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cresce a quantidade de corredores que não ligam para performance e praticam o esporte pela saúde

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março 21, 2025
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Evelyn Sanny: música para desestressar — Foto: Foto Custodio Coimbra

Após uma maratona de reuniões de trabalho, uma seguida da outra, a psicóloga Evelyn Sanny, de 36 anos, colocou o tênis e foi correr. Precisava desestressar, organizar as ideias. Ela, que já malhava e tem o corpo torneado na dança, correu “sem morrer” por 2km. Dias depois, repetiu a dose. Hoje brinca que “quanto maior o B.O.”, mais corre.

— Foi maravilhoso e o suficiente para botar para fora o que precisava. Não era o caso de uma conversa, desabafar. Queria um momento meu. Adoro música, é algo que me relaxa. E a corrida com música funciona como uma meditação para mim. Virou rotina — conta Sanny, que já corre há seis anos. — A corrida veio muito nesse lugar de hobby porque entendi que se ela se tornasse algo muito comprometido, de certa forma quase um trabalho, eu perderia o prazer que tenho de estar nesse lugar.

Ela explica que a corrida é a sua base para manter a saúde do corpo e mental. Programa quatro treinos na semana, de manhã, entre 5km e 7km, em volta do estádio do Maracanã. Como tem rotina puxada, que envolve o trabalho em sua empresa de eventos, a agenda como psicóloga organizacional, cuidados com a casa e com o filho Joaquim de 12 anos, muitas vezes precisa abrir mão das corridas.

E, se tem apenas 30 minutos para a atividade física, encara o que é possível sem neura. Explica que é frequente a troca da corrida pelo muay thai, modalidade mais fácil de encaixar entre um compromisso e outro. Em outras situações inclui o Joaquim no programa: enquanto ela corre, ele vai de bike.

Sanny afirma que não tem metas de corridas, não sonha completar uma maratona e sequer tem relógio para marcar seu pace. É corredora raiz:

— Nem sei como mexe nesses relógios — conta, aos risos. — Não sigo planilha. Invisto apenas em um bom tênis por ano e roupas para treinar. Como emendo um programa no outro, gosto de estar bem e de me sentir bonita.

A corrida é também da pessoa que corre distâncias curtas, uma vez por semana

— Márcio Callage, diretor de Marketing da Vulcabras, dona da Olympikus

Assim como Sanny, a grande maioria dos corredores no Brasil não liga para pace ou performance. O foco é cuidar da saúde.

Segundo a pesquisa “Por dentro do corre”, realizada pela Olympikus em parceria com a Box1824, 13 milhões de brasileiros afirmam correr pelo menos uma vez na semana. 75% começaram a correr a partir de 2021/2022 e não pararam mais. E 83% dizem que correm para cuidar da saúde como um todo.

Evelyn Sanny: música para desestressar — Foto: Foto Custodio Coimbra

O estudo aponta ainda que para 84% dos entrevistados correr “faz colocar os pensamentos em ordem”. É a mesma porcentagem dos adeptos à corrida que estão satisfeitos com as distâncias que percorrem hoje em dia, sendo 9,2km a média semanal. Apenas 23% dos corredores participam de provas e competições.

O esporte é o quarto na lista de preferência, atrás da caminhada, musculação e praticamente empatado com o futebol.

Luísa Bettio, diretora de estratégia da Box1824, afirma que um dos grandes destaques do estudo é a conclusão de que o mundo da corrida, hoje, é de todos.

— A diversidade da corrida mostra que não existe apenas uma forma de correr — analisa a diretora.

Ao longo de quatro meses, a Box 1824 realizou um estudo que combinou etapas qualitativas e quantitativas para desvendar os hábitos e os significados por trás da corrida no Brasil. Corredores de todas as regiões, de diversas classes sociais e etnias foram ouvidos.

— Cada vez mais a corrida ganha caráter menos preocupado com a “linha de chegada”. Não é preciso fazer prova ou correr 42km. A corrida é também da pessoa que corre distâncias curtas, uma vez por semana. — conclui Márcio Callage, diretor de Marketing da Vulcabras, grupo que detém a marca Olympikus.

Marcos Mayo corre no Aterro do Flamengo pela saúde: aposentado ele apenas precisa atravessar a rua — Foto: Domingos Peixoto
Marcos Mayo corre no Aterro do Flamengo pela saúde: aposentado ele apenas precisa atravessar a rua — Foto: Domingos Peixoto

O aposentado Marcos Mayo, de 66 anos, que foi auditor do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, é do mesmo time que Sanny. Ele conta que corre pela saúde e por prazer. Morador do bairro do Flamengo, ele apenas atravessa a rua e já está no Aterro, um dos melhores lugares na cidade para a prática. Três vezes na semana, quando o sol está se despedindo, ele encara a pista. Marcos gosta de correr ouvindo poadcast. Depois, costuma parar no mesmo local para beber água e jogar conversa fora.

Corro 5km e quero correr 5km até 80 anos. Não preciso e nem quero passar para 10km.

— Marcos Mayo, aposentado

— ‎ Nesses dias de calor intenso, nem fui. Não sou escravo da corrida — conta ele. — Corro 5km e quero correr 5km até 80 anos. Não preciso e nem quero passar para 10km.

O aposentado comenta que nunca foi adepto dos esportes. Entrou nessa onda “tarde e por influência da esposa”, Alda Fernandes, de 69 anos, também auditora aposentada e que sempre malhou em academia. Com uns 50 e poucos, ele passou a levantar peso e a correr. Entendeu que precisava fazer algo pelos anos que tem pela frente e, de quebra, descobriu uma nova fonte de prazer.

— Faz bem para a alma. Gosto do clima, do vento, de ver as pessoas na rua. É o que digo: para quem tem mais de 60 anos, o tempo é curto e precisamos buscar prazer nas coisas. A corrida tem esse significado para mim, assim como cozinhar e desenhar e confeccionar joias para os amigos. Não sou rico mas não busco renda extra. — explica Marcos, que odeia correr em esteira. — E se perguntar meu pace, nem saberia dizer. Tenho um relógio apenas para marcar a quilometragem.

Quando perguntado se tinha vontade de participar de corridas, ele respondeu: “Deus me livre”.

— A corridas estão caras demais. Experimentei uma vez, foi legal. Mas prefiro investir meu dinheiro em outras coisas, como em viagens e em encontros com os amigos.

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