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Cobertura do Mercado São José ganha o nome do jornalista Marceu Vieira

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novembro 7, 2025
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Ancelmo, junto com outros ex-integrantes da coluna: Márcia Vieira, Ana Cláudia Guimarães e Marceu Vieira — Foto: Marcelo Carnaval

Em decreto publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial, o prefeito Eduardo Paes batizou de Terraço Jornalista Marceu Vieira,o espaço a céu aberto na cobertura do Mercado São José, em Laranjeiras em homenagem ao profissional, que morreu no fim de setembro. Paes disse que tomou a decisão fundamentada na ” trajetória de vida e a inestimável contribuição do jornalista, compositor, escritor e redator Marceu Vieira à imprensa e à cultura do Rio de Janeiro e do Brasil, tendo sido um dos fundadores e um dos principais nomes por trás da criação do Bloco Carnavalesco “Imprensa Que Eu Gamo”, com o qual mantinha profunda e duradoura ligação.”

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O Imprensa que eu Gamo desfilou pela última vez no último carnaval. O novo Mercado São José reabriu há dois meses, depois de ter sido municipalizado pela União, e era frequentado pelo jornalista, que morou no bairro. Paes lembrou também que o espaço é um dos locais mais frequentados não só por Marceu, mas por seus colegas de profissão.

” o Mercado São José é o ponto de concentração e o berço do Bloco Carnavalesco “Imprensa Que Eu Gamo”, agremiação emblemática da folia carioca, criada por jornalistas e profissionais de imprensa, evidenciando o forte vínculo da categoria com o Mercado e seu entorno,” escreveu Paes

A notícia, a delicadeza no texto e o rigor na apuração, que dominava as palavras em seus mais variados formatos, seja ao narrar um fato ou criar uma ficção. Em seu perfil profissional, Marceu Vieira definia-se como jornalista, compositor, ficcionista e roteirista. No verbete dedicado a ele, o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira adiciona outras aptidões: letrista e cantor. Movido pelo espírito de fustigar tanto no interior de uma redação quanto nas ruas em busca de sua alma encantadora, Marceu era movido por múltiplos interesses, sempre pautados pelo humano e seus sentimentos mais nobres: o amor, a generosidade, a alegria, o congraçamento, a amizade.

Ancelmo, junto com outros ex-integrantes da coluna: Márcia Vieira, Ana Cláudia Guimarães e Marceu Vieira — Foto: Marcelo Carnaval

Nascido no bairro do Morro Agudo, em Nova Iguaçu, era um carioca por adoção afetiva e vivência. Formou-se em jornalismo na turma de 1982 do Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), e começou sua vida profissional na Tribuna da Imprensa, dando sequência à carreira nas redações de O Nacional, Veja, O Dia, Jornal do Brasil, revista Época e O GLOBO, no qual foi repórter, editor de Esportes, inclusive durante a Copa do Mundo de 2014, e integrante do time do colunista Ancelmo Gois. Foi na coluna que Marceu criou alguns dos bordões que marcaram o jornalismo do GLOBO.

— Ele foi meu irmão carioca, já que os outros nasceram em Sergipe — resumiu Ancelmo, que escreveu um texto em seu blog sobre Marceu. — Eu o adotei como um irmão, com quem convivi desde meados dos anos 1980, ainda no JB. Em 2001, quando cheguei ao GLOBO, Marceu foi o primeiro jornalista que convidei para a coluna. Fizemos juntos mais de 70 mil notinhas, até que ele teve que sair para assumir a Editoria de Esportes. Foi Marceu quem ajudou a coluna a celebrar o Rio, mesmo com todas as suas mazelas.

Sua escrita fina se espraiou por cinco livros publicados, uma lista da qual fazem parte “Betinho, no fio da navalha”, em parceria com Emir Sader, Franklin Martins, Suely Caldas e Fernando Molica, “Nada não e outras crônicas” e “Bip Bip, um bar a serviço da alegria”, com Francisco Genu e Luiz Pimentel, este com histórias do minúsculo boteco em Copacabana que virou QG do samba e do qual era frequentador.

— Na faculdade, tivemos aula de Técnicas de Redação com o professor Muniz Sodré. No primeiro dia, lembro como se fosse hoje: ele explicou o que era o lide e pediu como dever de casa que transformássemos o Gênesis da Bíblia em um texto jornalístico em 30 linhas. Na turma inteira, só um aluno tirou dez: o Marceu — lembra o amigo Aydano André Motta, que conviveu com Marceu na UFF e em redações.

Na música, Marceu, que era filho de um acordeonista, exibia o mesmo talento que transbordava nas páginas do noticiário ou nos roteiros de TV. Amante do samba, viveu de perto a efervescência que fez a Lapa se revitalizar como polo cultural na virada dos anos 1990 para 2000. Entre um show e outro, uma roda e outra, foi ganhando experiência e traquejo para se arriscar como letrista. Com o parceiro Tuninho Galante, com quem fez mais de 120 canções, lançou o CD “Edição do autor”.

Compôs ainda com outros tantos autores, entre eles Teresa Cristina, Nilze Carvalho, Luís Flávio Alcofra, Ney Conceição, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Ernesto Pires, Lefê Almeida e Paulo Aragão, criando músicas gravadas por diversas vozes. Foi ainda autor de sambas que animaram desfiles de blocos do Rio.

Em 2016, Marceu atuou como roteirista do programa “Adnight”, da Globo, no qual escrevia quadros e compunha paródias para o apresentador Marcelo Adnet. Atualmente integrava a equipe do programa “Conversa com Bial”, apresentado pelo jornalista Pedro Bial, também na Globo.

Marceu Vieira morreu nesta segunda-feira, aos 63 anos, de complicações decorrentes de um câncer no pulmão. Deixa três filhos: Maria, Mateus e Vitória. Em um trecho de nota enviada a amigos da família eles dizem que Marceu “sempre será lembrado como um homem muito amado, um pai extraordinário, jornalista e cronista brilhante, compositor de alma, sambista apaixonado, amigo leal e dono de tantas outras qualidades que enchem nossa memória de orgulho e carinho”.

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