Era agosto de 2021 e o Paris Saint-Germain tirava Lionel Messi do Barcelona para fechar uma trinca de ataque dos sonhos com Kylian Mbappé e Neymar. Para o melhor jogador da geração, era a primeira vez atuando longe do clube em que se formou. Para o endinheirado time francês, o auge da era das estrelas na busca pelo título da Liga dos Campeões da Europa. Quatro anos depois, a união distante serve apenas de elemento para projetar um confronto discrepante contra um surpreendente Inter Miami (EUA) nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes.
As equipes se enfrentarão às 13h do domingo (29), em Atlanta, com largo favoritismo para os franceses. Apesar de terem se classificado para o torneio via ranking da Uefa, venceram o inédito título da Champions há um mês, sob a batuta de Luis Enrique. Sem deixar de gastar alto, o clube bancado pelo Catar apostou com sucesso no modelo do treinador espanhol e passou a mirar jovens em formação.
Enrique comandou Messi no título europeu do Barcelona em 2015, ao lado de Luis Suárez e Neymar, e a agora transformou o PSG no melhor time da atualidade. Sem depender dos brilhantismos individuais, mas sim do coletivo. E é com este status ainda fresco que mantém o favoritismo ao título mundial.
No grupo B, foi líder mesmo sofrendo uma derrota inesperada para o Botafogo. Porém, a goleada sobre o Atlético de Madrid (Espanha), na estreia, e a vitória sobre o Seattle Sounders (EUA), ontem, permitiram ao Paris passar sem mais sustos. Na verdade, são os adversários que querem passar longe do caminho de Marquinhos, Kvaratshkelia, Vitinha e companhia.
Ironicamente, o primeiro adversário no mata-mata será a equipe liderada por Messi, que deixou Paris após duas temporadas para atuar em um novo projeto na Major League Soccer (MLS). Para lá, atraiu companheiros em fim de carreira, como o próprio Suárez, e os espanhóis Sergio Busquets e Jordi Alba. No comanda, está o ex-jogador Javier Mascherano.
A classificação para o Mundial veio através da vaga do país-sede e de maneira inusitada: com o título da fase de classificação da MLS em 2024, a chamada “Supporters’ Shield”. Inspirando pouca confiança, o time era apontada como pior do grupo A, com Palmeiras, Porto (Portugal) e Al Ahly (Egito). Porém, empates com egípcios e brasileiros e uma surpreendente vitória sobre os portugueses, com gol de falta de Messi, deram a segunda vaga do grupo ao Inter Miami.
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O jovem time americano é uma surpresa e uma total incógnita, já tendo chegado mais longe do que os prognósticos mostravam. Enquanto vencia o Palmeiras por 2 a 0, ontem, vislumbrava um confronto com o Botafogo. Ao sofrer a igualdade, porém, agora terá de disputar aquele que teve ser o maior jogo de sua história, com pouca chance de sucesso. Ou será que a lei da ex-estrela vai agir?