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Chefe de bando que vendia fuzis para bandidos da Rocinha e do Complexo do Alemão pretendia fugir para o Paraguai

BRCOM by BRCOM
outubro 16, 2025
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Fuzis fabricados pela quadrilha e apreendidos pela PF numa fábrica ilegal em Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Apontado pela Polícia Federal(PF) como suspeito de chefiar de um bando responsável por fabricar fuzis para bandidos de facções criminosas que controlam territórios em favelas do Rio de Janeiro, como a Rocinha, na Zona Sul, e o Complexo do Alemão, na Zona Norte, Silas Diniz Carvalho, foi preso nesta quarta-feira, em um apartamento em frente à Praia da Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio. Ele usava tornozeleira e já cumpria prisão domiciliar pelo mesmo tipo de crime. O grupo criminoso teria vendido, entre 2023 e 2025, pelo menos 400 fuzis. Nesta quarta-feira, a PF informou que Silas e sua mulher, ambos presos em um mesmo imóvel na Barra da Tijuca, estavam se preparando para deixar o país em direção ao Paraguai.

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A produção da quadrilha, que montava armas a partir de componentes importados dos Estados Unidos e da China, era em escala industrial, com capacidade estimada em 3,5 mil fuzis por ano. Especialistas ouvidos pelo GLOBO revelaram que uma arma deste tipo, montada no Brasil, a partir de componentes estrangeiros geralmente misturados a peças retiradas de armamento de airsoft, tem valor médio estimado para venda em torno de R$ 50 mil por unidade.

Fuzis fabricados pela quadrilha e apreendidos pela PF numa fábrica ilegal em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Levando em conta a estimativa de preço do armamento, feita por especialistas, quadrilha pode ter conseguido cerca de R$ 20 milhões, em dois anos, com a exploração do negócio proibido.

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A investigação é um desdobramento da “Operação Wardogs”, realizada no dia 10 de outubro de 2023. Na ocasião, Silas Diniz Carvalho, foi preso em flagrante com 47 fuzis em uma mansão alugada na Barra da Tijuca. As armas estavam em malas encontradas no segundo pavimento do imóvel e seriam entregues para criminosos da favela da Rocinha. Além dele, também foram presas, na época, outras duas pessoas. A apuração de informações levou a PF a interditar uma primeira fábrica ilegal onde o armamento teria sido produzido, em Belo Horizonte (MG). Em julho de 2024, a Justiça converteu a prisão em flagrante em domiciliar, com uso de tornozeleira, atendendo um pedido feito pela defesa do suspeito. Na ocasião, os advogados alegaram que Silas corria risco e precisava de tratamento por ter doença metabólica grave, hipertensão arterial severa, além de ser portador de obesidade mórbida.

Além de Silas, outras cinco pessoas foram presas por conta da Operação Forja, deflagrada nesta quara-feira, para desbaratar a quadrilha. A ação ocorreu para cumprir um total de dez mandados de prisão preventiva e outros oito de busca e apreensão nos Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No imóvel onde estava o homem apontado como chefe do bando, a PF apreendeu R$ 158 mil em espécie. A Justiça também determinou o sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores dos investigados.

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No dia 1º de outubro de 2024, Silas foi condenado a uma pena de mais de 12 anos. Mesmo em prisão domiciliar, ele continuou, segundo a Polícia Federal, a comandar a organização criminosa. Por conta disto, a produção dos fuzis foi reestruturada e transferida para uma nova e mais sofisticada planta industrial em Santa Bárbara d’Oeste, município localizado no interior de São Paulo.

Quase um mês antes, no dia 9 de setembro de 2024, policiais federais apreenderam num carro, na Rodovia Presidente Dutra, 13 fuzis, calibre 5,56, fabricados pela quadrilha. O armamento vinha de São Paulo e tinha como destino o Complexo do Alemão. Em agosto de 2025, a PF conseguiu desarticular a fábrica, que operava sob a fachada de uma empresa de peças aeronáuticas, em Santa Bárbara d’Oeste. No local foram apreendidos fuzis já montados e mais de 31 mil peças e componentes, material suficiente para a produção de dezenas de outras armas, afirmam os agentes.

O grupo criminoso importava componentes de fuzis dos Estados Unidos e da China, usando maquinário industrial de alta precisão para produzir as peças em território nacional. Tudo feito a partir de desenhos e projetos, em alta escala. Um dos itens produzidos, por exemplo, era o cano de cada fuzil. Já pequenas partes plásticas colocadas no armamento eram importadas, em grande quantidade, como se fosse para armas de airsoft. Segundo a PF, os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa majorada, tráfico Internacional de arma de fogo de uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito.

A Operação Forja — que ganhou esse nome numa referência à principal atividade do grupo, a fabricação clandestina de armas de fogo — tem apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP).

Na sentença que condenou Silas, em 2024, a uma pena de 13 anos de prisão, o juízo da 33ª Vara Criminal destacou que o preso havia sido detido em um imóvel alugado da Barra Tijuca, aonde foram apreendidos 47 fuzis, 40 carregadores e 267 cartuchos para o mesmo tipo de arma. “Além disso, não foram apresentados certificados, registros, notas fiscais ou quaisquer outros documentos correspondentes que pudesse sugerir a legalidade do porte das armas ou, ainda, a tentativa de regularização. Na realidade, além de serem de uso restrito, os laudos periciais atestam que as armas foram fraudulentamente fabricadas, circunstância que evidencia a impossibilidade de sua legalização ou uso regulamentar”, escreveu o magistrado em parte do trecho do documento.

Na mesma sentença, o juiz revela que, aproximadamente três meses antes da prisão de Silas, um indivíduo foi detido, em posse de diversos acessórios de fuzil, conduzindo veículo de propriedade da esposa do acusado, e Minas Gerais. E que, na época, a polícia apurou que o automóvel mencionado teria se deslocado anteriormente para o Rio de Janeiro, tendo inclusive permanecido em local dominado por facções criminosas.

Já sobre a operação desta quarta-feira, A PF frisou que a ação “integra a Missão Redentor, um esforço permanente da Polícia Federal para desarticular organizações criminosas que atuam no Rio de Janeiro, em estrita conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635”.

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