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Com histórico de escândalos, cargo de tesoureiro do PT é ponto central do racha na eleição interna

BRCOM by BRCOM
março 20, 2025
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Batalha pelos recursos: secretaria de Finanças do PT é responsável por administrar recursos do partido — Foto: Reprodução

Dividida pela escolha do novo presidente do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majoritária do partido, mergulhou em uma disputa pelo controle das finanças da sigla, que envolve um fundo partidário estimado em R$ 145 milhões neste ano, o fundo eleitoral do ano que vem (em 2024 foram R$ 619,8 milhões) e uma “malha fina” para inadimplentes. Considerado o nome favorito de Lula para comandar o PT, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva já sinalizou que pretende substituir a atual tesoureira, Gleide Andrade.

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Integrantes das duas alas reconhecem a importância da tesouraria: enquanto aliados de Edinho afirmam que ele precisa ter a prerrogativa de escolher o ocupante do posto, do mesmo modo que a ex-presidente petista Gleisi Hoffmann teve com Gleide, adversários acusam o ex-prefeito de querer “ganhar no grito”.

— É óbvio que a tesouraria é um elemento de poder, essa é a lógica da política. Ele (Edinho) não tem força interna e quer controlar o poder interno? — disse o vice-presidente petista Washington Quaquá (RJ), que se opõe ao nome de Edinho.

Em meio ao fogo cruzado, Edinho foi um dos nomes que entraram na mira de uma resolução assinada por Gleide, na semana passada, que obriga filiados a quitarem pendências financeiras com o partido, sob pena de serem excluídos das eleições internas.

O estatuto do PT exige que todos os filiados que têm cargos eletivos contribuam com parte de seu salário. As alíquotas vão de 4% a 13%. Nas duas últimas prestações de contas disponíveis do PT, de 2022 e 2023, não constam pagamentos de Edinho. Antes, ele havia repassado R$ 2,3 mil ao partido em 2021. À época, já era prefeito de Araraquara com salário de R$ 19,5 mil — para sua faixa de remuneração, o PT prevê repasses mensais ao partido de 7% dos vencimentos.

Batalha pelos recursos: secretaria de Finanças do PT é responsável por administrar recursos do partido — Foto: Reprodução

Procurado, Edinho afirmou, em nota, que “está em dia com suas contribuições partidárias”, e disse que “qualquer informação diferente não é verídica”. Ele não respondeu se fez algum acordo a partir de 2024 para quitar valores pendentes, e qual foi seu desembolso; o PT prevê descontos de 30% em pagamentos à vista.

Embora a resolução com a “malha fina” seja praxe em eleições petistas, o prazo de quitação vence mais cedo neste ano, no fim de maio. Na última vez em que o PT realizou seu Processo de Eleições Diretas (PED) para a presidência nacional, em 2019, o prazo correu até agosto. A própria realização do PED, tradicionalmente no fim do ano, foi antecipada para julho.

A norma assinada por Gleide pode atingir outros filiados e até aliados; a última contribuição de Gleisi, por exemplo, foi de R$ 4 mil em janeiro de 2021. O assunto causa desgaste, no entanto, especialmente a Edinho, já que ele é o único dos candidatos à presidência do PT que não contribuiu no período recente.

Outros nomes, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), e o deputado Rui Falcão (SP) — que não se colocam formalmente como candidatos, mas estão cotados — fizeram pagamentos em todos os anos desde 2020. Além deles, os dirigentes petistas Valter Pomar e Romênio Pereira, integrantes de correntes mais à esquerda no PT e já lançados como candidatos, também contribuíram, conforme as prestações de contas do partido.

Nas últimas décadas, todos os tesoureiros do PT foram indicados pela CNB, a corrente majoritária do partido. Três deles — Delúbio Soares, Paulo Ferreira e João Vaccari Neto — foram alvo de investigações no mensalão ou na Lava-Jato, mas depois reverteram condenações e ensaiaram retorno às atividades do partido. O antecessor da atual tesoureira foi Márcio Macêdo , hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Em 2022 ele foi coordenador das finanças da campanha de Lula.

Gleide assumiu a tesouraria após a reeleição de Gleisi ao comando do PT, em 2019, e lá seguiu em 2023, quando o partido decidiu estender os mandatos de dirigentes em vez de realizar uma nova eleição. Antes, ela havia sido secretária nacional de Organização após a primeira eleição de Gleisi, em 2017.

Como fez parte de todas as executivas petistas desde 2013, Gleide estaria proibida pelo estatuto do PT de seguir na cúpula do partido — o documento torna “inelegíveis” filiados que tenham mais de três mandatos consecutivos, ou que fiquem no mesmo cargo por dois mandatos. A resolução do PED de 2025, porém, estabeleceu que esse dispositivo não se aplicará na votação deste ano, e será “debatido e atualizado” no próximo congresso petista, ainda sem data. A mudança, que pode beneficiar outros dirigentes, foi vista no PT como uma manobra para Gleide seguir na tesouraria.

Gleide também já foi tesoureira do partido em Minas Gerais. Em 2023, foi nomeada conselheira de Itaipu Binacional por Lula, com remuneração estimada em R$ 34 mil. Gleide representa uma ala de dirigentes com força na máquina partidária — que inclui nomes como Quaquá, no Rio, e o deputado Jilmar Tatto em São Paulo. Este grupo se contrapõe hoje a nomes como os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha, que estão mais próximos do dia a dia de Lula; ambos apoiam Edinho.

Apesar de já ter sinalizado resistência a Gleide, Edinho não apontou, por ora, seu nome favorito para o posto. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) avalia que isso “se definirá somente após a eleição”.

— Não vejo nada contra a Gleide, o fato é que, desde que o mundo é mundo, presidente escolhe seu tesoureiro. É assim nas prefeituras, na Presidência da República, e no PT nunca foi diferente, até porque o presidente assina e responde (pelas prestações de contas) junto com o tesoureiro — afirmou.

O ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu, pai do deputado, é um dos articuladores da campanha de Edinho. Adversários vêm pontuando que, apesar do discurso de renovar a tesouraria, o ex-prefeito é apoiado “pelas mesmas pessoas que sempre controlaram a máquina partidária”.

Edinho e Gleide também enviaram recados a adversários ao longo deste mês. A atual tesoureira petista publicou um artigo no site do partido, no Dia Internacional da Mulher, no qual afirma que sofreu “perseguições machistas (…) por vezes em meu próprio partido” por ocupar a Secretaria de Finanças. “Romper com ele (o machismo) requer de todos nós, mas sobretudo dos homens de esquerda, lucidez e desprendimento”, escreveu.

Já Edinho disse na segunda-feira, em um encontro com a militância na Grande São Paulo, que o PT “precisa fugir da armadilha da regionalização (…), como se o partido em um estado fosse mais importante do que em outro”. Na véspera, Gleide havia organizado em Minas um encontro com o deputado cearense José Guimarães, que foi cotado como candidato à presidência petista sob o argumento de que o partido deveria abrir mais espaço a lideranças do Nordeste.

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