Decathlon vende o super tênis com placa de carbono ‘mais barato do Brasil’; saiba mais

Modelos deste tipo, com placa de carbono, passam facilmente dos R$ 1 mil e podem chegar a R$ 4 mil. O KD900X2 é fabricado em Shenzhen, na China, e foi pensado para o mercado asiático. Mas, segundo Gustavo Pisati, gerente nacional de categoria da Decathlon Brasil, o modelo “encaixa perfeitamente” no negócio e necessidade do mercado brasileiro. 

— O corredor é ávido por novidade e tecnologia. E todo mundo quer ter um tênis com placa de carbono, virou febre. Mas, eles são caros. Mesmo marcas com desenvolvimento e produção nacionais não chegam a um preço tão acessível — garante Gustavo, ao comparar com o modelo da Decathlon — Quando o trouxemos para o Brasil foi com a proposta de oferecer um tênis de placa de carbono por menos de R$ 1.000. A essência da Decathlon, desde seu surgimento na década de 70, é tornar o esporte acessível para o maior número de pessoas. Na categoria super tênis, esse preço é imbatível.

O KD900X2 é vendido em mais de 50 países, incluindo México, Chile, Colômbia, Panamá e Costa Rica. Na Europa, o preço sugerido é de 130 euros (R$ 811 na conversão).

Gustavo explica que trata-se de “um super tênis”, com entressola alta, espuma leve e responsiva, além da placa de carbono em todo o pé. Assim, no seu entender, concorrentes como o KR7Pro, da Fila (R$ 700; fabricado no Brasil), e o Grafeno, da Olympikus (R$ 800, em placa de grafeno e também fabricado no Brasil), por exemplo, não estão no mesmo segmento. Já o chinês Flame RS361º, com placa de carbono, teve preço de lançamento acima do modelo KD900X2, por R$ 900.

Corredores atentos, porém, podem achar exemplares mais baratos em promoções.

Leve, potente e versátil, o KD900X2 é fabricado pela Decathlon e traz uma entressola 100% feita de A-TPU, materiais que contribuem para a elasticidade, flexibilidade e alta resistência à abrasão. Foi projetado tanto para esportistas experientes, que já usam modelos com placas de carbono, quanto para quem está descobrindo esse tipo de tênis. Foi desenvolvido para homens e mulheres.

Esse produto pode ser encontrado nas lojas especializadas de running e no site da Decathlon. São 13 lojas de um total de 50, incluindo sete endereços em São Paulo e, no Rio, nas unidades do Leblon e da Barra da Tijuca.

Essa é a segunda versão do tênis KD900X, lançado em 2023. Esse foi o primeiro tênis com placa de carbono da marca e custava R$ 1.100.

Segundo Gustavo, este modelo, que havia sido desenvolvido para atletas de elite, ganhou duas versões o KD900X2 (o modelo mais barato vendido no país ), com foco nos corredores que querem ter a primeira experiência com um tênis de placa, e o KD900XLD+, mais caro e para atletas de alta performance (hoje é vendido por R$ 1.140).

— Foi o primeiro tênis de placa da marca, né? E a história é de evolução. O tênis não estava atendendo o atleta de elite que corre maratona. Mas era um excelente produto para o amador de alta performance. Então, pegamos aquela base e desenvolvemos os modelos KD900XLD+ e o KD900X2, que teve algumas simplificações para chegar em um preço menor (o cabedal, por exemplo, não é super tecnológico; mas a entressola, sim) — explica Gustavo, que afirma que no caso do modelo KD900XLD+, após ajustes, tornou-se o modelo TOP da marca Kiprun.

Hoje, no Brasil a Decathlon tem 12 marcas próprias como a Kiprun (corrida), Quechua (montanha), Tribord (água e vento), Rockrider (ciclismo outdoor), Domyos (fitness), Simond (escalada e alpinismo) entre outras. 

Essas marcas, de acordo com a Decathlon, são desenvolvidas por equipes multidisciplinares de cientistas, engenheiros e atletas, que trabalham nos centros de inovação na Europa, próximos aos locais onde o esporte é praticado. A sede da marca fica em Lile (França). 

E que por conta do dinamismo, agilidade e competitividade do mercado chinês, a marca também tem escritório de desenvolvimento de calçados de corrida de alta performance em Shenzhen (China). 

A Kiprun oferece mais de 200 produtos na área da corrida, sendo três modelos de tênis de placa de carbono, vestuário e acessórios  (como coletes, mochilas com garrafa, meias, etc.). Além disso, no Brasil, a Decathlon tem parcerias com grandes marcas internacionais como a Adidas e New Balance.

— Em 2024, a Decathlon teve crescimento de 27% em vendas dos calçados de corrida (todas as marcas). E em 2025, essa porcentagem está em 25%. Ou seja, em relação ao ano passado que já teve crescimento. E a gente sabe que esse número é talvez o dobro do que o mercado vem crescendo nessa categoria — declara Gustavo, que diz que a Kiprun segue o mesmo ritmo. — Buscamos ter marcas parceiras que fazem sentido para Decathlon e elas têm papel essencial para o nosso negócio. Acreditamos que apenas uma marca sozinha não terá a melhor resposta para cada tipo de cliente em seus diferentes ciclos de treinamento.

Segundo Gustavo, a oferta dos produtos de corrida também está mudando. Em 2022, a participação da categoria “performance” representava menos de 10% do negócio. E hoje chega a 40%. No caso do segmento “corrida iniciante/intermediário”, além da Kiprun, a Decathlon vende mais quatro marcas. E no segmento performance são mais de 10 parceiros.

A Decathlon, que conta com mais de 900 patentes, se considera um dos maiores hubs esportivos do mundo. Está presente em mais de 70 países e, no Brasil conta com 50 lojas físicas e cerca de 2 mil funcionários. Seu portfólio é especializado em mais de 65 modalidades. 

De acordo com Gustavo, o Brasil é hoje um dos dez mercados prioritários da marca, com “enorme potencial de crescimento, inovação e impacto social”. Conta ainda que 77% dos processos da Kiprun seguem princípios de ecodesign, que priorizam menor impacto ambiental no desenvolvimento dos produtos, e que essa pegada é a cara do Brasil.

Assim, Gustavo contou que o Kipnext, “o primeiro tênis sem cola do mundo”, acaba de chegar ao Brasil. Lançado em abril na China e na Europa, é um modelo que alia performance com sustentabilidade.

— É o primeiro tênis sem cola do mundo. Está patenteado globalmente pela Decathlon, teve três anos de pesquisa e desenvolvimento. — adianta Gustavo — O que mais dificulta a reciclagem de um tênis é o uso de cola. Para desmembrar o tênis depois é muito mais difícil. Quando tem cola, não dá para usar o material para uma série de coisas. Para este modelo, os materiais da entressola e sola são fundidos em uma câmara de gás em alta pressão.

A Decathlon ainda fará eventos de lançamento deste modelo, mas já é possível comprá-lo por R$ 600. É um tênis leve, pau para toda obra e sem placa de carbono.

Ainda como novidade, segundo Gustavo, os nomes dos tênis, cheios de letras e números, serão substituídos: