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Congresso aprova negociação de empréstimo com FMI em dia de protestos na Argentina

BRCOM by BRCOM
março 20, 2025
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Manifestante vestindo a camisa da seleção argentina de futebol durante um protesto de aposentados contra o governo do presidente Javier Milei, do lado de fora do Congresso Nacional, em Buenos Aires — Foto: Juan Mabromata / AFP

O Congresso argentino deu luz verde nessa quarta-feira (19) ao presidente Javier Milei para negociar um novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No mesmo dia, milhares de pessoas foram às ruas, em Buenos Aires, para apoiar os aposentados afetados pelo ajuste e repudiar um acordo com a organização internacional.

Convocados por sindicatos, organizações sociais e torcidas de futebol, os manifestantes se reuniram nos arredores do Congresso, que estava cercado por grades metálicas, dezenas de viaturas e caminhões ao longo dos quarteirões vizinhos. A operação policial mobilizou mais de dois mil agentes.

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Dentro do plenário, os deputados aprovaram, por 129 votos a favor, 108 contra e seis abstenções, um projeto que autoriza Milei a negociar um empréstimo com o FMI, sem valor definido, a ser quitado em dez anos. Viva a liberdade, porra!”, comemorou o presidente na rede social X.

Manifestante vestindo a camisa da seleção argentina de futebol durante um protesto de aposentados contra o governo do presidente Javier Milei, do lado de fora do Congresso Nacional, em Buenos Aires — Foto: Juan Mabromata / AFP

Os recursos obtidos serão somados aos US$ 44 bilhões (R$ 249 bilhões, em valores atuais) que a Argentina já deve ao FMI desde 2018 e serão utilizados para quitar dívidas com o Banco Central (BCRA) e obrigações com o próprio Fundo.

O país precisa desse novo empréstimo para fortalecer suas reservas, em um cenário de nervosismo no mercado e crescente intervenção do Banco Central para sustentar a moeda local.

“Os argentinos fizeram um esforço enorme para alcançar a estabilidade monetária, financeira e macroeconômica, e o saneamento do Banco Central é mais um passo para consolidar esse processo”, afirmou a Presidência argentina, em comunicado.

Com o objetivo declarado de combater a inflação e equilibrar as contas públicas, Milei tem adotado um ajuste draconiano desde que assumiu o poder, em dezembro de 2023.

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  • ‘As coisas pioram para nós’
      • Congresso aprova negociação de empréstimo com FMI em dia de protestos na Argentina

‘As coisas pioram para nós’

– Cada vez que aprovam algo com o FMI, as coisas pioram para nós – lamentou Rodolfo Celayeta, aposentado de 73 anos, na marcha que seguiu pacífica até o fim da tarde, quando a maioria dos manifestantes começou a se dispersar.

Manifestante ergue placa que diz "Árvores morrem em pé. É assim que nós, aposentados, vamos, de pé, e morreremos lutando" durante um protesto contra o presidente Javier Milei — Foto: Juan Mabromata / AFP
Manifestante ergue placa que diz “Árvores morrem em pé. É assim que nós, aposentados, vamos, de pé, e morreremos lutando” durante um protesto contra o presidente Javier Milei — Foto: Juan Mabromata / AFP

Durante protesto em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, manifestantes tentam derrubar grades de proteção da polícia — Foto: Luis ROBAYO / AFP
Durante protesto em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, manifestantes tentam derrubar grades de proteção da polícia — Foto: Luis ROBAYO / AFP

Ao anoitecer, houve alguns incidentes isolados, quando um grupo de manifestantes derrubou grades e lançou pedras contra a polícia em frente ao Parlamento.

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A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, classificou a operação policial como “bem-sucedida”. Dois agentes precisaram ser socorridos por ambulâncias — um atingido por fogos de artifício e outro que desmaiou.

O protesto foi convocado em defesa dos aposentados, o grupo mais afetado pelos cortes de Milei, cujas manifestações semanais em frente ao Congresso costumam ser reprimidas com gás lacrimogêneo pela polícia.

Desta vez, os manifestantes entoavam: “Que feio deve ser bater em um aposentado para poder comer”, e alguns usavam camisetas com a imagem de Diego Maradona e sua famosa frase: “É preciso ser muito cagão para não defender os aposentados.

Camisas vendidas durante protesto, com estampa de Maradona e uma famosa frase do jogador:'É preciso ser muito cagão para não defender os aposentados' — Foto: Janaína Figueiredo
Camisas vendidas durante protesto, com estampa de Maradona e uma famosa frase do jogador: ‘É preciso ser muito cagão para não defender os aposentados’ — Foto: Janaína Figueiredo

Na semana passada, o protesto teve apoio inédito de torcidas de futebol e terminou em um dos episódios mais violentos desde a posse de Milei. Confrontos entre manifestantes e policiais deixaram 45 feridos, incluindo um fotojornalista em estado grave.

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Cerca de 114 manifestantes foram detidos nesse protesto e posteriormente liberados por falta de provas, segundo decisão judicial. A juíza responsável foi acusada pelo governo de “prevaricação” e “acobertamento”. Outros 26 manifestantes seguem presos.

“Vim para defender os aposentados”, disse Paola Pastorino, funcionária pública de 36 anos, à AFP. “[Na semana passada] eu estava lá, tudo saiu do controle e fui embora. É inevitável sentir medo, e dá raiva pensar: ‘caramba, eu não posso me manifestar’.”

Bullrich classificou o protesto da semana passada como uma tentativa de “desestabilização”. Nesta quarta-feira, telas nas estações de trem exibiam advertências das autoridades: “A polícia vai reprimir qualquer atentado contra a República.”

Muitos cartazes pediam justiça pelo fotógrafo ferido, Pablo Grillo, e a renúncia da ministra, que se recusou a abrir uma investigação sobre o ocorrido.

Quase 60% dos aposentados argentinos recebem o salário mínimo, equivalente a 265 dólares (R$ 1.500). No ano passado, o governo congelou um bônus de 70 dólares (R$ 400) a que eles tinham direito e reduziu a entrega gratuita de remédios, cujos preços dobraram em um ano.

  • Economia argentina encolheu 1,7% em 2024, apesar de crescimento no fim do ano
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Embora Milei tenha conseguido reduzir a inflação de 211% em 2023 para 118% em 2024 e equilibrar as contas públicas, a economia encolheu 1,8% este ano, e o consumo já acumula 14 meses de queda.

Guillermo Benítez, pintor aposentado de 75 anos, classificou o governo Milei como “uma máfia”. “Eles estão reduzindo nossos salários, tiraram nossos remédios, tiraram tudo”, disse à AFP.

O envolvimento das torcidas organizadas nos protestos começou há algumas semanas, depois que um aposentado vestindo a camisa do clube Chacarita foi atingido por gás lacrimogêneo em uma das manifestações em frente ao Congresso.

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