Giulia Costa comoveu os espectadores ao abordar, de forma inédita e com forte carga emocional, o alcoolismo do pai, o diretor Marcos Paulo, falecido em 2012. Ao lado da mãe, Flávia Alessandra, e dos convidados Nando Reis e sua filha, Sophia Reis, a jovem compartilhou um relato até então mantido em silêncio, revelando como o tema impactou sua infância e suas memórias afetivas.
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O episódio começou com um relato profundo do cantor, que abriu o coração sobre sua luta contra a dependência do álcool. Nando creditou à filha um papel fundamental em sua recuperação. “A Sophia foi a pessoa que nunca me deixou desgarrar. Sempre falou na real: ‘Você vai se tratar, você tá mal, não tá legal, não vou ficar com você assim’. Isso foi a melhor coisa”, relembrou o músico, ao refletir sobre o apoio que recebeu da família, no podcast “Pé no Sofá Pod”.
O depoimento de Nando ressoou intensamente em Giulia, que, visivelmente emocionada, revelou se enxergar na trajetória de Sophia. “Tô emocionada aqui, ainda mais vendo a Sophia falar, porque eu me vejo muito nela. Perdi meu pai com 12 anos, e ele tinha essa questão… Ele era alcoólatra”, contou a atriz, com a voz embargada.
Flávia, que vivenciou de perto os efeitos da dependência química do ex-companheiro, também compartilhou sua perspectiva sobre como enfrentou o problema na época. Ela destacou o esforço para poupar a filha dos traumas, mesmo reconhecendo que, hoje, algumas decisões poderiam ter sido diferentes. “Ele era, e ele ia ao AA. A Jujuba era muito criança… Então ela não participava, e a gente ainda não a envolvia”, explicou a atriz.
Giulia, por sua vez, revelou as dificuldades que enfrentou para compreender o que se passava ao seu redor. A ausência de explicações claras na infância acabou gerando sentimentos de confusão e até rejeição. “Eu lembro que muitas vezes a minha mãe ia me buscar, eu deixava de ir para o meu pai quando era para eu ir, e eu não entendia direito o porquê, então eu ficava até num lugar de rejeição”, desabafou.
Ela também refletiu sobre o impacto da exposição pública em torno da figura do pai. “É difícil, porque como ele não está aqui hoje, eu não sei até que ponto ele gostaria de ser exposto nisso. E a partida dele foi muito delicada, com muitas exposições necessárias de outras partes”, pontuou. Nando, em resposta, fez questão de confortá-la: “Você não está expondo. Você está falando da sua relação até amorosa. Quando você sofre, é porque você o amava.”
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A conversa ainda foi marcada por um momento de autocrítica de Flávia, que reconheceu erros na tentativa de preservar tanto a imagem do pai quanto a filha da dor. “Eu errei muito em querer proteger ele e não abrir para ela”, admitiu.
Além do relato pessoal, a atriz também propôs uma reflexão mais ampla sobre como o alcoolismo é encarado socialmente. “É uma doença, e a gente sempre falou como é uma doença. Acho que é um dos piores vícios, porque quando a gente fala vício em drogas que não são legalizadas, é difícil, sabe? Mas quando a gente fala numa pessoa alcoólatra, no nascimento de alguém, a gente está brindando com champanhe. No Natal, a gente está brindando com vinho. E tem essa linha tênue”, observou, criticando a naturalização do consumo de álcool em diversas celebrações.
O episódio foi encerrado com uma fala contundente de Nando sobre a necessidade de compreender o alcoolismo como um transtorno sério, que afeta não somente o indivíduo, mas todo o núcleo familiar. “Não é falta de força de vontade, de caráter ou vagabundagem. É difícil de compreender, e isso não atenua em nada a dor nem os graves problemas, tanto para o alcoólatra quanto para a família, que sofre em demasia”, afirmou.
Já Sophia, em um testemunho breve, expressou sua admiração pela trajetória de recuperação do pai. “Ver ele há quase dez anos longe do álcool é motivo de muito orgulho”, declarou.