Setembro chegou e com ele, o início da temporada da NFL. E assim como ocorreu no ano passado, os amantes da liga de futebol americano terão a oportunidade de assistir a um jogo no Brasil, e também a correr a NFL Run. No ano passado, na estreia do evento no Brasil, a corrida de rua foi realizada no Parque Villa Lobos, em São Paulo.
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A estreia da temporada de futebol americano acontecerá na quinta-feira. O atual campeão Philadelphia Eagles receberá o Dallas Cowboys. No dia seguinte, a liga realizará o confronto entre Los Angeles Chargers x Kansas City Chiefs, na Neo Química Arena, em São Paulo. E como parte da promoção para este confronto, a NFL Run voltará ao Parque Villa-Lobos, no domingo, com 2 km e 5 km.
Em 2024, a corrida teve 7 mil atletas e todos os 32 times da NFL estavam representados. O destaque foi para o Green Bay Packers, o clube que vendeu mais kits, segundo a Ponto Org, organizadora da corrida, especializada em eventos temáticos.
Essas corridas se multiplicam e têm para todos os gostos (e bolsos!). Assim como a NFL, clubes de futebol no Brasil têm suas corridas próprias.
A Fla Run, por exemplo, celebrará em 9 de novembro os 130 anos do clube, com “nomes ilustres”. Os participantes poderão escolher entre os percursos de 3 km, 5 km e 10 km, no Aterro do Flamengo.
Neste ano, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) lançou a corrida do Time Brasil, com a participação de atletas olímpicos, no Parque Olímpico, em meio às instalações da Rio-2016. Foi um sucesso e a entidade já confirmou novas edições anuais até 2028, quando serão disputados os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos. As medalhas de cada edição, combinadas, formarão uma “chama olímpica”.
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Também em 2025, a Ayrton Senna Racing Day chegou à 20ª edição, sempre no Autódromo de Interlagos e no dia 1.º de maio. A última contou com mais de 11 mil atletas inscritos.
Segundo dados da Ticket Sports, principal plataforma de inscrições para eventos esportivos no país, 35% dos corredores cadastrados em 2024 participaram de sua primeira prova. E muitas dessas estreias foram em corridas temáticas, um indicativo de que esse formato divertido, acessível e pouco competitivo tem sido porta de entrada para novos atletas.
— Elas funcionam como verdadeiras iscas para quem está chegando agora no universo da corrida — opina Gabriela Donatello, gerente de marketing da Ticket Sports.
Em 2023, a plataforma registrou quatro eventos nesse formato. Em 2024, esse número mais que dobrou, chegando a 11. Já em 2025, esse número já foi alcançado apenas no primeiro semestre.
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O cardápio das temáticas ganha opções a perder de vista quando o mote são personagens. Tem corrida do Bob Esponja, Superman & Supergirl, Mulher Maravilha, Batman, Hello Kitty, Barbie Run, Minions, e este ano, a Miraculous Ladybug Family Sports e a Corrida Tom & Jerry chegam ao Brasil.
A Corrida da Mulher Maravilha, por exemplo, já está na 29.º edição. Serão seis provas no país, em 2025.
— O uso de elementos da cultura pop atrai tribos que buscam experiências, gente que não olhava para corrida. Normalmente vemos distâncias de entrada como 3 km, 4 km ou 5 km nesses eventos e muita gente caminhando. Despertam um público novo — comenta Daniel Krutman, CEO da Ticket Sports.
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A Barbie Run, corrida oficial da Barbie no Brasil, fará parte das comemorações dos 80 anos da Mattel. Serão três edições, Belo Horizonte (2 de novembro), São Paulo (9 de novembro) e no Rio de Janeiro (26 de novembro). Todas terão percursos de 3 km e 6 km e a expectativa é de reunir 5 mil corredores em cada. A medalha é o “B” estilizado da Barbie.
— As corridas temáticas cumprem papel fundamental de democratizar o acesso ao esporte. Muitas vezes, quem nunca participou de uma prova se sente atraído pelo apelo lúdico, cultural ou afetivo do tema, e essa experiência inicial pode ser o ponto de partida para que descubra a paixão pela corrida — opina Marcos Yano, CEO da Vega, que em 2025 organizará cerca de 30 corridas de rua, sendo praticamente metade com algum tipo de temática.
Yano diz que a previsão para 2026 é que a empresa passe a marca de 50 provas, mantendo a proporção para as temáticas. Ele acredita que existe demanda cada vez maior por experiências que vão além do esporte. E que o público busca conexões emocionais, seja com a música, com um ídolo, com um clube ou uma causa.
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— É uma tendência mundial, e nós estamos investindo cada vez mais nesse caminho — falou Yano, que lembra que o kit, a medalha e os mimos destas corridas ganham importância. — Não é apenas funcional, mas também simbólico. Ele traduz o tema da prova e vira um item de coleção. O corredor busca viver algo que vá além do percurso. Ele quer se sentir parte de uma história, carregar consigo uma memória, compartilhar uma experiência única.
Na onda das corridas temáticas, os circuitos regados a cerveja ou vinho fazem sucesso. Realizados em parceria com botecos ou vinícolas, os pontos de hidratação servem a bebida. A lista também engloba as que celebram estilos musicais como a Flashback Playback Run, Corrida do Rock, entre outras, e as ligadas a causas nobres, como a Corrida contra a Fome, a Wings for Life World Run (apoio a pesquisas para cura de lesões medulares), etc.
Das 50 provas organizadas pela Yescom, 12 são temáticas, que vão desde a Corrida contra o Câncer (e tem várias outras com o mesmo mote) à Corrida do Trigo, no Parque do Ibirapuera, em 5 de outubro, quando os corredores ganharão pães quentinhos.
— Pelo lado comercial, essas provas são licenciamentos e franquias e muitos franqueados, mesmo fora do esporte, acabam se motivando a patrocinar. Abre o leque comercial. Isso acabou motivando a Yescom a abrir um grupo dedicado às corridas temáticas — contou Thadeus Kassabian, diretor da Yescom, para quem o formato gera contato maior entre a marca e os participantes.