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Acelerador de Carreira #5 | ‘Olhe o filme, não só a foto’, diz Fernando Modé, do Grupo Boticário

BRCOM by BRCOM
outubro 7, 2025
in News
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Acelerador de Carreira #5 | Fernando Modé, do Grupo Boticário

Ao longo de uma carreira, são muitas as dúvidas. Quando eu ainda estudava jornalismo, tive uma fase de muita leitura de biografias, como se fosse possível encontrar respostas prontas. Enquanto conversava com Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário, lembrei rapidamente dessa época.

Modé fala da ansiedade que sentia ao ver colegas promovidos, como se estivesse ficando para trás. Hoje acredita que poderia ter vivido mais o momento. “Precisa ter um pouco de tranquilidade que, lá na frente, as coisas vão funcionar”, diz ele, ao recordar momentos-chave da carreira e afirmar que sua trajetória prova: não há receita para o sucesso profissional. 

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Acelerador de Carreira #5 | Fernando Modé, do Grupo Boticário

Quantos CEOs você conhece com formação em Direito? 

Eu e mais um. O Diego Barreto, do iFood, mas ele atuou bem menos na área. Cheguei a ter uma carreira como advogado, me formei mestre, fui professor de Direito.

 Por que há tão poucos?

É uma carreira mais hermética, voltada à especialização em soluções específicas. Isso dificulta formar gestores com visão ampla.

 Você teve alguma influência familiar para escolher Direito?

Fiz dois anos de engenharia, mas me frustrei. Aí comecei a me imaginar como advogado de empresas, de preferência dentro delas. Não sei bem de onde veio essa ideia, mas acredito que a influência tenha sido do meu tio, que era advogado do Banespa.

Logo depois de formado, aos 28 anos, você já era gerente jurídico da Iochpe Maxion. Como foi isso?

Houve uma reestruturação na empresa, e eu estava bem posicionado porque sempre fui curioso e me interessei por vários temas. Enquanto alguns cuidavam só de contratos nacionais, outros de internacionais ou de tributário, eu ficava com o que não se encaixava em nenhuma dessas áreas. Por me envolver em tudo, fui aprendendo. E, quando a estrutura organizacional mudou, essa flexibilidade acabou me privilegiando.

O que fez você sair da Iochpe Maxion para o Grupo Boticário? 

Queria duas coisas: sair de São Paulo em busca de mais qualidade de vida e construir, em paralelo, uma carreira acadêmica, com mestrado e doutorado. Curitiba parecia oferecer essa tranquilidade. O Grupo Boticário também me encantou por me dar a oportunidade de começar do zero a assessoria jurídica interna. Na carteira de trabalho, esse movimento parecia um passo para trás: eu era gerente jurídico na Iochpe e, na sequência, aparecia apenas como advogado. Mas, no mesmo ano, voltei a ser gerente. Depois, acumulei a gestão jurídica com a administrativa.

 O que você gostaria de ter aprendido antes dos 35 anos?

A gente, quando mais jovem, tende a ter mais ansiedade. Teria sido bom saber que, mesmo nos momentos difíceis, é importante confiar que se está no caminho certo. Às vezes batem dúvidas, alguns atalhos não levam a lugar nenhum, mas é preciso acreditar que, lá na frente, as coisas vão funcionar. Então, acho que o conselho  é… viva o tempo. Entendeu? 

Sim. Fui o último cara da minha geração do Grupo Boticário a virar diretor. Em situações assim, você vive um certo desconforto. Se pergunta: como é que fiquei pra trás? O que eu errei? Mais tarde, quando olha o filme inteiro, não só aquela foto do momento, pensa: “poxa, cheguei longe”. 

 Depois de assumir a diretoria financeira, você ficou 11 anos no cargo. Chegou a pensar que tinha batido no teto?

Nesse período, o faturamento da empresa multiplicou por 10. Mesmo paradinho no meu cargo, tive o benefício de aprender muito e de ser remunerado proporcionalmente. Comecei a mexer com coisas que talvez não tivesse chance se não fosse no Grupo Boticário.

Quando assumi a diretoria financeira, o Grupo Boticário estava olhando a marca e os produtos sob a perspectiva do consumidor, revisando posicionamento, portfólio e muito mais. Primeiro, fiquei responsável por definir o caminho do projeto e, depois, fui escolhido para liderá-lo — uma das experiências mais marcantes da minha vida, um verdadeiro MBA na prática. Em seguida, participei da criação das marcas Eudora, Quem Disse Berenice? e do negócio multimarca. Fui, entre aspas, me divertindo com coisas fora do escopo tradicional da área financeira, que me permitiram desenvolver iniciativas inovadoras e de grande valor. 

 Nunca deu vontade de trocar de emprego?

Poder transformar algo motiva muito. E, com retorno financeiro justo, não tem por que sair. Em 26 anos, mudei de emprego várias vezes sem mudar de empresa. Isso é bom.

 Muitos jovens querem saber como se realizar profissionalmente e ascender. A sua trajetória — que começa como advogado interessado na área acadêmica — mostra que não tem receita. Ou será que tem?

Ao optar por trabalhar em empresa, já fiz uma escolha. Quando busquei a carreira acadêmica, fiz outra. Mas obviamente aconteceu muita coisa que não controlei. Nunca ia imaginar que seria gerente jurídico e administrativo ao mesmo tempo. Outra pessoa poderia achar ruim cuidar da grama cortada, do banheiro limpo, da máquina de xerox e de um monte de menores aprendizes… Aceitei, e a experiência me ajudou a desenvolver capacidades como gestor. Mas eu podia ter dito “não”. Aí meu caminho teria sido outro. Brinco sempre com minhas filhas: os militares, os padres e as freiras devem ter um plano de carreira; o resto começa de um jeito e termina totalmente diferente.

 Que tipo de conselho profissional você dá para as filhas? 

Falo para não perder oportunidade, experimentar, ver como você responde a diferentes estímulos, principalmente no início de carreira. Às vezes, a gente não sabe o que a gente não sabe. Por isso, é bom se abrir. É essencial nunca perder a capacidade de ser curioso.

  • Quem é flexível pode se encaixar em vários espaços.
  • Não analise só a foto do seu momento, mas o filme inteiro. 
  • Dá para mudar de emprego sem mudar de empresa. 
  • Principalmente no início, aproveite cada chance de experimentar.
  • Nunca perca a curiosidade.

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