Na derrota para o Flamengo por 3 a 0 (gols de Pedro, Luiz Araújo e Plata), ontem, no estádio Nilton Santos, o Botafogo parecia ter o tempo contado de quanto a sua concentração iria durar. Era como se houvesse um botão de desligar programado para qualquer momento da partida, sem que ninguém precisasse apertar. E isso aconteceu aos 39 minutos do primeiro tempo.
Durante os primeiros 30 minutos da partida, o alvinegro fazia um confronto equilibrado com o Flamengo, tendo algumas chances reais de abrir o placar e controlando as ações ofensivas do rubro-negro, que tinha mais a posse de bola. No entanto, em um dos raros momentos de desatenção do Botafogo na primeira etapa, o time de Filipe Luís conseguiu tirar o zero do placar.
Aos 39 minutos, Arrascaeta recebeu de costas na intermediária, girou sobre a marcação de Savarino e Allan e tocou para Pedro, sozinho, na entrada da área. O centroavante dominou ajeitando e chutou no canto esquerdo baixo, sem chances para Léo Linck.
O gol sofrido deu novos sinais da fragilidade emocional do Botafogo, que acontece no decorrer das partidas. Esse problema, inclusive, foi um dos temas de Davide Ancelotti na coletiva pós-jogo, que citou a falta de confiança dos jogadores, analisando que a equipe cai de produção quando é vazada — são 22 partidas com o treinador e em, somente, uma a equipe conseguiu ganhar após sair perdendo.
No segundo tempo, o Botafogo até ensaiou uma pressão para empatar a partida, mas parou no mesmo problema: a falta de eficiência na hora de concluir as jogadas. Arthur Cabral perdeu grande aos 4 minutos e saiu vaiado logo na sequência. Com os nervos à flor da pele, o time alvinegro passou a exagerar nos cruzamentos, mas sem efetividade.
— Às vezes eu acho que nos precipitamos em cruzar. Acho que precisamos ter um pouco mais de calma no último terço. E se você tem mais calma no último terço, você pode voltar a entrar no campo com a bola, trocar mais passes e evitar cruzar tanto. Estou de acordo que muitas vezes a solução que temos é um cruzamento na área, quando podemos ter outras soluções, como passar a bola na entrada da área — disse Davide na coletiva.
Partindo para o ataque, a equipe alvinegra começou a deixar espaços na defesa, e o Flamengo aproveitou para dominar as ações, controlar o jogo e ser pouco ameaçado. Com o passar do tempo, o rubro-negro estava mais perto de fazer o segundo do que de sofrer o empate. E isso aconteceu aos 24 minutos.
Em boa jogada de Cebolinha, Pedro recebeu na meia-lua e acionou Luiz Araújo com um lindo toque de cavadinha. O atacante finalizou cruzado para fazer o segundo. O Botafogo se abateu com o segundo gol e pouco ameaçou. Dez minutos depois, viu o placar ficar ainda pior quando Plata aproveitou bom cruzamento de Carrascal para fazer o terceiro.
— A análise da partida de hoje é de um jogo que na primeira etapa foi bastante igualado. Onde cometemos um erro que eles castigaram, porque é um time que tem muita qualidade. Quando você deixa a oportunidade, ele pode aproveitar, e aproveitaram. Depois começamos bem na segunda etapa, com uma boa oportunidade para empatar o jogo. Com o segundo gol, o jogo acabou — apontou Davide.
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O placar poderia ter sido ainda mais elástico se o Flamengo fosse mais letal nas conclusões. Agora, o Botafogo tem que juntar os cacos para o confronto contra o Ceará, no próximo domingo, às 18h30, na Arena Castelão. O time alvinegro, com a derrota, continua em quinto com 43, mas ainda pode ser ultrapassado pelo Bahia e ver Fluminense e São Paulo colarem até o fim da rodada.