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Em angústia prolongada, familiares de reféns do Hamas vivem expectativa de possível acordo entre grupo e Israel

BRCOM by BRCOM
outubro 5, 2025
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Liri Albag, Daniella Gilboa, Karina Ariev e Naama Levy, reféns israelenses, pouco antes de serem entregues pelo Hamas para a Cruz Vermelha, na Cidade de Gaza — Foto: AFP/Omar Al-Qattaa
  • Contexto: Entenda a proposta dos EUA para um cessar-fogo em Gaza e para o futuro do território
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O drama das famílias de reféns do Hamas atravessa fronteiras. Em Israel, Yuval Heled, padrasto de Na’ama Levy — libertada em janeiro — relata as marcas emocionais e físicas deixadas pelo cativeiro e alerta para o risco de morte dos que permanecem em Gaza. A milhares de quilômetros dali, no Nepal, parentes do estudante Bipin Joshi mantêm viva uma campanha internacional por sua libertação, enfrentando a instabilidade política em seu país.

Ao jornal israelense Haaretz, Heled contou que a situação de ter alguém tão próximo nas mãos do Hamas impactou não apenas seu núcleo familiar, mas também círculos ampliados, como parceiros, tios e primos. Ele disse ter tentado agir nos bastidores, conversando com quem podia, mas enfrentou resistência de alguns lados. Professor e especialista em fisiologia, ainda ofereceu consultoria de saúde ao Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas.

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Heled disse ter tentado agir nos bastidores, conversando com quem podia, mas enfrentando resistência de alguns lados. Professor e especialista em fisiologia, ele também ofereceu consultoria de saúde ao Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas. Para ele, o risco de morte dos que permanecem em cativeiro é concreto e exige um acordo imediato.

— Chamamos isso de “triângulo perigoso”, um vértice é a condição do refém, o segundo é o comportamento dos sequestradores e o terceiro é o ambiente e as condições em que se encontram — explicou ao jornal — Acima de tudo isso, há o elemento tempo. Tudo isso determinará o destino dos reféns.

Ele alertou ainda que a deterioração física dos reféns após tanto tempo em cativeiro é evidente, com perda de peso extrema e consequências graves, como falência de órgãos e imunidade comprometida. Além disso, destacou os efeitos invisíveis no “cérebro e na alma”, tornando a sobrevivência ainda mais frágil.

— Há claramente tortura acontecendo, e eles estão no limite — completou.

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A própria Na’ama relatou suas experiências em discurso na Assembleia Geral da ONU há duas semanas, descrevendo os túneis de Gaza como “sufocantes, úmidos e tomados pelo mofo”, onde respirar fundo parecia impossível.

A soldada israelense foi libertada em janeiro durante um acordo de cessar-fogo e troca de reféns. Para ela, seu maior medo no cativeiro eram os bombardeios de Israel, que chegavam de forma repentina com zunidos seguidos de “explosões ensurdecedoras que faziam o chão tremer” e “paralisavam seu corpo”.

Liri Albag, Daniella Gilboa, Karina Ariev e Naama Levy, reféns israelenses, pouco antes de serem entregues pelo Hamas para a Cruz Vermelha, na Cidade de Gaza — Foto: AFP/Omar Al-Qattaa

— Estar escondida acima do solo foi horrível, mas não há nada que se compare à escuridão e ao terror que os túneis trazem — disse ela. — Os mesmos túneis onde muitas pessoas inocentes ainda estão detidas neste exato momento.

Heled disse que o tempo prolongado mina não só a saúde dos reféns, mas também a força das famílias, que sofrem com o “efeito espectador” e a “apatia social crescente”. Após a libertação de Naama, ele descreveu alegria e alívio, mas também “cicatrizes que não se fecham totalmente”.

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— As pessoas querem voltar às suas vidas, e eu entendo. Mas, quando essa apatia também está presente entre os líderes e tomadores de decisão, a questão é totalmente diferente — criticou Heled.

Muitos em Israel temem que o avanço militar do premier Benjamin Netanyahu em Gaza só colocará em risco a segurança dos reféns feitos durante o ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 2023.

Militantes mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 250 durante o ataque, das quais 48 continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 22 que, segundo o Exército, estão mortas. A ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 65 mil palestinos desde o início da guerra, de acordo com autoridades locais, que não fazem distinção entre combatentes e civis.

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  • ‘Ele não tem lado nesta guerra’
      • Em angústia prolongada, familiares de reféns do Hamas vivem expectativa de possível acordo entre grupo e Israel

‘Ele não tem lado nesta guerra’

A angústia sobre o futuro de parentes mantidos reféns ainda recai entre os familiares de Bipin Joshi, um estudante nepalês que foi sequestrado pelo Hamas de um assentamento no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.

A família travou uma campanha desesperada para trazê-lo de volta para uma remota vila no Himalaia, a milhares de quilômetros de Israel e Gaza. Mas depois que violentos protestos anticorrupção eclodiram no Nepal e derrubaram o governo em setembro, o esforço diplomático para libertar Joshi foi jogado na incerteza. Líderes recém-empossados ​​em Katmandu estão lutando para preencher ministérios vazios e reconstruir um Estado do zero.

O Ministério das Relações Exteriores do Nepal, responsável pela diplomacia em torno do caso, é agora apenas uma sombra do que era há apenas 30 dias. Dos 380 prédios do governo federal afetados pelos protestos, cerca de três quartos foram parcialmente danificados ou destruídos, de acordo com uma equipe de avaliação de danos no Nepal. Isso impactou amplamente nos esforços do governo sobre a situação.

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Pushpa Joshi mostra uma foto de seu irmão Bipin Joshi, um estudante nepalês em Israel que foi sequestrado pelo Hamas há quase dois anos — Foto: Dave Sanders/The New York Times
Pushpa Joshi mostra uma foto de seu irmão Bipin Joshi, um estudante nepalês em Israel que foi sequestrado pelo Hamas há quase dois anos — Foto: Dave Sanders/The New York Times

— Todos os dias, penso nele, rezando a Deus para salvar sua vida — disse sua mãe, Padma Joshi, de 48 anos, em entrevista ao New York Times na quarta-feira. — Ele não tem lado nesta guerra. Ele é um estudante estrangeiro inocente. Nosso humilde pedido ao Hamas é que o deixe ir, meu filho.

Em 2023, Joshi, então com 23 anos, deixou o Nepal para estudar e trabalhar em uma área rural de Israel, no kibutz Alumim, perto da fronteira com Gaza. Menos de três semanas depois de sua chegada, segundo autoridades israelenses, homens armados do Hamas invadiram um estábulo de laticínios onde sua família disse que ele estava abrigado, massacrando dezenas de pessoas no assentamento e o tomando como refém.

Além de um único vídeo mostrando uma pessoa que parecia ser Joshi em Gaza após o ataque, a família não obteve nenhuma informação sobre sua condição desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

No mês passado, porém, o Hamas divulgou uma fotografia de 48 reféns ainda mantidos em Gaza, incluindo Joshi, pedindo ao mundo que se despedisse. E quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, leu os nomes de 20 reféns vivos em seu discurso às Nações Unidas na semana passada, o de Joshi não constava na lista.

Mas seus entes queridos se recusam a deixar que Joshi seja esquecido. Desde 7 de outubro de 2023, a família Joshi tem feito viagens rotineiras de 24 horas até Katmandu, a capital nepalesa, para se reunir com autoridades do governo, pressionando-as a negociar com os países árabes, particularmente o Catar, a fim de se comunicar com a liderança do Hamas.

Família de Bipin Joshi, um estudante nepalês em Israel que foi sequestrado pelo Hamas há quase dois anos — Foto: Dave Sanders/The New York Times
Família de Bipin Joshi, um estudante nepalês em Israel que foi sequestrado pelo Hamas há quase dois anos — Foto: Dave Sanders/The New York Times

Em agosto, a mãe e a irmã de Joshi viajaram para Israel para se encontrar com o presidente Isaac Herzog e se juntar a outros parentes de reféns em manifestações públicas. Na semana passada, foram a Nova York como parte da delegação israelense na Assembleia Geral da ONU para levar o caso à atenção do mundo.

Desde seu sequestro, seus parentes têm acompanhado cada reviravolta do conflito em Gaza. Tentativas anteriores de cessar-fogo encheram a família Joshi de expectativa, mas fracassaram.

— Temos fé de que ele voltará em breve — disse a irmã de Joshi, Pushpa Joshi, de 18 anos, que vem aprendendo inglês para defender a libertação do irmão. — Vamos realizar nossos sonhos, viajar, fazer muitos vlogs e cantar músicas. Vamos dançar no nosso quarto como costumávamos fazer.

Pushpa Joshi, irmã de Joshi, estava no 10º ano quando soube que ele havia sido sequestrado. Desde então, ela tem enviado mensagens para ele no WhatsApp, mas nenhuma delas chega.

“Olá, meu irmão”, ela envia uma mensagem para o vazio. “Onde você está? Sinto tanto a sua falta.”

Eles anseiam pelo retorno dos pequenos momentos. Apaixonado por futebol, ele é aventureiro e altruísta, disseram, com um talento especial para compor poemas. Em seus primeiros dias em Israel, ele escreveu um poema para sua mãe em seu diário, que estava entre seus pertences e que mais tarde foi enviado à família de Israel. Sua irmã providenciou uma tradução.

“Mãe, seu filhinho cresceu tanto, / Mas ainda corro para seus braços quando caio”, escreveu ele. “Mãe, hoje persigo horizontes amplos, / Mas suas canções de ninar ainda ecoam aqui dentro.”

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