Uma das consequências do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil fez soar o alarme entre os editorialistas do “Wall Street Journal”, o mais influente jornal conservador dos EUA: o café está ficando salgado demais. Em editorial publicado nesta terça-feira, o jornal de Rupert Murdoch chamou a escalada da bebida por causa das tarifas de “um estudo de caso sobre como tarifas alfandegárias aumentam o custo de vida diário”.
“Trump impôs uma tarifa de 50% ao Brasil, alegando que o país está processando seu amigo Jair Bolsonaro. Um problema para os americanos é que o Brasil é o maior produtor de café do mundo, e seus grãos estão em mais de uma de cada três xícaras da bebida consumidas nos EUA. Como resultado, todo americano que bebe café já está pagando mais — ou em breve pagará”, diz o texto.
Segundo o WSJ, o preço da libra de grãos brasileiros não torrados já subiu de US$ 4,50 para mais de US$ 6. A informação é atribuída a Dan Hunnewell, dono da Coffee Bros., fornecedora especializada em café e sediada em Nova York.
“A história do café mostra que tarifas são, em essência, uma transferência de renda de milhões de indivíduos e empresas para o governo dos EUA. Como todo imposto, representam um ganho inesperado para os políticos. No caso do café, as tarifas nem sequer protegem um grupo doméstico. São um imposto sobre o consumo americano, puro e simples — um imposto sobre o homem esquecido do MAGA”, acrescenta o editorial, em referência ao movimento trumpista Make America Great Again.
O WSJ vem sendo crítico às tarifas de Trump. Já em fevereiro, editorial do jornal chamou o tarifaço anunciado naquele início de governo de “a guerra comercial mais estúpida da história”.