O prato mais emblemático da família Troisgros, o salmão com azedinha — uma alusão ao colorido da fachada da estação de trem de Roanne, na França, berço desse clã —, Claude Troisgros teve que esperar muito para poder reproduzir por aqui. Nos idos de 1970, quando o então jovem cozinheiro de 23 anos fincou bandeira no Rio, não tinha salmão, não tinha azedinha… na verdade, tinha muito pouco ou quase nada. A saída foi adaptar os pratos que aprendeu desde menino com os insumos que encontrava nas nossas feiras de rua.
— Criei por necessidade. E foi assim que nasceu uma nova cozinha brasileira — diz o chef, 45 anos de Brasil.
Em junho, um novo capítulo: Claude abre o Madame Olympe, no mesmo endereço onde funcionou nos últimos dois anos o Mesa do Lado, no Leblon. — É um Olympe sem saudosismos, uma versão remoçada e fresca. O menu degustação custará até R$ 400 e com opção vegetariana. O salão vai ficar lindo: obras de arte, iluminação especial, uma trilha musical perfeita, aguardem — avisa o chef.
Na nova empreitada, Claude terá a parceria da chef Jessica Trindade, uma de suas pupilas. Para tanto, ela está indo para a França: vai passar todo o mês de maio na cozinha do restaurante Troisgros, em Roanne. — Sigo aprendendo com a família. Agora estarei no berço de onde tudo começou. É uma emoção — exalta Jessica.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/R/0/Iw0IVxR1KBMM44f7sIbQ/100200444-rio-gastronomia-2022-18-08-2022-claude-troisgros-e-jessica-trindade.jpg)
Bronzeado, alto astral, aos 68 anos, Claude não pensa em pendurar o avental tão cedo. Na TV, segue estrelando ou reprisando: “Que Marravilha”, “Ruim de Comer”, “The Taste” e uma nova temporada do “Geladeiras em Ação”.
— Comecei na TV em 2004, tinha visto nos Estados Unidos a força dos programas de comida. Encontrei com a Marluce Dias, então diretora da TV Globo, e dividi a ideia de ter um programa de gastronomia no Brasil. Ela me deu um quadro no ‘Adivinha o que tem para jantar?’ num programa de variedades. Fez tanto sucesso que lançamos logo depois ‘Menu Confiance’, eu cozinhando com o Batista e o Renato Machado falando de vinhos. Até hoje, é onde ganho dinheiro — conclui o chef.