O Jardim Botânico do Rio transformou o mês da Consciência Negra em uma grande celebração de diversidade, memória e ancestralidade. Até 28 de novembro, o público tem acesso a uma programação gratuita que ocupa diferentes espaços do parque, com oficinas, palestras, exibições, apresentações culturais e experiências que conectam arte, ciência e saberes ancestrais. A iniciativa reúne pesquisadores, artistas, escritores e educadores em atividades voltadas à valorização da cultura afro-brasileira e à reflexão sobre sua presença na formação do país.
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A programação começou no dia 17 e ganha força a partir desta quinta-feira (20), quando o Museu do Jardim Botânico passa a receber vivências ligadas ao universo afro-diaspórico. Entre as atividades estão oficinas de escalda-pés com ervas tradicionais, teatro de sombras sobre o baobá (árvore sagrada em várias religiões de matriz africana), aula de jongo ao ar livre e uma imersão nos símbolos adinkra, sistema gráfico dos povos akan.
Na sexta-feira (21), uma das atrações mais procuradas volta a acontecer: a Trilha Africana, percurso guiado que apresenta espécies usadas por comunidades africanas e afro-brasileiras, como o flamboyant e o dendezeiro, representadas no arboreto do parque por 19 espécies. O passeio é gratuito, com cobrança apenas do ingresso para acesso ao arboreto.
A partir do dia 24, o centro das atividades se desloca para o Galpão das Artes, que recebe debates, encontros literários, sessões de cinema e oficinas ligadas a estética, memória e economia criativa. Entre os nomes confirmados estão o músico e comunicador Arapê Malik, que aborda cultura pop e letramento racial; o escritor e artista André Gabeh, que conversa sobre literatura e cotidiano; a pedagoga Alessandra Pio, em palestra sobre cultura negra e futuro social; e o agrônomo Ulisses Carvalho, que apresenta plantas convencionais e não convencionais sob a ótica da ancestralidade.
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Um dos momentos mais aguardados é a exibição do filme “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal, vencedor de quatro prêmios no Festival do Rio 2024, incluindo melhor direção, que nunca tinha sido conferido a um diretor negro. Ambientado na periferia de Mesquita, o longa narra a relação de cuidado entre um jovem e sua avó, inspirada em histórias reais.
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O encerramento, no dia 28, fica por conta do “Charme do charme”, baile-aula promovido pelo Grupo Consciência Charme, que apresenta os passos e a história do movimento em uma grande celebração coletiva.
Para Deborah Tavares Marinho, coordenadora do Centro de Responsabilidade Socioambiental do Jardim Botânico, a iniciativa reforça uma diretriz institucional.
– A Semana da Consciência Negra passa a integrar o calendário oficial do Jardim como parte das ações afirmativas e do compromisso com uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva – afirma.
As atividades no museu e no Galpão das Artes são abertas ao público, sem necessidade de inscrição prévia. A Trilha Africana exige apenas o ingresso do arboreto. O Jardim Botânico fica na Rua Jardim Botânico, 1.008, e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 3874-1808.
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A Trilha Africana acontece nos dias 21 e 28 de novembro, sempre às 10h, com saída do Centro de Visitantes. O passeio é gratuito, sendo cobrado apenas o ingresso de acesso ao arboreto. Durante o percurso, os visitantes conhecem 19 espécies utilizadas por povos africanos e afro-brasileiros, como o flamboyant e o dendezeiro, e aprendem sobre a história e os usos dessas plantas na cultura e na tradição.
No Museu do Jardim Botânico, de 20 a 22 de novembro, todas as atividades são gratuitas. Na quinta-feira, dia 20, ocorre a oficina de sachê para escalda-pés “Saberes ancestrais: entre ervas e sais”, com sessões das 10h30 às 12h e das 14h30 às 16h, no jardim em frente ao museu, para participantes a partir de 7 anos. A atividade promove uma experiência sensorial com ervas e sais, permitindo aos participantes confeccionar sachês que podem levar para casa como lembrança. Na sexta-feira, dia 21, a programação inclui “Plantando histórias: baobá”, um teatro de sombras que aborda a conexão entre indivíduos e a natureza, com horários das 10h30 às 11h30 e das 14h às 15h, e a oficina “Arte e natureza: aula de jongo ao ar livre”, das 15h às 17h, para participantes a partir de 10 anos, que explora ritmo, movimento e cultura afro-diaspórica.
No sábado, dia 22, o destaque é a atividade “Saberes ancestrais: adinkras, símbolos de memória”, das 10h30 às 12h e das 14h às 15h30, voltada a crianças e famílias, que apresenta os símbolos africanos adinkra e seu significado como linguagem de memória e sabedoria ancestral. No mesmo dia, às 16h, ocorre o espetáculo “Contos de Orí”, que entrelaça narrativas iorubano-brasileiras com materiais simples como terra e feijão, contando histórias em português, iorubá e libras.
No Galpão das Artes, de 24 a 28 de novembro, a programação também é gratuita. Na segunda-feira, dia 24, acontece a abertura do evento (somente para convidados) às 10h, seguida da palestra “O 20 de novembro”, com Lorena Tato, às 13h30, e do bate-papo com o músico e influenciador Arapê Malik, às 15h.
Na terça-feira, dia 25, será exibido o filme Kasa Branca, de Luciano Vidigal, às 8h30, seguido da oficina “As tranças além da estética”, das 10h às 11h30 e das 13h30 às 15h, e da palestra de Alessandra Pio, às 15h.
Na quarta-feira, dia 26, Ulisses Carvalho ministra a oficina “Raízes da ancestralidade”, das 10h às 11h30 e das 13h30 às 15h, e Piatã Marques apresenta a palestra “Diversidade na ciência: da universidade aos centros de pesquisa”, às 15h.
Na quinta-feira, dia 27, a programação inclui a oficina de estamparia adinkra em estêncil, das 8h30 às 10h e das 15h às 16h30, o papo literário com André Gabeh, às 10h, e a palestra “Protagonismos”, com Triscila Oliveira, às 13h30.
Para encerrar, na sexta-feira, dia 28, estão previstas a palestra “A história nos quadrinhos”, com Diego Rogério, às 8h30, a oficina “Saberes ancestrais entre ervas e sais”, às 10h, a palestra “Eco e Narciso: a alegoria racial e o protagonismo do artista negro”, com Deivid Valério, às 13h30, e a aula-baile “O charme do charme”, às 15h, promovida pelo Grupo Consciência Charme, que ensina os movimentos e apresenta a história do movimento.
