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Bolsonarismo e críticas de influenciadores a consignado ‘ofuscam’ ações de Lula para retomar popularidade

BRCOM by BRCOM
abril 2, 2025
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Bolsonarismo e críticas de influenciadores a consignado ‘ofuscam’ ações de Lula para retomar popularidade

Desafiado pela queda de popularidade em pesquisas recentes, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado dificuldade para emplacar uma agenda positiva nas redes sociais. Anúncios de iniciativas que são apostas da gestão para retomar apoio junto à população acabaram ofuscados, nas últimas semanas, por eventos ligados ao bolsonarismo, como o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do cargo, ou pela reação negativa aos programas e ações da gestão Lula, como o novo consignado para trabalhadores do setor privado, alvo de críticas de influenciadores digitais.

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Batizado de Crédito do Trabalhador e chamado de “empréstimo do Lula” pela ministra Gleisi Hoffmann (PT), a iniciativa lançada no mês passado para facilitar empréstimos é um dos casos mais emblemáticos, apesar de ter tido alta adesão e de já ter liberado R$ 1,28 bilhão na primeira semana de funcionamento. Segundo análise feita pela Quaest, o consignado gerou 785 mil menções nas principais redes sociais — Instagram, Facebook, X e TikTok —, que alcançaram mais de 142 milhões de visualizações. Os dados mostram, porém, que 67% das citações foram contrárias ao governo federal.

O Crédito do Trabalhador despertou críticas da oposição, que passou a acusar o presidente de “populismo eleitoral”, mas também foi mal recebido fora da bolha bolsonarista, por influenciadores de finanças, como o ex-BBB e economista Gil do Vigor e a empresária Nathália Rodrigues, a Nat Finanças. Ambos publicaram vídeos, que acumulam juntos mais de 4,1 milhões de visualizações, nos quais criticaram a estruturação do consignado por permitir o uso do saldo do FGTS como garantia e favorecer o endividamento.

Um levantamento feito pela Palver a pedido do GLOBO reforça que a dificuldade de pautar as redes ocorreu também em relação a proposições como a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil e anúncios relacionados a programas como Pé-de-Meia, Farmácia Popular e Mais Médicos. Eles atingiram volume menor de menções que temas caros ao bolsonarismo no mesmo período em grupos abertos no WhatsApp e no Telegram nos últimos 90 dias, mesmo entre usuários de esquerda, que tiveram a atenção dividida pelo julgamento de Bolsonaro e o anúncio de Eduardo Bolsonaro de que iria se mudar para os EUA.

— Temas ligados a figuras como Bolsonaro, seja pelo viés da defesa ou da crítica, geram engajamento suficiente para superar o debate em torno das ações mais propositivas do governo. Isso acontece mesmo nas bolhas informacionais da esquerda, onde as controvérsias da oposição frequentemente recebem atenção quase equivalente às iniciativas governamentais — afirma o cientista político e coordenador de inteligência e análise da Palver, Lucas Cividanes.

O Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro a estudantes do ensino médio, e o Farmácia Popular atingiram, no período, máximas diárias de 48 e 37 menções nos grupos, respectivamente, a cada 100 mil conteúdos, enquanto a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro alcançou a máxima de 114 citações. A tendência se repetiu no Telegram, onde as menções às propostas do governo alcançaram as máximas de 13 e 8 referências, enquanto as acusações contra ex-presidente somaram pico de 98 menções diárias.

Tendência semelhante foi observada em relação ao envio do projeto de lei que propõe a isenção do IR, que coincidiu com o anúncio da decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar. A proposição governista atingiu pico de 70 menções diárias no Telegram e de 40 no WhatsApp, enquanto a repercussão da decisão do parlamentar bolsonarista alcançou máximas de 72 e 89 nos aplicativos de mensagem, respectivamente. Já a aceitação da denúncia contra Bolsonaro pela Primeira Turma do STF, segundo os dados da Palver, gerou o maior pico de menções nos últimos 90 dias entre os temas analisados — 230 no WhatsApp e 148 no Telegram.

No período, a expansão do programa Mais Médicos, principal bandeira do recém-empossado ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PL), reverberou ainda menos que outras ações do governo. Os picos relacionados ao tema e ao Mais Especialidades, outra iniciativa que é aposta de Lula para recuperar popularidade, somaram 4 e 13 citações por dia (a cada 100 mil conteúdos) nas plataformas.

O governo viu nos últimos meses sua avaliação piorar junto aos brasileiros e faz ajustes na comunicação, sob comando do ministro da Secom, Sidônio Palmeira, para retomar a popularidade. A última pesquisa Datafolha, em fevereiro, apontou queda de 11 pontos percentuais na avaliação positiva da gestão Lula, para 24%. Já a avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) atingiu patamar recorde (41%).

Para a professora e pesquisadora Letícia Capone, do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, a tendência observada nas redes reflete a dificuldade da base de Lula de convergir em uma pauta única para conquistar adesão:

— O campo progressista não chega a um consenso. A esquerda enfrenta dificuldades na articulação e convergência de pautas, abordando diversos temas sem a mesma eficácia e repetição estratégica — avalia.

CEO do Instituto Travessia, o cientista político Renato Dorgan, especialista em pesquisas qualitativas, diz que os episódios mostram também dificuldade de garantir que as iniciativas do governo sejam percebidas como relevantes pela população, o que tem reflexos na popularidade e competitividade eleitoral de Lula:

— Não se cria um apelo narrativo para atrair as pessoas. O que a população espera são propostas para a melhora no custo de vida, a baixa no preço dos alimentos e a redução dos impostos.

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