Claudia Raia compartilhou recentemente que precisou ajustar a intensa rotina de trabalho após perceber uma espécie de “rejeição” por parte do filho caçula, Luca, fruto do casamento com o ator Jarbas Homem de Mello. De acordo com a atriz, a ausência frequente devido aos compromissos profissionais fez com que o menino criasse um vínculo mais forte com outras figuras cuidadoras.
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Para mudar essa dinâmica, Claudia passou a dedicar uma a duas horas exclusivas por dia ao filho, e, segundo ela, essa mudança transformou significativamente a relação entre os dois.
A neurocientista e especialista em desenvolvimento infantil Telma Abrahão explica que esse tipo de situação é mais comum do que se imagina.
— Quando um bebê rejeita a mãe porque ela esteve muito ausente e criou um vínculo maior com outra pessoa que cuida dele, não significa que ele não a ame. Isso é um reflexo natural do processo de formação do apego — esclarece.
O apego, segundo Telma, é um vínculo emocional profundo que se estabelece nos primeiros anos de vida, especialmente a partir da responsividade e da presença constante do cuidador principal.
— O bebê precisa sentir segurança para que seu sistema nervoso compreenda que o mundo é previsível e que suas necessidades serão atendidas. Quando a mãe está ausente por períodos prolongados, ele naturalmente busca essa segurança em quem está disponível, seja uma avó, babá ou outro cuidador — afirma.
Por outro lado, a ausência materna pode deixar marcas que perduram até a vida adulta. — A falta de um vínculo consistente com a mãe pode resultar em medos como o abandono, insegurança nas relações afetivas, dificuldade para confiar nas pessoas e até ansiedade de separação. Em alguns casos, a criança pode desenvolver um comportamento de evitação emocional, como se não pudesse depender de ninguém — acrescenta.
A boa notícia, porém, é que mesmo após um afastamento inicial, é possível reconstruir essa conexão. — O bebê responde à constância, à previsibilidade e à conexão emocional. O contato olho no olho, a brincadeira, o toque carinhoso e a disponibilidade genuína da mãe são ferramentas poderosas para restabelecer essa base segura — ressalta Telma.