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Com Trump na Casa Branca, Benjamin Netanyahu ganha mais liberdade do que nunca na Faixa de Gaza

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abril 9, 2025
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Netanyahu pareceu encorajado pelo silêncio de Trump diante da escalada de ataques israelenses em Gaza — Foto: Eric Lee / The New York Times

A retomada da guerra na Faixa de Gaza por Israel, há três semanas, marcou o fim de um cessar-fogo que durou apenas dois meses e já deixou mais de mil mortos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que antes enfrentava pressões internacionais, incluindo dos Estados Unidos sob o governo de Joe Biden, agora encontra menos obstáculos em sua ofensiva militar com o retorno de Donald Trump à Casa Branca. As demandas pela contenção de Israel vinham da Europa e da Casa Branca, onde, durante quatro anos, Biden às vezes tentou, e frequentemente falhou, em conter os impulsos de Netanyahu.

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Agora, Trump deixou claro que não tem intenção de continuar com a política do seu antecessor. A Europa está distraída com a guerra comercial do republicano, e Netanyahu consolidou a maioria de sua coalizão no Parlamento de Israel, dando a ele mais espaço político para agir.

Na última segunda-feira, o primeiro-ministro sentou-se ao lado de Trump no Salão Oval, enquanto o presidente o elogiava como “um grande líder”. Netanyahu, no entanto, não obteve alívio das tarifas de 17% que Trump impôs sobre Israel e nem obteve apoio imediato dos EUA para ação militar nas instalações nucleares do Irã. Às vezes, ele parecia perplexo enquanto o republicano falava longamente sobre comércio, imigração e a economia dos EUA.

Mas sobre a questão da nova campanha militar de Israel em Gaza, Trump ficou quieto. Ele não mencionou o ataque israelense a ambulâncias e um caminhão de bombeiros que veio à tona na semana passada, que matou 15 socorristas, ou o ataque de 3 de abril que matou dezenas de pessoas, incluindo crianças, em uma escola transformada em abrigo.

— Eu definitivamente acho que Netanyahu está tentando tirar vantagem do que ele pensa ser um espaço maior para manobrar — disse Sanam Vakil, diretora do programa do Oriente Médio e Norte da África na Chatham House. Para ela, o primeiro-ministro pareceu encorajado pelo silêncio de Trump diante dos crescentes ataques israelenses em Gaza após um cessar-fogo que durou apenas dois meses.

O resultado, segundo analistas, é um primeiro-ministro solto, com menos barreiras para restringir suas ações em Gaza, Líbano e Síria. Isso significa, portanto, que Netanyahu está livre para retomar sua reforma do sistema judicial de seu país sem denúncias de Washington. Trata-se de uma dinâmica alterada em uma região que foi castigada por 18 meses de conflito.

Conteúdo:

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  • O líder que desafiaria o mundo
  • Agora, essa pressão evaporou
  • Netanyahu despreocupado com a Europa
      • Com Trump na Casa Branca, Benjamin Netanyahu ganha mais liberdade do que nunca na Faixa de Gaza

O líder que desafiaria o mundo

Israel vem proibindo a entrada de ajuda em Gaza por mais de um mês. Forças israelenses patrulham partes do sul do Líbano e da Síria, onde os líderes israelenses dizem que permanecerão indefinidamente. Um inimigo, a poderosa milícia libanesa Hezbollah, foi gravemente enfraquecido na guerra com Israel; outro, o regime de Assad na Síria, foi derrubado por rebeldes.

Críticos de Netanyahu observam que ele resistiu à opinião global por anos, vendendo-se ao público israelense como um líder que desafiaria o mundo para proteger o país. Ele ignorou as críticas americanas e globais sobre a intensidade da resposta de Israel após os ataques de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas, em uma campanha militar que matou mais de 50 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

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— A pouca pressão que havia podia ser descartada, e foi descartada — disse Daniel Levy, presidente do US/Middle East Project, um grupo sediado em Londres e Nova York.

Em Gaza, Biden expressou repetidamente apoio ao direito de Israel de se defender, levando alguns políticos nos Estados Unidos a acusarem-no de não pressionar o país o suficiente para impedir as mortes de civis. Biden, então, criticou os ataques aéreos maciços durante a campanha militar de Israel, chamando-os de “exagerados” e dizendo que o sofrimento de inocentes “precisa parar”.

Em junho do ano passado, ele acusou Netanyahu de tentar prolongar a guerra por razões políticas domésticas. E embora ele nunca tenha cortado o fluxo de armas para Israel, Biden atrasou a entrega das maiores bombas dos EUA. Antes da guerra, o democrata também pressionou o primeiro-ministro israelense a moderar seus esforços para reformar o sistema judicial de seu país, um plano que os críticos chamaram de flagrante tomada de poder e uma ameaça existencial à democracia liberal de Israel

— Eles não podem continuar nesse caminho, eu já deixei isso bem claro — disse Biden na época, em uma repreensão direta a um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos.

Agora, essa pressão evaporou

Donald Trump não desafiou Netanyahu sobre o plano judicial. E as próprias ações do presidente — atacar juízes e escritórios de advocacia que lhe desagradaram — podem ser vistas pelo primeiro-ministro como uma espécie de autorização para seus próprios esforços, de acordo com analistas.

Um ex-alto funcionário dos EUA disse que Netanyahu vê Trump como um “companheiro de viagem” quando se trata de seus esforços para remodelar o Judiciário a seu gosto.

Netanyahu pareceu encorajado pelo silêncio de Trump diante da escalada de ataques israelenses em Gaza — Foto: Eric Lee / The New York Times

Já Nadav Shtrauchler, ex-assessor de Netanyahu, disse que o primeiro-ministro experimentou “uma reversão completa” sob o governo Trump, o que lhe permitiu “muito mais espaço para operar”.

Benjamin Netanyahu até começou a ecoar os floreios retóricos do próprio Trump, atacando repetidamente seus oponentes como membros de um “Estado profundo” dedicado a persegui-lo.

— Não ouvi nenhuma preocupação da administração Trump sobre a ‘democracia israelense’ ou pressão sobre Netanyahu — disse Shtrauchler. — Exatamente o oposto.

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Em casa, Netanyahu estabilizou sua posição política removendo quase todas as ameaças à sua coalizão de governo de extrema direita, acrescentou Shtrauchler. E embora seus críticos possam considerar os movimentos autocráticos, ainda de acordo com ele, o eleitorado do primeiro-ministro permanece resolutamente atrás dele, dando-lhe carta branca.

Desafiando seus detratores, desde os ataques de 7 de outubro, a pior falha de segurança na história israelense, o primeiro-ministro se agarrou de volta a uma posição de força. No mês passado, ele agiu para demitir seu chefe de inteligência e sua procuradora-geral, ações vistas como parte de um esforço para consolidar o poder e eliminar rivais.

Na Europa, líderes que antes falavam com força sobre as ações de Netanyahu estão distraídos pelas tarifas de Trump e pela correria para evitar uma crise financeira global. E o continente ainda está abalado pelo afastamento do republicano das alianças transatlânticas de décadas e sua aproximação com a Rússia.

Netanyahu despreocupado com a Europa

Netanyahu, por sua vez, parece cada vez mais despreocupado com o que a Europa pensa. Nos últimos dias, seu governo impediu que dois membros do Parlamento britânico entrassem em Israel em uma missão de investigação, o que levou David Lammy, o secretário de Relações Exteriores, a emitir uma declaração irada chamando-a de “inaceitável, contraproducente e profundamente preocupante”.

Em fevereiro, o primeiro-ministro se juntou à Rússia e aos EUA para se opor a um esforço europeu nas Nações Unidas para expressar apoio à integridade territorial da Ucrânia. E, na semana passada, Netanyahu recebeu tratamento de tapete vermelho na Hungria de Viktor Orban, o líder autoritário do país, que é próximo do presidente russo Vladimir Putin.

O primeiro-ministro israelense agradeceu ao Orban por retirar seu país do Tribunal Penal Internacional, que em novembro emitiu mandados de prisão para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, acusando-os de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Mas as últimas ações de Netanyahu em Gaza foram as mais impressionantes. A oposição à sua decisão de reiniciar a ofensiva tem sido bastante silenciada em Israel, embora pesquisas públicas sugiram que a maioria das pessoas quer um acordo para acabar com os combates e libertar os reféns mantidos em Gaza. Além disso, as pesquisas apontam que a maioria dos eleitores não apoia o primeiro-ministro e sua coalizão.

Os comentários de Trump sobre o futuro de Gaza, no entanto, mudaram a maneira como Netanyahu fala sobre o destino da região. O presidente americano declarou, em fevereiro, que apoiaria uma deportação em massa de palestinos, para criar uma “Riviera” na Faixa de Gaza, uma proposta que seria uma violação grave do direito internacional.

Desde então, Netanyahu e outros políticos israelenses têm falado mais abertamente sobre um futuro em que Israel controle a área indefinidamente. Na última terça-feira, depois que Trump repetiu a ideia, Netanyahu a elogiou como um benefício para o povo de Gaza.

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— Eles estão presos. E o que há de errado em dar às pessoas uma escolha? — disse Netanyahu, enquanto também insistia falsamente que o país não impediu que as pessoas dentro de Gaza saíssem por anos. O primeiro-ministro ainda disse que ele e o presidente dos EUA conversaram durante o almoço sobre países que ele alegou estarem dispostos a receber palestinos que quisessem deixar Gaza. Egito e Jordânia se recusaram a fazê-lo.

— O presidente tem uma visão — disse Netanyahu. — Os países estão respondendo a essa visão. Estamos trabalhando nisso.

Em Israel, a ideia de que os palestinos seriam deportados de Gaza já foi província de uma franja de extrema direita. Agora, é endossada pelo presidente dos EUA e repetida pelo primeiro-ministro israelense — e o ministro da Defesa de Israel estabeleceu um escritório para supervisionar a política.

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