A passagem de Renato Paiva ainda não vem sendo um sucesso imediato no Botafogo. Pelo contrário, tem causado certo desagrado na torcida em seus primeiros momentos. Após uma estreia que empolgou — o empate com o Palmeiras, pelo Brasileirão —, os demais jogos apresentaram mais baixos do que altos, e a derrota para o Bragantino, no fim de semana, expôs uma equipe que tem criado pouco no ataque. Hoje, às 18h30, o alvinegro recebe o São Paulo, treinado por um ameaçado Luis Zubeldía, em um confronto que tem despertado pouco prestígio.
A amostragem até o momento é muito curta para que haja uma avaliação consistente de Paiva à frente do campeão da Libertadores e do Brasileiro. No lado defensivo, por exemplo, o desempenho pode ser considerado positivo, com a equipe tendo sofrido apenas dois gols em cinco jogos — nas derrotas por 1 a 0 para a Universidad de Chile, pela Libertadores, e para o Bragantino.
Porém, a faceta mais forte deste Botafogo no ataque, que se caracterizou pela verticalidade e grande vigor físico, vem deixando a desejar. Apesar de ainda costumar ter a posse de bola, o time não vem conseguindo traduzi-la em chances ou em uma armação qualificada de jogadas. Na vitória suada por 2 a 0 sobre o Carabobo, exagerou nos cruzamentos.
Com quatro gols marcados, a equipe dá sequência ao legado negativo do início do ano, sendo o pior ataque entre os times da Série A em 2025 e um dos que mais precisa finalizar para marcar no início do Brasileiro.
Quando justificou a contratação de Paiva após dois meses sem treinador, John Textor reiterou que queria um nome que fizesse o time voltar a ser “inteligente, rápido e efetivo”. Isso ainda não se apresenta como realidade. A necessidade do Palmeiras em se abrir na estreia do Brasileiro permitiu que o Botafogo encontrasse um jogo de transição forte e passasse boa impressão, mas o quadro mudou bastante ao enfrentar adversários mais fechados. Mesmo assim, qualquer insatisfação não ganha palco pelo pouco tempo de trabalho.
Hoje, no Nilton Santos, o clube recebe um adversário que foi fonte de alegrias em 2024. O São Paulo foi vítima nas quartas de final da Libertadores, eliminado no Morumbis, e “permitiu” o título brasileiro na última rodada. Além disso, tem Zubeldía cada vez mais na mira. Uma derrota do tricolor pode significar a demissão do técnico argentino.