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De visita a quilombo a passeio pelas lagoas, Barra e arredores oferecem ampla gama de atividades educativas

BRCOM by BRCOM
novembro 30, 2025
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Alunas do 9º ano do CEI visitam o quilombo Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande — Foto: Divulgação

Se a educação vai muito além dos cadernos, quadros e salas de aula, nada mais natural e enriquecedor do que a escola avançar para além dos seus muros e levar os alunos para conhecer novos lugares ou viver experiências diferentes. Na Barra e nos bairros vizinhos, o terreno para explorar é fértil. Não faltam programas de cunho ambiental, social e cultural que mostram na prática conteúdos inseridos na grade curricular.

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— Temos aqui um patrimônio cultural e ambiental maravilhoso. Nossos alunos são moradores da Barra em sua maioria. A realidade deles é viver este ambiente, e queremos que eles possam viver toda esta riqueza — destaca André Cirilo, coordenador pedagógico do Centro Educacional Espaço Integrado (CEI), que aponta a vasta oferta de locais para visitas de cunho educativo na Zona Sudoeste. — Não dizemos que vamos fazer um passeio, mas um estudo de campo. A escola não cabe em si. Ela serve como porta para tudo isso. Muitas vezes, as famílias não fariam esta atividade. E há a importância da conexão com a natureza, com professores mediando esse conhecimento. Além de outros ganhos sociais, relacionais, interpessoais, como eles aprenderem a se portar em grupo, entre outros aspectos. Uma coisa sou eu vendo uma obra de arte em uma exposição. Outra coisa são os outros e seus olhares ali, junto.

Alunas do 9º ano do CEI visitam o quilombo Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande — Foto: Divulgação

Há locais na região em que a presença dos estudantes é constante e diária. A Eco Balsas, empresa de transporte aquaviário, recebe aquase 500 escolas por ano para passeios ecológicos na Lagoa de Marapendi. Os alunos, do ensino fundamental ao ensino médio, são recebidos por biólogos, assistem a palestras sobre o ecossistema local e saem de barco.

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— Na hora em que a escola faz o agendamento, procuramos identificar qual é o conteúdo pedagógico de que os alunos precisam e o nosso foco principal passa a ser aquele, para que as crianças possam absorver melhor, com a prática, aquilo que aprende em sala de aula — explica Patrícia Mattos, gestora comercial da empresa, que recebe também grupos turísticos.

Este ano, alunos de 6º e 7º anos do Cubo Global School fizeram o passeio. Estavam acompanhados por dois professores de biologia e uma de geografia, mas também aproveitaram o conteúdo da visita em outras disciplinas, ao explorar o tema oceanos, trabalhado pela instituição.

— Tive a graça de acompanhá-los e ver parte daquilo que eles aprenderam aparecer nos trabalhos, que ficaram maravilhosos. Às vezes, achamos que não estão prestando atenção, mas eles absorvem muito. A todo instante tentamos linkar o conteúdo com o que eles viram. O pós-saída é tão importante quanto a visita. Não podemos ficar com o saber guardadinho na gaveta. Temos que pensar sobre todos os elementos que recolhemos no trabalho de campo e o que fazer com aquilo — diz Rachel Apolinário, professora de geografia do Cubo.

Em parceria com a concessionária Iguá, a fundadora do movimento SOS Lagoas, Cris Queiroga, desenvolveu uma apresentação que faz nas lagoas de Marapendi e da Tijuca para alunos da rede pública. Primeiro, ela recebe os professores, que depois voltam com as turmas. Os alunos conhecem o trabalho de recuperação dos manguezais no Complexo Lagunar de Jacarepaguá, como os viveiros onde as mudas são cultivadas e os locais de replantio, e participam de um mutirão de limpeza, além de aprenderem como funciona o saneamento.

— Fazemos algo para ajudar a escola a criar projetos impactantes para o meio ambiente. Sabendo cuidar da escola, o aluno vai saber cuidar do meio. Em uma delas, depois da visita foi implementada uma coleta seletiva de tampinhas, e o material foi trocado por bancos de que a escola vinha precisando — explica Cris, que termina a vivência com os alunos praticando canoa havaiana. — No último que fizemos, um aluno disse que achava que ia ser muito chato, mas que o passeio estava sendo o mais legal que ele fez. Mostramos que a lagoa tem potencial de lazer e esporte, mas também problemas, como a poluição.

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No Recreio, o Complexo Laboratorial de Análise da Água do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que faz os boletins de balneabilidade de praias e lagoas, costuma receber estudantes de graduação das áreas biológica, química e ambiental, além de alunos do ensino médio. Lá, as visitas acontecem às sextas, e podem ser agendadas pelo e-mail naop@inea.rj.com.br.

— Fazemos uma coleta na Lagoa de Jacarepaguá com eles, que acompanham com os técnicos cada etapa das análises. Eles gostam de ver nossos equipamentos, como um em que aparece uma chama incandescente. Muitos se interessam também pelo nosso programa de estágio — conta Gabriel Caetano, gerente de análises laboratoriais.

Alunos da MiniMe no Museu do Pontal — Foto: Divulgação
Alunos da MiniMe no Museu do Pontal — Foto: Divulgação

As áreas de proteção municipais também são um manancial de aprendizado. Entre elas, os parques Chico Mendes, Marapendi, da Prainha e de Grumari, os bosques da Barra e da Freguesia e a APA das Tabebuias.

A gestão do Parque Marapendi tem parceria com o Laboratório de Microbiologia Marinha da UFRJ, que cultiva algas em um estudo que avalia a despoluição das lagoas por meio delas, além de seu potencial econômico.

— A visita dura uma manhã. As crianças recebem informações sobre a balsa (de cultivo) e depois apresentamos conceitos como o de Economia Azul. Eles conhecem produtos feitos de alga, cultivo de bactéria, olham o microscópio e participam de uma gincana — conta Felipe Landuci, professor do Instituto de Biologia da UFRJ.

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Além de atividades ambientais, as escolas visitam equipamentos culturais importantes da região. A MiniMe, para crianças de até 6 anos, costuma levar os pequenos a instituições como Museu do Pontal, Sítio Burle Marx, Arca do Noah e Fazendinha Rio, mas o compromisso anual é com a Cidade das Artes.

— Somos apoiadores do Energy Summit, que acontece lá. Os alunos participam de uma atividade desenvolvida para eles, com experimentos e diálogos com a equipe do evento — conta Diana Quintella, diretora da escola, que também leva alunos ao complexo cultural em outras ocasiões.

O Rio Museu Olímpico recebe alunos desde a sua inauguração, neste ano — Foto: Divulgação
O Rio Museu Olímpico recebe alunos desde a sua inauguração, neste ano — Foto: Divulgação

Este ano, turmas do Colégio Qi foram ao Pontal, onde aproveitaram a visita musicada com arte-educadores, além de terem contato com obras e manifestações culturais tipicamente brasileiras. Na chegada, a turma faz um lanche, enquanto o professor alinha com os profissionais da casa o que gostaria de acentuar na visita.

— Quando olhamos uma obra de arte, fica mais fácil entender o que estamos estudando. Vimos obras de vários temas que estamos aprendendo, como o período da escravidão no Brasil, e esculturas que mostravam os barcos usados pelos portugueses quando chegaram aqui. Tudo que a gente estuda estava representado de algum jeito — conta a aluna Olívia Ferreira, do 4º ano da unidade do Recreio.

Diretora do museu, Angela Mascelani conta que a instituição recebe cerca de 17 mil crianças, adolescentes e participantes de projetos sociais anualmente, oferecendo também experiências artísticas:

— Não é só uma visita ao acervo, mas também uma experimentação de sensibilidades poéticas. Temos uma junção do cancioneiro com a literatura de cordel e técnicas de encenação, de mamulengo, que estão sempre se renovando, já que as gerações se renovam.

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A história do Brasil também é explorada em visitas a locais como o Quilombo Cafundá Astrogilda, em Vargem Grande, dentro do Parque Estadual da Pedra Branca. Além de ouvir sobre a experiência dos quilombolas, alunos do CEI jogaram futebol na quadra do local e tomaram banho em um poço.

— Se nos disserem que vamos aprender, mas também nos divertir, fica muito mais interessante — avalia o coordenador pedagógico André Cirilo. — Primeiro, fazemos formulários para entender o que os alunos conhecem sobre o assunto. Depois, eles vivenciam no estudo de campo. E, na terceira etapa, estudam e fazem análise crítica do tema.

Inaugurado em agosto, o Rio Museu Olímpico entrou de imediato na rota das escolas. O local tem mais de mil peças, 13 áreas temáticas e 80 experiências que remetem à edição do evento no Rio, em 2016.

— O projeto foi pensado para que o público vivesse uma experiência multissensorial. A possibilidade de interação, de poder saltar, correr, pedalar e remar como os atletas olímpicos é o que mais encanta esses jovens visitantes. E eles aprendem não só sobre a grandeza dos feitos de seus ídolos, mas também sobre transformação social, sustentabilidade, planejamento urbano, história e geografia da cidade — diz o secretário municipal de Esporte e Lazer, Guilherme Schleder.

Estande do colégio Pensi na Bienal do Livro — Foto: Divulgação
Estande do colégio Pensi na Bienal do Livro — Foto: Divulgação

Eventos sazonais, como a Bienal do Livro, também estão no radar dos colégios. Em julho, os alunos do Pensi fizeram inclusive uma ação especial no evento, além de poderem aproveitar as atrações do local ao longo dos seus dez dias. Em parceria com a ONG Favelivro, as turmas montaram um estande e promoveram uma campanha de arrecadação de livros, destacando títulos que estimulam o pensamento crítico. Ao final do evento, foram 7.158 livros doados, encaminhados às bibliotecas da ONG, presente em várias comunidades.

— A iniciativa foi uma oportunidade para nossos alunos e o público presente refletirem sobre o poder da leitura como instrumento de transformação social e como uma prática que vai além da sala de aula. A Bienal deste ano foi um marco para nós, porque também reforçou a importância de atitudes concretas para melhorar a sociedade — destaca Maria Clara Rapozo, coordenadora pedagógica do Pensi.

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O evento já tradicional da região tem ainda o projeto Bienal nas Escolas, que faz o caminho inverso. Na edição deste ano, 11 escolas da cidade receberam autores para falarem de suas obras e da paixão pela literatura. Entre eles havia nomes como Bia Bedran, Thalita Rebouças, Rodrigo França e Otávio Júnior.

— Com a restrição ao uso de celulares nas escolas, ver nossas salas de leitura mais cheias e os alunos mergulhados nos livros é uma vitória enorme. O Bienal nas Escolas mostra que, quando incentivamos a leitura com projetos criativos e colocamos autores em contato com os alunos, despertamos algo potente: o desejo genuíno de ler — celebrou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.

O Teatro Rival, no Centro, também alcançou a Zona Sudoeste. Este ano, o projeto “Escola de samba e da vida”, que leva a alunos da rede pública palestras sobre o universo do samba-enredo como expressão cultural e instrumento de aprendizado e transformação social, além de focar na inclusão de autistas, chegou a duas escolas da região, o Ginásio Educacional Tecnológico Professora Ignezita Monteiro Dantas, em Curicica, e a Escola Municipal Dom Pedro I, na Barra da Tijuca. Nos encontros, os alunos ouvem, tocam, cantam e fazem muitas perguntas.

— A emoção que senti nessas duas escolas não tem explicação — diz Ito Melodia, puxador que em 2026 defenderá a Inocentes de Belford Roxo.e esteve nos dois colégios. — As participações dos autistas cantando e dançando; as crianças participando com aquele olhar carinhoso, a atenção que me foi dada, foi tudo muito importante. Eu não tenho dúvida de que aqui mexemos com muitas cabecinhas.

O projeto é uma das contrapartidas do Festival Resistência Cultural no Rival, incentivado pela Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e foi lançado ano passado, com mestre Macaco Branco, da bateria da Unidos de Vila Isabel. Ito Melodia aderiu este ano.

— Foi um momento muito emocionante, o Ito trouxe os sucessos dele, as crianças ficaram emocionadas — conta Claudia Elisa Lima, diretora da Dom Pedro I. — Ele falou sobre consciência negra e autismo. Muito importante a abordagem desses temas. Muito bom o depoimento dele, um homem preto que saiu da favela e conquistou sucesso. Inspira nossos alunos para que eles saibam que têm um futuro, que podem lutar pelo que querem.

* Esta matéria foi publicada no Especial Educação do GLOBO-Barra deste domingo (30).

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