Com sorriso no rosto, Rodrygo comemorou o fim do que ele mesmo chamou de “eternidade” longe da seleção. Seis meses após a última convocação, ainda com o técnico Dorival Junior, o atacante se disse recuperado física e mentalmente e pronto para voltar a vestir a Amarelinha. Um retorno num momento em que sobram opções no ataque e que deixa a disputa ainda mais aberta a menos de um ano da Copa.
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Até sua última convocação, Rodrygo era titular absoluto. Mas sua ausência foi aproveitada pelos concorrentes. Com a chegada de Carlo Ancelotti, Gabriel Martinelli cresceu pela esquerda e provou ser possível dividir espaço com Vini Jr. Pela direita, Estêvão tem correspondido a confiança, assim como Luiz Henrique mostrou que segue à vontade pela seleção mesmo após a ida para o futebol russo.
O bom começo pelo Chelsea fez João Pedro se colocar à frente na disputa pela vaga de centroavante, com Matheus Cunha e Richarlison na briga. Além de Igor Jesus, chamado de volta para ser avaliado de perto por Ancelotti. Isso sem contar Raphinha, que joga tanto pelos lados quanto mais atrás.
É inegável que Rodrygo já tem sua própria história na seleção e ainda conta com o fato de ser um velho conhecido do italiano. Mas retorna num contexto em que só a “antiguidade” e a sintonia com o treinador não garantem a titularidade no longo prazo.
— Ninguém tem lugar garantido e eu tenho que mostrar muito ainda. Me cobro para estar cada vez melhor na seleção — comentou o atacante: — Claro que tem a trajetória com o Ancelotti. Mas ele deixou claro que ninguém tem lugar garantido. É preciso jogar e estar bem no clube.
Rodrygo ficou ausente dos jogos do Real Madrid na reta final do Espanhol, ainda sob o comando de Ancelotti, para se recuperar de problemas físicos e extracampo (o jogador nunca entrou em detalhes sobre sua situação). Na atual temporada, agora sob o comando de Xabi Alonso, tem tido poucas oportunidades. Embora tenha participado de oito jogos, foi titular em apenas dois. Um status que pode prejudicá-lo mais à frente. Mas ele assegura estar pronto para brigar por espaço.
— Foi bom para refletir, esfriar a cabeça, botá-la no lugar. Me sinto bem e pronto para entregar o meu melhor, a minha melhor versão.
Se conseguir encaixar na engrenagem que Ancelotti vem montando na seleção, Rodrygo aumentará a dificuldade do técnico em encontrar o ataque ideal. Isso porque, além de contar com até dez atacantes brigando por vagas, o treinador ainda teve a volta de Lucas Paquetá nos jogos de setembro.
O italiano tem revezado a seleção entre o 4-2-4, com Casimiro e Bruno Guimarães no meio; e o 4-3-3, com um armador a mais. Se o quarteto ofensivo dá mais velocidade e mobilidade, a entrada de Paquetá elevou o poder de criação. Só que, neste caso, perde-se uma vaga no ataque. E o funil fica mais apertado.