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Como a WEG gera bilionários, movimenta a economia de SC e se prepara para desviar das tarifas de Trump

BRCOM by BRCOM
maio 28, 2025
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A prosperidade de Jaraguá do Sul está em grande parte atrelada à WEG — Foto: Bloomberg

Diz-se que os “dias dos dividendos” são os melhores do ano na remota cidade de Jaraguá do Sul, com uma população de 180.000 habitantes, no estado de Santa Catarina.

Esse pagamento, junto com um programa de participação nos lucros da fabricante de motores elétricos WEG S.A., ajuda a sustentar cerca de 20% dos moradores da cidade, incluindo trabalhadores, familiares e aposentados.

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A empresa, que tem 64 anos e foi fundada por um eletricista, um contador e um mecânico, afirma que suas próprias clínicas de saúde atendem quase tantos pacientes por ano quanto o sistema de saúde municipal.

A sete horas de carro a sudoeste de São Paulo, a prosperidade de Jaraguá do Sul está, em grande parte, atrelada à WEG, que possui fábricas em 17 países e clientes em 135 países ao redor do mundo. A empresa já enfrentou a hiperinflação, crises cambiais, turbulências políticas e uma pandemia.

A prosperidade de Jaraguá do Sul está em grande parte atrelada à WEG — Foto: Bloomberg

Agora, os moradores — cientes ou não — terão que lidar com a incerteza que o presidente dos EUA, Donald Trump, trouxe à economia global.

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      • Como a WEG gera bilionários, movimenta a economia de SC e se prepara para desviar das tarifas de Trump

Brasil poderia ser lição para Trump, diz executivo

Talvez ninguém entenda isso melhor do que Elder Stringari, 55 anos, que, de muitas formas, é a personificação da cidade e da empresa. Natural de Jaraguá do Sul, ele começou sua carreira na WEG como estagiário aos 14 anos. Seus três irmãos também já trabalharam na empresa.

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Após se formar em engenharia elétrica, ele acabou assumindo um cargo de vendas nas operações da WEG em Atlanta, nos Estados Unidos, e passou um período na Índia. Em 2020, tornou-se chefe de vendas internacionais, liderando uma equipe de 2.500 pessoas ao redor do mundo. Além da pandemia, ele também teve que lidar com as consequências da resposta à ofensiva da Rússia contra a Ucrânia.

Durante uma visita da agência Bloomberg à sede da WEG e a várias fábricas em março, quando a extensão da política tarifária de Trump ainda não estava totalmente clara, Stringari afirmou que o Brasil poderia servir como um exemplo dos efeitos colaterais indesejados das taxas de importação.

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— Se o Trump quiser saber se imposto de importação resolve o problema no país, vem aqui no Brasil. A economia mais protegida do planeta, talvez, é a nossa. E não está dando tão certo assim, né? Pelo menos para a maior parte do povo — disse Stringari em entrevista.

Confiança para escapar das tarifas nos EUA

O Brasil impõe altas tarifas de importação sobre diversos produtos, de automóveis a eletrônicos e têxteis, como forma de tentar preservar a produção e os empregos locais. No entanto, a complexa rede de tributos federais e estaduais pesa sobre o comércio exterior do país, que ocupa a 62ª posição entre 67 economias no ranking de competitividade mundial do IMD.

Elder Stringari, executivo da WEG — Foto: Maira Erlich/Bloomberg
Elder Stringari, executivo da WEG — Foto: Maira Erlich/Bloomberg

Embora nenhum dos principais executivos e diretores entrevistados pela Bloomberg durante a visita em março tenha descartado completamente o risco de danos causados pela guerra comercial, eles demonstraram confiança de que as operações globalizadas da WEG permitirão que a empresa enfrente esse “tsunami”, assim como fez em momentos anteriores de turbulência.

Durante a Covid, por exemplo, a empresa atendeu clientes a partir de mercados alternativos que não estavam em lockdown, quando uma fábrica era forçada a reduzir a produção ou interromper as atividades devido a um surto do vírus.

O CEO da WEG, Alberto Kuba, viu como um “erro fundamental” as tarifas de Trump, mas disse que a companhia estava preparada para lidar com a situação.

— Nós transferimos a produção de uma planta para outra, dependendo da situação local — afirmou Kuba em entrevista. — O mais importante para nós é que a economia mundial cresça.

Alberto Kuba, CEO da WEG — Foto: Maira Erlich/Bloomberg
Alberto Kuba, CEO da WEG — Foto: Maira Erlich/Bloomberg

A WEG consegue atender cerca de um terço da demanda dos Estados Unidos por seus motores produzindo transformadores em Washington, Missouri, motores comerciais em Bluffton, Indiana, e máquinas elétricas em Minneapolis, entre outras instalações. Tradicionalmente, os dois terços restantes são importados de suas fábricas no México e no Brasil. Embora a WEG tenha operações na China, ela não exporta nada daquele mercado para os EUA.

— Vamos continuar crescendo fortemente nos Estados Unidos e teremos uma presença, eu acredito, bastante relevante nesse mercado — disse Stringari.

A WEG, de muitas maneiras, representa o tipo de empresa que se beneficiou de décadas de globalização. Além de impulsionar a economia do estado de Santa Catarina, ela gerou impressionantes US$ 21,1 bilhões em riqueza para 56 herdeiros dos seus três fundadores: Werner Voigt, Eggon da Silva e Geraldo Werninghaus — cujas iniciais formam o nome da empresa.

Dois desses herdeiros são bilionários por direito próprio, segundo o Bloomberg Billionaires Index, que está avaliando seus patrimônios pela primeira vez, enquanto outros 19 possuem fortunas de pelo menos US$ 700 milhões.

Hoje, além das três cadeiras no conselho ocupadas por membros das famílias fundadoras, a WEG é administrada por executivos externos. A empresa registrou cerca de US$ 7 bilhões em receita no ano passado e emprega 47.000 pessoas globalmente, sendo aproximadamente um terço delas em Jaraguá do Sul. Segundo comunicados da empresa, ela firmou acordos com a General Motors, BMW e Embraer, entre outras.

Apesar da volatilidade do mercado e das ameaças de tarifas terem causado uma queda de cerca de 17% nas ações da WEG neste ano, a empresa — que abriu capital em 1971 — historicamente superou com folga o índice de referência da bolsa brasileira, inclusive durante a pandemia.

Investidores obtiveram um retorno total de 134%, incluindo dividendos, nos últimos cinco anos, em comparação com 61% do Ibovespa. Considerando os últimos 25 anos, os retornos equivalem a quase 30% ao ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A WEG paga dividendos duas vezes por ano e, desde 2020, distribuiu R$ 11,5 bilhões aos seus acionistas, incluindo juros sobre o capital próprio. A empresa também paga participação nos lucros aos funcionários.

Apesar da riqueza gerada pelo crescimento acelerado da WEG, a empresa mantém uma cultura de austeridade. Os executivos viajam pelo mundo em voos comerciais, evitando o uso de jatinhos e helicópteros privados, comuns em outras empresas brasileiras. Seus escritórios são simples, e ninguém usa terno e gravata. A maioria dos herdeiros dos fundadores mantém um perfil discreto — um deles é DJ na região, e outra comanda uma empresa de moda.

Os executivos esperam que essa austeridade os ajude a enfrentar qualquer desafio que Trump possa impor. Segundo os diretores, a produção pode ser ampliada no México e nos Estados Unidos, se necessário.

— Ainda há muitas incertezas em relação às tarifas e à volatilidade das capacidades industriais — disse o diretor financeiro André Luis Rodrigues em uma teleconferência de resultados com analistas no dia 30 de abril. — Até agora, a WEG não mudou nada em seu plano estratégico, porque sempre pensamos no longo prazo.”

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