Jacqueline Sato sempre foi múltipla: atriz, dubladora, apresentadora, produtora e, agora, às vésperas de estrear novos voos no audiovisual. O que a distingue, no entanto, não é a lista de funções, mas a forma como transita entre elas, com inquietação criativa e consciência do lugar que ocupa. Em Volta por Cima, novela da TV Globo exibida também em Portugal, sua personagem Yuki tornou-se um marco simbólico ao romper com o estereótipo frequentemente imposto a descendentes de asiáticos no audiovisual brasileiro.
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A recepção calorosa do público e da crítica ao papel de Yuki reforçou um ponto que a própria atriz sublinha em entrevistas: a necessidade urgente de multiplicar as narrativas que contemplem a pluralidade do Brasil.
“Eu queria que a Yuki fosse lembrada como alguém de carne e osso, com dilemas reais, e não como uma caricatura. Queria que as mulheres que já tivessem passado por alguma situação parecida se identificassem, sentissem que suas dores importam. E fico muito feliz que isso tenha acontecido! Recebi muitos feedbacks que me emocionaram. Acredito que cada personagem pode abrir espaço para outras histórias que ainda não foram contadas”, afirma.
Nos bastidores, o período em Volta por Cima também simbolizou, para ela, um amadurecimento profissional. Entre memórias de contracenas com veteranos como Betty Faria e projetos paralelos, como o programa Mulheres Asiáticas — hoje disponível no canal Universal+, do Prime Video —, Sato revelou estar em constante movimento criativo: “Eu absorvia cada momento no set não só como atriz, mas como alguém que entende a responsabilidade de dar continuidade a esse legado. Ao mesmo tempo, conduzir um projeto tão especial como o Mulheres Asiáticas me fez perceber que a minha trajetória não se resume aos papéis que interpreto, mas também ao que escolho produzir e colocar no mundo. É esse equilíbrio entre aprender com o passado e criar algo novo que me mantém em movimento constante. Eu sinto que amadureci porque finalmente entendi que ser artista é muito mais do que estar em cena — é também assumir a voz que se tem e decidir como usá-la”, conta.
O próximo passo, porém, aponta para as telas de cinema. Jacqueline contracena com Marcelo Serrado, Alessandra Negrini e Dan Stulbach em um longa dirigido por Guto Botelho, ambientado nos anos 1980, intitulado Uma Praia em Nossas Vidas. O projeto, envolto em expectativa, promete explorar os contrastes de uma época turbulenta e abrir novas possibilidades para a atriz, que agora embarca em uma narrativa histórica.
“É um desafio delicioso mergulhar em uma história que revisita os anos 80, com atores que admiro tanto. Sinto que é um novo ciclo, em que posso experimentar outras facetas como artista”, projeta.