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cobrança de torcida potencializada por redes sociais levanta debate em dia de Fluminense x Botafogo

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setembro 28, 2025
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Renato Gaúcho em eliminação do Fluminense para o Lanús na Sul-Americana — Foto: Marcelo Theobald

Pouco mais de dois meses de participações de destaque na Copa do Mundo de Clubes, Fluminense e Botafogo se encontram hoje, às 16h, no Maracanã, pelo Brasileirão, com treinadores que não estavam à frente dos times no torneio: Luis Zubeldía, que estreia no tricolor, e Davide Ancelotti, que sequer completou 20 jogos pelo alvinegro. Em 2025, os dois times são exemplos de um fenômeno que vem atingindo o futebol brasileiro há alguns anos: a insatisfação crônica do torcedor, potencializada pelas redes sociais, e que teve como episódio mais recente o pedido de demissão de Renato Gaúcho.

De um lado, torcedores aparentam estar cada vez mais rigorosos e intransigentes na relação com seus times do coração, não aceitando as frustrações experimentadas em derrotas e eliminações. Do outro, jogadores, treinadores e dirigentes demonstram estar cada vez mais expostos a críticas e discursos de ódio em razão do contato mais direto promovido pelas redes— muitos deles acusando os impactos no dia a dia.

— No passado, as críticas eram palavras soltas no ar que se perdiam depois do apito final. Agora, com as redes sociais, essas manifestações ficam registradas, ganham escala, se perpetuam e se transformam em pressão constante. Isso altera a dinâmica entre clube, atleta e público, porque a insatisfação deixou de ser passageira para se tornar parte do ambiente de consumo do esporte — disse Ivan Martinho, professor de marketing da ESPM.

No Fluminense, apesar da campanha estável no Brasileirão e da vaga na semifinal na Copa do Brasil, o descontentamento dos torcedores com Renato Gaúcho vinha em uma crescente e teve seu ápice na eliminação para o Lanús, na Sul-Americana, na terça-feira. Antes vangloriado pelas vitórias sobre a Inter de Milão e o Al Hilal no Mundial, o técnico foi chamado de “burro” por boa parte da torcida no Maracanã e detonado nas redes. E não escondeu a mágoa com isso.

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  • ‘Gênios da internet’
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‘Gênios da internet’

— Nas redes sociais, todo mundo é treinador. Mas muitos que estão nelas não entendem nada de futebol, e aí quem paga o pato é o treinador ou o jogador. O futebol acabou por causa das redes sociais — desabafou Renato ao pedir demissão.

Renato Gaúcho em eliminação do Fluminense para o Lanús na Sul-Americana — Foto: Marcelo Theobald

— Acho que entramos em um processo no qual essa situação vai se definir no sentido de que a sociedade, qualquer pessoa, vai virar totalmente as costas para o que se fala ou se opina nas redes sociais. Esse pode ser um caminho. Haverá um resultado do que estamos vivendo agora. Não sei quando, mas vai acontecer. Tudo isso nos chegou muito de repente: tecnologia, redes sociais. Parece que no pós-pandemia isso se agravou. E me parece que estamos diante dessa situação: ou encontramos o equilíbrio em relação ao que acontece nas redes sociais — tanto para os que opinam como para os que recebem — ou, no futuro, isso deixará de existir porque já não terá efeito, já não será considerado — refletiu Zubeldía em sua coletiva de apresentação.

Luis Zubeldía em apresentação como técnico do Fluminense — Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense
Luis Zubeldía em apresentação como técnico do Fluminense — Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense

Já no caso do Botafogo, há uma insatisfação com a temporada 2025 depois do ano glorioso de 2024, com os títulos do Brasileirão e da Libertadores. Após assumir a SAF em 2022 e levar o clube de volta aos títulos, John Textor passou a ser criticado por uma parcela dos torcedores pelo planejamento ruim, que culminou na perda das seis chances de taça no ano, e pela administração conturbada da Eagle Football Holdings, onde enfrenta uma crise com sócios.

A decepção dos alvinegros culminou em uma soma de apenas 18.500 torcedores nas duas últimas partidas em casa, mesmo com promoção de ingressos.

“Em 2021, como total desconhecido, dei algumas entrevistas na TV e fui aprovado por 98% da Assembleia Geral para assumir o clube sem custos e com a promessa de investir. Agora, após entregar dois títulos, vencer o melhor time do mundo (PSG) na Copa do Mundo de Clubes e estar entre os cinco melhores do mundo para a Bola de Ouro, as pessoas não têm certeza de que podem confiar em mim. O futebol é verdadeiramente cômico, não é?” reclamou Textor.

John Textor durante final da Recopa contra o Racing — Foto: Mauro PIMENTEL / AFP
John Textor durante final da Recopa contra o Racing — Foto: Mauro PIMENTEL / AFP

Tais indignações não são novidade no futebol, dizem especialistas. No entanto, o mundo digital faz com que esses movimentos perdurem e ganhem amplitude.

— O futebol sempre foi esse ambiente de críticas e xingamentos, mas antigamente ficava tudo dentro de um raio muito limitado. Hoje, as redes promovem esse tipo de comportamento radical e exacerbado. É isso que gera engajamento. É preciso promover urgentemente uma mudança de legislação para regular isso. Se tudo na vida tem regulamento, por que as redes sociais não? — provocou Edison Gastaldo, antropólogo do CEP/FDC que estuda o comportamento de torcidas de futebol.

Gastaldo também apontou que a mudança no perfil do torcedor que frequenta o estádio atualmente favorece uma intransigência maior a cada frustração com o time.

— Antigamente, o torcedor podia ir ao estádio por R$ 5 na geral. Hoje esse geraldino desapareceu, porque ele não tem R$ 200 para pagar o ingresso. Com o sócio-torcedor, o clube se abre para transformar o torcedor em consumidor, e aí ele vai se comportar como tal. Se está com o sócio em dia, vai querer ganhar o tempo inteiro, e de goleada. Vai querer estrutura também, acesso fácil ao estádio, poder ver os jogos decisivos… Tem a parte mercadológica, em que o clube faz do torcedor um cliente, e aí ele vai ser mais exigente — analisou.

— Hoje, o desafio dos clubes é equilibrar emoção e racionalidade, construindo experiências que valorizem a paixão e entregas consistentes que atendam à expectativa e à exigência de um cliente. O apoio incondicional só se sustenta quando existe confiança, qualidade e reciprocidade. Sem isso, a paixão se transforma em cobrança, e a cobrança, em ruptura — acrescentou Reginaldo Diniz, CEO da End to End, agência que gere o programa de sócios de clubes como Palmeiras e Atlético-MG.

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