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como agricultores pagam conta mais alta da guerra comercial de Trump

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outubro 27, 2025
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Fazendeiro examina plantação em sua propriedade produtora de soja — Foto: Kathryn Gamble/NYT

Quando o presidente Donald Trump anunciou neste mês um pacote de ajuda de US$ 20 bilhões para a Argentina, Larry Ory, de 86 anos, fazendeiro em Earlham, Iowa, mal conseguiu acreditar — especialmente depois que carregamentos de soja argentina começaram a ser enviados à China, um cliente que já fora essencial para a família Ory.

Para os habitantes de Iowa, perder o mercado chinês de soja na guerra comercial do presidente foi apenas um dos muitos choques econômicos que atingiram o estado desde o início do segundo mandato de Trump.

O custo de tratores e fertilizantes disparou com suas tarifas. A mão de obra ficou mais escassa nas empresas do agronegócio. Grandes fabricantes demitiram trabalhadores. Até mesmo as onipresentes turbinas eólicas, fonte de renda para alguns fazendeiros de Iowa, estão na mira do presidente.

— No momento, estamos travando várias guerras econômicas ao mesmo tempo — disse Summer Ory, de 37 anos, esposa de Dan Ory, neto de Larry. O casal trabalha no negócio agrícola da família. — É possível resistir a uma de cada vez, mas agora é como morrer de mil cortes de papel.

Fazendeiro examina plantação em sua propriedade produtora de soja — Foto: Kathryn Gamble/NYT

Summer afirmou que vota em todas as eleições, mas, assim como Larry Ory, preferiu não dizer em quem votou em novembro passado. Depois de apoiar Barack Obama duas vezes, Iowa tornou-se um reduto de Trump. Ainda assim, talvez nenhum estado tenha sofrido tanto com suas políticas econômicas.

No primeiro trimestre de 2025, o PIB de Iowa caiu 6,1%, mais do que qualquer outro estado, exceto o vizinho Nebraska. A indústria, responsável por 17% da produção econômica do estado americano, foi afetada por custos mais altos de produção, em parte devido às tarifas elevadas sobre importações como alumínio e aço.

As unidades de processamento de carne — que ajudam a tornar Iowa o maior produtor de carne suína dos EUA — dependem fortemente de trabalhadores estrangeiros, centenas de milhares dos quais tiveram seu status legal revogado pelo presidente.

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A guerra de Trump contra a energia renovável também ameaça a indústria eólica, que gera mais da metade da eletricidade do estado.

Alguns dos problemas do estado — como mau tempo, altas taxas de juros, população rural envelhecida e em declínio e preços globais das commodities — estão além do controle do presidente. Mas novas políticas econômicas agravaram as dificuldades, segundo economistas, associações agrícolas e líderes empresariais.

Summer Ory, com seus dois filhos, na fazenda de Earlham, no Iowa: um reduto trumpista que sofre economicamente — Foto: Kathryn Gamble/NYT
Summer Ory, com seus dois filhos, na fazenda de Earlham, no Iowa: um reduto trumpista que sofre economicamente — Foto: Kathryn Gamble/NYT

— Esta é a situação mais desafiadora que já vi — disse Kirk Leeds, diretor da Associação de Soja de Iowa. — Estamos enfrentando incertezas sem precedentes.

As eleições de meio de mandato do próximo ano poderão indicar o que os habitantes de Iowa pensam dessas políticas. Pelo menos dois distritos competitivos da Câmara estarão em disputa. O estado também escolherá substitutos para a governadora Kim Reynolds e para a senadora Joni Ernst, ambas republicanas que se aposentarão.

— As pessoas estão sofrendo em toda Iowa e buscam algo diferente — disse Josh Turek, deputado estadual democrata que concorre à vaga de Ernst.

Trump argumenta que as tarifas ajudam a proteger empregos americanos e a corrigir desequilíbrios comerciais, enquanto a aplicação rigorosa das leis de imigração liberará vagas para cidadãos.

— Não falta mente nem mão americana para fortalecer nossa força de trabalho — afirmou Abigail Jackson, porta-voz da Casa Branca, acrescentando que o presidente está — aproveitando esse potencial inexplorado enquanto cumpre nosso mandato de aplicar as leis de imigração.

Matt Wyatt, que votou em Trump e vive em Hudson, Iowa — Foto: Kathryn Gamble/NYT
Matt Wyatt, que votou em Trump e vive em Hudson, Iowa — Foto: Kathryn Gamble/NYT

E muitos habitantes de Iowa permanecem leais. Doug Keller, 63 anos, que cultiva a cerca de 24 quilômetros a sudoeste de Waterloo, disse ter esperança de que o presidente feche um novo acordo comercial com a China que beneficie os agricultores a longo prazo. Matt Wyatt, 51, que também votou em Trump, concordou.

— O dinheiro está mais apertado do que deveria — disse Wyatt, que trabalha com Keller cultivando milho e soja em cerca de 600 hectares de terra. — Mas tentamos manter o otimismo por aqui.

Por enquanto, os tempos são difíceis. Iowa é o maior produtor de milho e o segundo maior produtor de soja do país. Os Estados Unidos exportam até metade de sua soja, e a grande maioria tinha como destino a China — o equivalente a US$ 12,6 bilhões no ano passado.

Mas neste ano, a China deixou de comprar soja dos Estados Unidos em retaliação às tarifas de Trump. Produtores americanos levaram décadas cultivando relações na China, ensinando como usar a soja na ração animal, parte de um esforço para desenvolver esse mercado crescente. Leeds disse ter viajado ao país 25 vezes e usado dinheiro dos agricultores de Iowa para fortalecer os laços com importadores chineses.

— Não sei exatamente como vamos reparar algumas dessas relações — afirmou Leeds.

O pacote de ajuda do presidente ao seu aliado, o presidente Javier Milei da Argentina, irritou muitos em Iowa, já que a China agiu imediatamente após o anúncio para garantir as exportações de soja argentina e preencher a lacuna deixada pelo boicote à soja americana.

— Você está subsidiando nossos concorrentes ou a nós? — perguntou Larry Ory.

A grande indústria de carne bovina de Iowa também se alarmou quando Trump sugeriu que tentaria reduzir o preço da carne importando mais da Argentina. Bryan Whaley, diretor da Associação de Pecuaristas de Iowa, disse que os comentários de Trump abalaram o mercado de gado e que um mercado volátil — reduz as oportunidades para nossos produtores — homens e mulheres — tomarem decisões que mantenham seus negócios lucrativos e viáveis.

O presidente afirmou que usará parte do dinheiro arrecadado com as tarifas para — dar aos agricultores — em forma de auxílio, mas isso não é necessariamente uma boa notícia.

— Preferiríamos muito mais cultivar sem nenhuma ajuda federal — disse Wyatt. — Queremos poder vender nossos produtos por um bom valor, e normalmente conseguimos.

A dor econômica se espalhou além da agricultura: atingiu caminhoneiros que transportam sementes e grãos, agrônomos que ajudam os agricultores a inovar e os restaurantes das ruas principais onde eles comem e bebem.

— Para onde quer que você olhe, as pessoas perguntam: “Como vocês vão sobreviver?” — disse Summer Ory.

Dan Ory, 37, marido de Summer, chamou a situação de — tempestade perfeita.

A John Deere, uma das maiores empregadoras do setor industrial e fabricante de equipamentos agrícolas, demitiu centenas de trabalhadores de suas fábricas em Iowa neste ano, à medida que as vendas caíram e as tarifas sobre aço e alumínio custaram à empresa mais de US$ 300 milhões.

O emprego na indústria alimentícia de Iowa também caiu. Peter Orazem, professor de economia da Universidade Estadual de Iowa, associou isso às demissões de trabalhadores migrantes. A JBS Foods, empresa brasileira de processamento de carne, demitiu cerca de 200 funcionários do Haiti, Cuba, El Salvador e Honduras em uma planta em Ottumwa, em junho, segundo Paulina Ocegueda, vice-presidente do capítulo local da LULAC, uma organização hispânica de direitos civis.

— Não é simples substituir esse número de trabalhadores — disse Orazem. Ele acrescentou que é — difícil encontrar trabalhadores americanos dispostos a aceitar esses empregos.

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