Este documento é parte do laudo do médico Amílcar Lobo (1939/1997) , que serviu à Ditadura militar e depois se arrependeu. Ele desmascara a versão do regime de que, preso, Rubens Paiva teria sido sequestrado por “terroristas”. Lobo diz que examinou o ex-deputado no Doi-Codi, na Tijuca, e constatou graves sinais de tortura. Este caso é, como se sabe, mostrado no filme “Ainda Estou aqui” de Walter Salles.
Uma cópia do documento será exposta, a partir de hoje, segunda-feira, dia 24, no Arquivo Nacional que promove a “Semana Memórias Abertas”, uma série de atividades voltadas para a reflexão sobre o golpe de 64, que no dia 31 completa 61 anos. Da
exposição consta ainda uma cópia do jornal O Estado de S. Paulo, que reproduzia a versão oficial do Exército sobre o suposto sequestro de Rubens Paiva.
Além disso, serão realizadas Oficinas de Cartazes nos dias 25, 31 de março e 1º de abril, voltadas a estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Segundo o Arquivo, a atividade pedagógica incentiva a reflexão sobre a memória da ditadura por meio da criação de cartazes temáticos, precedida por uma visita guiada ao Arquivo e ao Centro de Referência Memórias Reveladas.
No dia 26 de março haverá o evento “Memórias Abertas: Pesquisa, Ensino e Difusão”, que reúne pesquisadores e especialistas para três encontros sobre a ditadura e seus arquivos. A mesa de abertura contará com a presença de Marcelo Siqueira (Arquivo Nacional), Monica Lima (Arquivo Nacional), Sergio Suiama (Ministério Público Federal) e Vera Paiva (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos).