

Uma dessas bandas foi o Turnstile, que promoveu uma balbúrdia entre o público no estúdio, com seu crowd surfing, de pessoas que são carregadas por cima do público, como se estivessem surfando na multidão.

— Pedimos para não fazerem isso, mas fizeram mesmo assim. Foi divertido, emocionante.

O Tiny Desk pode se dizer responsável pelo sucesso global de artistas como a dupla argentina Ca7riel e Paco Amoroso, cujo episódio do programa, em 11 meses, chegou a 42 milhões de visualizações no YouTube, e transformou o duo numa sensação com dez indicações ao Grammy Latino (só o astro porto-riquenho Bad Bunny teve mais, 12) e um convite para abrir shows da turnê internacional do gigante americano do rap Kendrick Lamar.

— Essa é provavelmente uma das maiores bandas que ajudamos a crescer. Preciso dar crédito à minha colega, Anna Maria Sayer, que os trouxe, trabalhou muito com eles para aquele show — conta Suraya. — Eles estavam abertos e ansiosos para tentar algo novo.

Em maio, o presidente americano Donald Trump emitiu um decreto para cortar financiamento da NPR, que acusou de fazer cobertura tendenciosa e “propaganda de esquerda”. Mas esta semana a NPR informou em nota a que o Tiny Desk segue de grande importância para a rede: “O patrocínio da Tiny Desk é uma parte essencial da NPR e de seu diversificado modelo de financiamento. Embora contribua para esse esforço, representa apenas uma parte de um sistema mais amplo de apoio que sustenta a NPR, essencial para a resiliência da rede em meio aos constantes desafios políticos ao financiamento público”.

Quem sabe faz ao vivo. Os shows são gravados absolutamente ao vivo e não passam por edição digital significativa ou inserção posterior de efeitos sonoros.

É no gogó. Não há amplificação nos instrumentos (exceto nos elétricos, mas bem discreta), nem mesmo na voz. O esforço é para que a gravação capte o som que se ouve no ambiente, a capella.

Deixa acontecer naturalmente. Nenhum dos instrumentistas ou cantores usa monitores de ouvido e é vetado o uso de qualquer tipo de click (metrônomo eletrônico). Tem que ser espontâneo.

O que é bom dura pouco. Cada apresentação dura cerca de 20 minutos, contando falas e interações com a plateia.

Aperto aconchegante. As formações instrumentais devem caber no exíguo cenário do escritório, de cerca de 3 metros por 4 metros, com mesa e estantes. O público fica no espaço restante no estúdio. São geralmente de 50 a 250 pessoas, entre convidados e equipe do programa.

Lá como cá. Há toda uma especificação de tipos de microfones, para instrumentos e voz, usados no Tiny Desk americano, que deve ser seguida pelas franquias.

Pode dar disco. Os shows vão para o YouTube e o site do NPR, em streaming gratuito. Mas há dispositivos legais que permitem aos artistas o lançamento de discos com suas apresentações no Tiny Desk.

Endereço fixo. As apresentações, salvo raríssimas exceções (como a de Milton Nascimento e Esperanza Spalding, feita na casa do cantor no Rio por causa de suas dificuldades de locomoção), são no cenário do programa (seja na sede do NPR, em Washington, seja no escritório do Google, em São Paulo, onde é gravado o Tiny Desk Brasil).

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