Nada melhor do que comemorar uma marca redonda com um gol e uma assistências decisivos, abrindo alas para o Flamengo vencer um clássico pegado contra o Botafogo e se manter na perseguição ao líder Palmeiras. Foi assim a noite de Pedro no Nilton Santos, ao comandar o 3 a 0 ao completar 300 jogos com a camisa rubro-negra. O clássico da 28ª rodada do Brasileirão teve muitos componentes eletrizantes dentro e fora de campo, mas foi definido pela frieza e letalidade do camisa 9, que abriu o placar e deu o passe para Luiz Araújo definir. Plata fechou a conta, que trouxe os gritos de “olé!”.
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A trajetória do centroavante, ao menos nesta temporada, é marcada por altos e baixos, dias de heroísmo e confusão, e tudo mais a que se tem direito. Ontem, ele deixou isso de lado e teve uma atuação digna de manual, dando o recado que tem toda condição de reassumir o posto de titular nesta reta final de temporada. Aos 39 minutos, ele se desvencilhou da marcação após Arrascaeta conduzir com perfeição pelo meio e bateu no cantinho de Léo Linck, contando com um leve desvio. Já no segundo tempo, um toque de classe deixou Luiz Araújo na boa para bater cruzado.
— Uma noite perfeita. Com vitória, principalmente, gol e assistência, completando 300 jogos com a camisa do Flamengo — disse Pedro ao fim do jogo. — Passa um filme na cabeça, é um sonho que eu realizo a cada dia vestindo essa camisa. Agradeço aos companheiros por todo o esforço. Jogamos um bom futebol e saímos vitoriosos.
O primeiro gol ajudou a equipe a se desafogar em uma primeira etapa na qual o Botafogo partiu para cima e foi mais dominante. Os primeiros 20 minutos foram elétricos, com o alvinegro empurrado por uma torcida que encheu as arquibancadas de provocações. Porém, o volume não foi convertido em gols, devido à falta de precisão nas finalizações. Ao longo de toda a partida, grande parte delas passaram por cima do gol de Rossi.
O Flamengo, por outro lado, reencontrou solidez defensiva em um jogo crítico e teve calma para retomar o controle da posse de bola. Samuel Lino e Luiz Araújo já haviam perdido chances de cabeça antes de a equipe, enfim, ir para o intervalo com a vantagem. No momento em que Arrascaeta deu o passe para Pedro marcar, o jogo mudou de mãos.
Na segunda etapa, o Botafogo caiu muito de produção: Arthur Cabral perdeu um gol incrível, que o fez ser substituído sob uma chuva de vaias, e a equipe ofereceu espaços para o Flamengo ampliar em chegadas pontuais e, por muito pouco, não devolver uma goleada até mais sonora que os 4 a 1 de 2024.
Filipe Luís lançou Erick Pulgar, de volta após quase três meses, e Everton Cebolinha para melhorar o tratamento do último passe. Por sinal, foi o irregular camisa 11 que fez bonita jogada pela esquerda e tocou para Pedro, que entregou um presente para Luiz Araújo ampliar.
A partir dali, os erros se multiplicaram no time da casa, e Davide Ancelotti perdeu de vez o controle: Plata marcou logo em sua primeira jogada, após entrar no lugar de Pedro. Carrascal ganhou pela direita e cruzou para o equatoriano dar números finais ao clássico. Empolgada no início, a torcida alvinegra criou confusões em vários pontos da arquibancada e terminou protestando.
A equipe parou nos 43 pontos e se afastou ainda mais do Palmeiras, que goleou o Bragantino por 5 a 1 ontem à noite e chegou a 61. Com 58, o vice-líder Flamengo receberá o alviverde no próximo domingo, às 16h, para um jogo no Maracanã que ganha cara de final antecipada em definitivo.
— Uma semana importante, com confronto direto contra o Palmeiras. É claro que tem muito campeonato pela frente, não é só Flamengo e Palmeiras que podem ganhar, mas a gente está na briga. Continuar nos empenhando o máximo para conseguir ganhar esse jogo em casa e se Deus quiser conquistar esse título esse ano, que é o que a gente busca — projetou o centroavante herói da noite.