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em ‘107 dias’, Kamala Harris mostra como Trump confunde adversários, dentro e fora dos EUA

BRCOM by BRCOM
setembro 29, 2025
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Livro de memórias recém-lançado pela ex-vice-presidente dos EUA Kamala Haris, '107 dias' — Foto: Brandon Bell/Getty Images/AFP

O trecho começa na página 173 de “107 dias”, o livro de memórias da ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris. São revelações que ajudam a compreender como Donald Trump vê e busca manipular seus adversários. O republicano a derrotou no ano passado na disputa mais acirrada deste século pela Casa Branca. E convocou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise entre os dois países, para uma conversa nos próximos dias, após afirmar ter sentido “uma química” com o brasileiro na Assembleia Geral da ONU, ao mesmo tempo em que descascou o Brasil em seu discurso. Vale a leitura.

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No livro, lançado na última terça-feira nos EUA e disponível para compra no Brasil nos formatos eletrônicos, em texto e áudio em inglês — com voz da prautora —, Kamala revisita as duas vezes em que ligou para o adversário. Na primeira, prestou solidariedade após a tentativa de assassinato de Trump num campo de golfe na Flórida. O fez pois o ex-presidente culpava a “retórica democrata” pela violência política contra ele — também escapara de um atentado na Pensilvânia.

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  • O ‘morde e assopra’ de Trump
  • Campanha da democrata teve erros primários
      • em ‘107 dias’, Kamala Harris mostra como Trump confunde adversários, dentro e fora dos EUA

O ‘morde e assopra’ de Trump

Após deixar Kamala esperando minutos a fio enquanto resolvia um pepino de sua controversa vida financeira — ela, incrédula, pôde ouvir trechos da outra conversa — Trump agradeceu a ligação de forma especialmente cortês. E, poucos dias depois de tê-la acusado de “fingir ser negra”, o republicano a afagou, condescendente: “Você está fazendo uma ótima campanha. Mas isso torna difícil eu ficar com raiva. Como é que vou falar coisas ruins sobre você?”. Afirmou ainda que sua filha, Ivanka, era fã da democrata, e terminou o bate-papo mandando lembranças ao marido da rival, Doug Emhoff.

A ex-promotora diz jamais ter caído na lábia de um “tipo que conheço bem”. “Trump é um charlatão. E muito bom nisso. Tinha me preparado para falar com o monstro e quem atendeu foi o médico”, escreve, em referência ao clássico de Robert Louis Stevenson.

A segunda ligação de Kamala foi para reconhecer a vitória de Trump, “algo que ele não fez com Biden” após ser derrotado nas urnas em 2020, prenúncio da invasão violenta do Capitólio em janeiro de 2021. Na conversa, ela diz ter “implorado” para o presidente eleito “unir o país”, mas logo percebeu “ser uma causa perdida”. Trump encerrou a ligação elogiando “seu lindo nome”. E o pronunciou da forma correta pela primeira vez desde o início da disputa. Um morde e assopra, alerta a democrata, carente de empatia pelo interlocutor.

“107 dias” foi assim batizado para sublinhar o tempo exíguo que Kamala teve para se apresentar aos eleitores, algo inédito na história americana, fruto do fim abrupto da reeleição de Biden. “E contra um candidato em campanha permanente desde 2015”, sublinha. Os títulos dos capítulos reforçam a tensão da contagem regressiva até a eleição. O efeito prende o leitor, mas exime a derrotada nas urnas de colocar de fato o dedo na ferida de seus erros.

Kamala escreve ter percebido tardiamente a “imprudência” de se deixar nas mãos dos Biden a decisão de o presidente octogenário se manter na Casa Branca por mais quatro anos. Revela detalhes desabonadores do círculo próximo do democrata, aduladores que a percebiam, desde 2020, como uma ameaça. E que maquiavam pesquisas para agradá-lo.

Livro de memórias recém-lançado pela ex-vice-presidente dos EUA Kamala Haris, ‘107 dias’ — Foto: Brandon Bell/Getty Images/AFP

Mas a ex-vice deixa escapar em “107 dias” deslizes básicos que oferecem pistas para a derrota. Ela argumenta não ter tratado com Biden de sua idade avançada por “lealdade”. A palavra permeia o livro, desde a citação inicial, “tenho lealdade no meu DNA. Nasci assim”, trecho da música “DNA”, de Kendrick Lamar.

Após o debate com Trump, em que se escancarou a decadência cognitiva de Biden, a vice se juntou ao coro dos que entoavam lógica impossível, a de ele ser apto para seguir governando a maior potência global e no entanto incapaz de enfrentar a disputa com o republicano. Kamala deixa na boca de Emhoff a queixa por ter sido questionada pelos Biden sobre seu real interesse no pleito. “Eles a escondem por três anos, dão a você trabalhos impossíveis, não a defendem, e agora duvidam de sua lisura?”, o marido diz.

Campanha da democrata teve erros primários

Após o debate com Trump, em que se escancarou a decadência cognitiva de Biden, a vice se juntou ao coro dos que entoavam lógica impossível, a de ele ser apto para seguir governando a maior potência global e no entanto incapaz de enfrentar a disputa com o republicano. Kamala deixa na boca de Emhoff a queixa por ter sido questionada pelos Biden sobre seu real interesse no pleito. “Eles a escondem por três anos, dão a você trabalhos impossíveis, não a defendem, e agora duvidam de sua lisura?”, o marido diz.

Kamala se queixa dos manifestantes que seguem denunciando a barbárie em Gaza por terem interrompido, durante a disputa pela Casa Branca, apenas seus comícios, e não os de Trump, “favorito de Israel”. Mas era ela, e não o republicano, quem estava na Casa Branca, capaz, portanto, de pressionar o premier Benjamin Netanyahu para um cessar-fogo.

A dificuldade de separar a candidata do governo extremamente impopular é central em seu argumento para a vitória de Trump, mas ela persiste em contrapor o aumento do custo de vida pós-pandemia nos EUA com áridos números macroeconômicos. E rebate a crise da imigração com parcerias fechadas por ela com México e países centro-americanos. Não se aprofunda nas razões e consequências da entrada recorde de pessoas sem documentos nos anos Biden.

Encerra-se “107 dias” sem saber se Kamala, que nas entrevistas de divulgação tem dito “ter dúvidas sobre disputar eleições em um sistema falido”, é pré-candidata à sucessão de Trump, a quem chama de “ditador”. No livro, critica todos os presidenciáveis de seu partido. O ex-ministro dos Transportes Pete Buttigieg era, revela, seu favorito para vice, mas “gay demais para os americanos”. O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, tem “ego maior do que o saudável”. O da Califórnia, Gavin Newsom, amigo pessoalm da ex-vice, quando instado a anunciar seu apoio, respondeu com mensagem curta: “Estou numa caminhada. Ligo já”. Não o fez até hoje.

Se destruiu pontes no livro, Kamala sublinhou a oposição acéfala, que, critica, “capitulou em tempo recorde a um governo antiamericano”. Parece desejar lembrar os leitores do lema de sua campanha, “quando lutamos, vencemos”. Mesmo que só em 2028.

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